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A importância da música para ‘Twin Peaks: The Return’

25 anos depois, David Lynch muda drasticamente a aplicação da trilha sonora no reboot de 'Twin Peaks'.

porRômulo Candal
19 de outubro de 2017
em Música
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A importância da música para 'Twin Peaks: The Return'

Imagem: Reprodução.

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A música sempre foi parte fundamental na construção do universo de Twin Peaks, e isso não é nenhuma novidade—eu mesmo, aqui n’A Escotilha, já falei sobre o tema em um artigo anterior. Na terceira temporada da série, chamada de Twin Peaks: The Return, a trilha sonora continua sendo um dos elementos mais importantes, mas com algumas mudanças bastante significativas. A abordagem escolhida pelo diretor David Lynch, aqui, é muito diferente do esperado.

Para começar, em maio deste ano, surgiu a notícia de que Angelo Badalamenti não seria mais o único responsável pela trilha de Twin Peaks. Johnny Jewel, o cabeça da banda de synth-pop Chromatics e vários outros projetos, foi apresentado a Lynch por Dean Hurley, seu supervisor musical, e acabou sendo o escolhido por ele para ser o principal compositor da série.

Alguns se decepcionaram com a mudança, mas o fato é que ele seria mesmo a escolha mais certa: ouça essa música e perceba como ela dialoga muito com o trabalho realizado por Lynch ao lado de Badalamenti e Julee Cruise, amiga dos dois e colaboradora nas primeiras temporadas.

Jewel— que já havia composto a trilha sonora do filme Drive, de 2011—afirma ter enviado a Lynch mais de 20 horas de material, entre composições e coisas gravadas no improviso. Muito desse material, diga-se, não estava planejado: “Eu só comecei a gravar mais e mais coisas não-solicitadas e as enviava para David”, explica Jewel, em entrevista ao site Consequence of Sound. O músico inclusive lançou Windswept, um álbum solo que, como os nomes das faixas indicam (“Missing Pages”, “Motel”, “Between Words”), foi totalmente composto para Twin Peaks: The Return e inclusive usado na trilha. A atmosfera etérea e estranha do disco cabe como uma luva, pois funciona quase como uma atualização da estética dream pop mostrada lá atrás na série.

Além da trilha sonora original, Lynch nos apresentou uma outra mudança estrutural: inúmeros momentos musicais apresentados “ao vivo”, que acontecem na Roadhouse, casa noturna mais badalada e importante para a cidade fictícia de Twin Peaks.

E ali tivemos de tudo: o próprio Chromatics, de Johnny Jewel, é a primeira banda a tocar no bar; nomes que são queridos por David Lynch há bastante tempo, como Rebekah Del Rio (que já trabalhou com o diretor em Cidade dos Sonhos); e um caso curioso com a banda Trouble, um trio formado pelo supervisor musical Dean Hurley, Alex Zhang Hungtai (do Beaches) e ninguém menos que Riley Lynch, filho de—jura?—David Lynch. O nepotismo poderia até ser um problema, se a música não fosse tão boa.

Em outros momentos, porém, algumas personagens interagem durante as apresentações e dão continuidade à história. E em outros, os mais especiais, Lynch utiliza os artistas como elementos narrativos.

Na maior parte das vezes, as atrações no Roadhouse funcionam quase como um show de encerramento, ao fim dos episódios, uma espécie de clipe que passa enquanto sobem os créditos. Várias outras atrações se apresentam no bar, como o indie folk de Sharon Van Etten, o indie pop do Au Revoir Simone, o duo de country-moderninho The Cactus Blossoms e até nomes mais mainstream do rock como Eddie Vedder (creditado com o nome de batismo, Edward Louis Severson).

Em outros momentos, porém, algumas personagens interagem durante as apresentações e dão continuidade à história. E em outros, os mais especiais, Lynch utiliza os artistas como elementos narrativos. É o caso do excepcional (incrível, sensacional, corajoso, maravilhoso… você escolhe o adjetivo) e já clássico oitavo episódio, onde a apresentação do Nine Inch Nails funciona como uma divisão lógica. A banda estadunidense de rock industrial toca sua “She’s Gone Away” exatamente entre o início, que desenvolve um pouco os eventos do episódio anterior, e a segunda parte, quase uma hora de cinema surrealista na sua cara.

Outros velhos conhecidos de Twin Peaks dão o ar da graça em The Return. Casos do personagem (chato) James Hurley, cantando a mesma música (chata) que já havia cantado na segunda temporada, e da própria Julee Cruise, interpretando “The World Spins”. E a cena mais marcante do legado de Angelo Badalamenti fica por conta da personagem Audrey Horne, que dança no Roadhouse ao som de “Audrey’s Dance”, tema da personagem na série original.

Se Twin Peaks deixou de lado sua faceta mais soap opera e passou a ser definitivamente mais lynchiano e abstrato, nada mais natural que David Lynch resolvesse mudar drasticamente sua forma de aplicar música ao seriado. Ainda que Angelo Badalamenti tenha brilhado menos nessa temporada, Twin Peaks: The Return tem uma trilha sonora incrível, cuidadosamente planejada para funcionar em situações como alívio, tensão, elemento narrativo e fanservice. Pode não ser o que esperávamos—mas é definitivamente do que precisávamos.

Ouça no Spotify a ótima playlist estilo “resumo da ópera” criada por Johnny Jewel para a série!

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