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Harry Styles surpreende em álbum de estreia

porBruno Vieira
15 de maio de 2017
em Música
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Às vezes, boas surpresas vêm de onde a gente menos espera. Quando Harry Styles lançou o single “Sign of the Times” e choveram críticas positivas, algumas até o comparando ao eterno David Bowie, minha primeira reação foi ceticismo. Mas, exageros à parte – ele ainda tem muito a provar antes que façam essas comparações -, é realmente uma ótima música. Restava saber se o primeiro trabalho solo do ex-One Direction seguiria o mesmo nível de qualidade.

Na última sexta-feira, 12, tivemos a resposta. O álbum homônimo de Styles é uma grande reverência ao anos 70, jogando na mistura o pop, folk, country, americana e até mesmo rock. Os arranjos e a produção passeiam por esses estilos com tranquilidade e – quase sempre – bom gosto, trabalhando sobretudo com elementos acústicos como violões e instrumentos de corda.

Durante os 40 minutos de duração, essas diferentes influências se alternam em momentos intimistas e outros mais expansivos. Os dois singles lançados previamente representam um pouco esses dois lados. “Sign of the Times” começa tímida e cresce até atingir um clímax “épico” – na falta de termo melhor. Já “Sweet Creature” é uma balada folk/country de arranjo simples, porém, belo e muito efetivo no que se propõe.

As demais faixas são uma procissão de referências e exploram um pouco dessas sonoridades diferentes. “Ever Since New York” soaria muito natural na voz de Eddie Vedder ou então no repertório de alguma banda de rock alternativo dos anos 90. “Woman” lembra Alabama Shakes, pela atmosfera da faixa e o ritmo forte, sincopado, ainda bebendo na fonte da década de 1970. “Carolina” tem raízes claras em Beatles e “Two Ghosts” é uma balada folk na mesma pegada de bandas indie como o grupo norte-americano Whitney.

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O maior mérito desse disco é não cair no mesmo erro de outros trabalhos pop, nos quais os arranjos mornos servem apenas como pano de fundo para que o artista brilhe sozinho. A instrumentação de cada faixa tem personalidade própria. Além disso, Harry Styles consegue dialogar muito bem com o instrumental, incorporando sua voz aos arranjos de maneira natural e interessante. A exceção é a faixa “Only Angel” e seus vocais de apoio extremamente cafonas e genéricos – provavelmente o ponto mais baixo do disco, musical e liricamente falando.

No entanto, é impossível desviar do fato de que a performance vocal de Harry rouba o show com certa frequência. Seja em faixas mais acústicas como “From the Dining Table”, em que ele adota um tom sóbrio, alternando entre vocais mais graves e belos falsetes. Ou em outras como “Kiwi”, com seus vocais rasgados – às vezes beirando o garage rock de um The Vines da vida – e no clímax de “Sign of the Times”, no qual encarna uma versão masculina de Adele.

Capa do disco Harry Styles
Capa de ‘Harry Styles’. Foto: Reprodução.

Esse álbum segue a mesma tendência de outros artistas que começaram carreira muito jovens e, ao crescer, buscam romper de alguma forma com aquilo que fizeram antes. É o caso de Miley Cyrus, que quebrou a imagem de garota puritana da Disney hiperssexualizando seu trabalho na fase do álbum Bangerz. Ou então o próprio Zayn, também ex-integrante da One Direction, que na tentativa de se estabelecer como artista “adulto” apelou ao R&B genérico.

O caso de Harry Styles, no entanto, é um pouco diferente. Apesar das letras rasas – boa parte do álbum é dedicada a falar de relacionamentos conturbados de uma maneira unidimensional -, ele apresenta um bom repertório musical por meio das referências que guiam a sonoridade do álbum. O que também acaba resultando em um pequeno problema.

Na tentativa de fazer desse trabalho um “cartão de visita”, mostrando que ele tem uma bagagem musical e talento maiores do que o esperado, Styles soa indeciso. Ele parece muito ansioso em se desvincular da imagem de ex-integrante de boy band e acaba “atirando para todo lado”, ao invés de explorar o seu potencial de maneira mais focada. A variedade de gêneros abordados nesse trabalho é sintomática de alguém que ainda está buscando sua personalidade.

Há momentos em que ele realmente brilha – quando acerta, ele acerta de verdade -, em outros parece demais com aqueles que quer reverenciar e acaba soando cafona, ou até mesmo datado. Porém, tanto esse problema como o das letras, fazem parte de um processo de amadurecimento. Essa ainda não é a “versão final” de Harry Styles, mas um primeiro passo consistente em uma direção musical, no mínimo, interessante. Esperemos que essa caminhada renda bons frutos.

Ouça ‘Harry Styles’ na íntegra no Spotify

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Tags: BeatlesCrítica MusicalCulturaDavid Bowieharry stylesmiley cyrusMúsicaone directionPopResenhaReviewsign of the timeszayn

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