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‘Sobrevivendo no Inferno’: a obra-prima dos Racionais MC’s

‘Sobrevivendo no Inferno’, dos Racionais MC's, simbolizou a consolidação da voz do gueto no mainstream.

porDaniel Pala Abeche
22 de maio de 2018
em Música
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'Sobrevivendo no Inferno': a obra-prima dos Racionais MC's

Imagem: Reprodução.

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Antes do ciberespaço tornar-se background  para dissonantes e divergentes vozes da arte, os Racionais MC’s provaram que as veias abertas da América Latina – como diria Eduardo Galeano em seu icônico livro de 1971 – poderiam, sim, ter voz no mainstream.

O quarteto paulistano, representante maior do rap nacional, surgiu em 1988 e experimentou popularidade ascendente nos anos seguintes, entretanto, a aura marginal basilar às vidas e letras do quarteto relegou a estes a permanecer no gueto artístico, até então o local em que um grupo de rap deveria abraçar.

Tudo mudaria com o lançamento de Sobrevivendo no Inferno, em 1997, quinto disco de estúdio da trupe. O DJ Kl Jay, cujo repertório pautado no autêntico funk americano, se mostrou mais engajado com o gênero do que nunca, e suas bases pesadas e consistentes deram ritmo às revoltosas vozes de Mano Brown, Edi Rock e Ice Blue, que mantinham urgência em externalizar na forma de poesia selvagem as injustiças presenciadas cotidianamente por seus próprios olhos.

E foi este disco de rap – urgente! -, composto por moradores da periferia paulistana, que levou o gueto, de fato, ao mainstream. Foram mais de 1 milhão e 500 mil cópias vendidas e videoclipes muito bem produzidos em exibição contínua na MTV. Detalhe: o disco foi lançado por uma gravadora independente.

Após 20 anos de seu lançamento, ‘Sobrevivendo no Inferno’ continua atual, tanto em sua sonoridade, quanto em suas letras.

As letras ainda abordavam as temáticas inerentes ao grupo, como a miséria, as desigualdades sociais e o racismo, entretanto, mostravam-se mais consistentes e maduras. “Capítulo 4, versículo 3”, um desabafo inconformado de Mano Brown, entoava a raiva de quem convive com a situação insuportável, limítrofe da periferia brasileira: “Minha intenção é ruim, esvazia o lugar/ Eu tô em cima, eu tô afim, um dois pra atirar/ Eu sou bem pior do que você tá vendo/ O preto aqui não tem dó, é 100 por cento veneno”.

A música “Diário de um detento” (baseada no diário de Jocenir, ex-detento do Presídio do Carandiru) gerou um dos videoclipes mais assistidos em 1998. A letra, relato do cotidiano de um presidiário, foi decorada por muitos brasileiros, tornando-se uma espécie de “Faroeste Caboclo” marginal e rendeu duas premiações no MTV Music Awards Brasil de 1998, além da 2ª colocação na lista de “O Melhor Clipe Brasileiro de Todos os Tempos“, pelo jornal Folha de São Paulo.

A citação de versículos da Bíblia, a homenagem a Jorge Ben Jor em “Jorge da Capadócia” e a consolidação de Edi Rock como grande compositor em “Periferia é periferia” e “Mágico de Oz” também contribuíram para o impressionante destaque que o álbum teve.

Sobrevivendo no Inferno figura a 14ª posição na lista dos 100 melhores discos da música brasileira da revista Rolling Stone Brasil. A importância do disco é tamanha, que, em 2015, o então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, presenteou o Papa Francisco com o álbum numa visita ao Vaticano.

Após 20 anos de seu lançamento, Sobrevivendo no Inferno continua atual, tanto em sua sonoridade, quanto em suas letras. A obra-prima dos Racionais consolidou-se como o principal disco do rap brasileiro ao escancarar uma realidade tão distante de muitos dos ouvintes do álbum e do estilo, o que de forma alguma significa perda de identidade, cessão ou flexibilização de suas temáticas. Não há amenidades. O disco incomoda justamente por ser porta-voz de uma parcela significativa de nosso país, cuja voz ainda estava silenciada.

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