Depois de anunciar mais uma edição latina do festival, mais especificamente na Colômbia, Perry Farrell decretou: a edição símbolo do Lollapalooza (o evento começou justamente em Chicago, em 2005) terá transmissão online. Interessou? Você pode assistir clicando aqui. Claro que nem tudo será transmitido, contudo, você terá umas boas opções para, ao menos, deixar rolando no seu fone de ouvido nesta sexta-feira ou para assistir na tranquilidade do lar durante o final de semana.
A versão de Chicago do Lollapalooza costuma ser a mais abastada de todas que ocorrem mundo afora. Também pudera, foi lá que toda essa história, que este ano completa 10 anos, começou. Paul McCartney, Metallica, Florence + The Machine, Alabama Shakes, Of Monsters and Men, Tame Impala, Father John Misty e The Tallest Man on Earth são apenas alguns dos vários artistas que estão no cardápio.
Nesta sexta-feira, nossas sugestões para você são (são três câmeras acompanhando três palcos diferentes):
Glass Animals – (16h15) Esses ingleses têm apenas um disco lançado chamado Zaba. O quarteto faz um indie rock com pitadas de trip hop. É como se o Massive Attack encontrasse o Alabama Shakes com o Jack Johnson nos vocais. Talvez pareça um pouco estranha a explicação, mas eles têm sido apontados como a próxima grande promessa do electro indie europeu. Davy Bayley não é apenas um vocalista, é um verdadeiro frontman. Lidera o grupo no palco e dá uma personalidade única ao grupo. Sobem ao palco às 16h15, horário local, 18h15 no horário de Brasília.
Cold War Kids – (18h05) Os californianos do Cold War Kids foram durante anos apontados como o futuro do indie rock. Foi o suficiente para toda a crítica olhá-los com outros olhos. Com cinco discos na bagagem, o quinteto traz Hold My Home na bagagem. CWK faz blues rock com indie rock e, de alguma forma, agrada gregos e troianos, mas nunca os dois ao mesmo tempo. Seus três primeiros discos, Robbers & Cowards, Loyalty to Loyalty e Mine is Yours, foram massacrados pela crítica internacional, enquanto o primeiro é amado e parâmetro para qualquer novo lançamento do grupo. Minha dica é que você os acompanhe, a partir das 20h05. Torça por “First”, a melhor do último disco.
http://www.youtube.com/watch?v=SZzJ78FWjl8
Father John Misty – (19h15) O lenhador lumbersexual barbudão que no Brasil ficou famoso com um cover acústico do Arcade Fire. É o queridinho nos Estados Unidos com sua mistura de bluegrass com folk. Ele entra no palco às 19h15, horário de Brasília, para apresentar suas composições distribuídas em seus dois discos, Fear Sun, de 2012, e o aclamado I Love You, Honeybear, de 2015. Boa parte do Boa parte do hype em cima de Misty é que ele é a maior aposta do Sub Pop, selo que lançou nada mais nada menos que o Nirvana. Queira que ele toque “Chateau Lobby #4 (in C for Two Virgins)”, uma de suas mais famosas composições e que é linda tocada ao vivo.
The War on Drugs – (20h15) De 2005 para cá, são 3 discos de estúdio e 2 EPs, todos muito elogiados, especialmente Slave Ambiente e Lost in the Dream. Com uma mistura de rock psicodélico, new wave e shoegazing, os norte-americanos da Pennsylvania fazem um som pop e ao mesmo tempo bem de nicho. Fique tranquilo, não é aquele indie que só hipster vai gostar, te garanto. Vale a nota que o vocalista e guitarrista Adam Granduciel é um detalhista de mão cheia, tanto é que participou de todas as etapas do último disco, lançado em 2014 e que é considerado não apenas o melhor da banda, mas um dos melhores do último ano.
Alt-J – (21h15) Se a Alabama Shakes não fosse ser reprisada mais tarde, eu não teria dúvidas em dizer que vocês deveriam ouvir o novo repertório de Brittany Howard. Por sorte do destino, como irá rolar um replay, aproveite e curta os ingleses do Alt-J. Meu primeiro contato com o grupo foi em uma apresentação deles na rádio KEXP, de Seattle. O indie pop dos meninos de Leeds tem umas pitadas de música eletrônica muito interessantes, sem cair na pasmaceira e mesmice da cena eletro britânica atual, apesar que a Pitchfork considerou os dois trabalhos do grupo fracos. A voz de Joe Newman é um caso à parte. Ela é extremamente rouca e, mesmo assim, ele brinca entre tons graves e falsetes, criando uma dinâmica muito particular e curiosa.
The Weeknd – (22h30 do sábado) Abel Tesfaye é um dos nomes mais remixados nas casas noturnas e festas do cenário eletrônico. Com o nome artístico de The Weeknd, o músico ganhou notoriedade abrindo os shows de Justin Timberlake. Assim como o ex-N’Sync, Tesfaye mistura música eletrônica, synthpop e R&B, com ênfase neste último. Sua voz não atinge os mesmos timbres de Justin, mas lhe garantiu ótimas críticas por seus EPs, além de quatro nomeações ao MTV Music Video Awards que, apesar do que possamos pensar, ainda possui certa relevância nos Estados Unidos.
James Bay – (00h35 do sábado) Um cantor inglês de folk com uma das vozes mais doces da atualidade. Não se limita ao folk farofa, procura ir além, seja nas temáticas abordadas ou simplesmente através do timbre de sua voz. A banda que o acompanha foi elogiadíssima pelo Bob Dylan em uma entrevista para o Pitchfork um tempinho atrás. Torça para que ele toque “Hold Back The River”, a canção folk mais arrepiante deste 2015, repleta daquele tempero gospel song. Sobe ao palco no mesmo horário de Glass Animals, por isso, veja a reprise de madrugada (não reprisarão Glass Animals, fica a dica).
Hot Chip – (06h40 do sábado) Os londrinos lançaram Why Make Sense? no primeiro semestre deste anos, sendo inclusive analisados aqui n’A Escotilha (leia aqui). O electro indie do Hot Chip é um dos melhores da última década. No novo trabalho, eles revisitam algumas influências oitentistas (como Prince, por exemplo) e as cruzam com a música eletrônica da primeira década do século 21. Vale ressaltar que o grupo tem uma das melhores apresentações ao vivo do mainstream mundial.
Alabama Shakes – (08h35 do sábado) Brittany Howard e seu Alabame Shakes são uma das grandes sensações do mundo da música em todo mundo. A voz de Howard é algo de outro mundo. Não bastasse isso, a musicista lidera um grupo capaz de tornar todas as canções de um álbum em hits. Sound & Color, seu novo trabalho, lançado no primeiro semestre deste ano, é definitivamente um dos melhores de 2015, mesmo que não tenha a mesma inventividade que Boys & Girls, trabalho que apresentou o gripo ao grande público. Confira nossa crítica do novo disco (clique aqui) e aproveite para assistir a um grande show.