No próximo dia 20 de junho, o Selo Sesc lançará, em comemoração ao Dia Mundial do Refugiado, o álbum Sons do Refúgio, que reúne canções de músicos em situação de refúgio, migrantes internacionais e apátridas que encontraram no Brasil um espaço para expressar sua arte.
O projeto é fruto da série documental de mesmo nome lançada pelo SescTV em 2022, que contou através de 10 episódios as histórias desses artistas e suas vivências em solo brasileiro.
Assim como na série, o álbum destaca a música como uma expressão cultural que ultrapassa fronteiras e aproxima as pessoas, rompendo barreiras de língua, raça, classe, religião e nacionalidade. Com dez faixas, o trabalho apresenta a arte de músicos de diferentes regiões do planeta, cada um trazendo consigo suas histórias de traumas, deslocamentos, preconceitos, acolhimentos e recomeços.
‘Sons do Refúgio’: uma jornada musical pelo mundo
O trabalho apresenta a arte de músicos de diferentes regiões do planeta, cada um trazendo consigo suas histórias de traumas, deslocamentos, preconceitos, acolhimentos e recomeços.
Sons do Refúgio tem sua abertura com a composição “Beleza Pura”, do congolês Zola Star, radicado no Brasil desde 1993. Com influências dos ritmos de Angola, o artista canta em português e vem conquistando espaço no cenário musical brasileiro.
Outra artista que se destaca é a angolana Ruth Mariana, cuja trajetória foi marcada por difíceis deslocamentos em busca de uma vida distante das guerras e crises de seu país. Em sua canção “Mulheres”, ela enaltece as lutas femininas.
A francesa Anaïs Sylla, de ascendência senegalesa, escolheu o Brasil por seu interesse na música nacional, buscando espaço para se desenvolver como cantora e compositora. Em Sons do Refúgio, a artista destaca-se com a canção “Mai”, interpretada em francês. O cubano Pedro Bandeira, líder da banda Batanga e Cia, também foi encantado pela música brasileira e traz o ritmo batanga em “Ijé”, tocado com instrumentos percussivos de Cuba.
Volta ao mundo, orgulho e ancestralidade
A iraniana Mah Mooni apresenta “Pulso do Nascente / Yo M’enamori D’un aire / Simin Bar / Uskudar”, canção que mostra um anseio por liberdade que era oprimido em seu país de origem. No Brasil, ela encontrou um lugar para expressar sua arte, ser modelo e velejar. Já Fanta Konatê, cantora, compositora e bailarina, demonstra a percussão africana em sua música “Matadi”, sendo influenciada por seu pai, o mestre percussionista Famoudú Konatê.
O grupo boliviano Santa Mala, formado por três irmãs rappers – Abigail Llanque, Jenny Llanque e Pamela Llanque – interpreta a canção “Mejor que Nadie”, celebrando sua ancestralidade inca e inserindo em suas músicas falas de protesto e empoderamento feminino. O grupo Maobe traz música, dança e percussão do Togo em “Eu Vim de Lá”, repercutindo elementos fundamentais através de ritmos ancestrais.
Em “Hal Asmar Ellon”, a cantora Oula Al-Saghir apresenta a música tradicional árabe e palestina. Refugiada no Brasil com sua família, Oula encontrou na música uma maneira de retornar e compartilhar costumes da Síria, sua terra natal, e da Palestina, terra de seus pais. Sons do Refúgio encerra com Guipson Pierre e o ritmo regueiro do Haiti na canção “Há Sempre Luz”. O haitiano veio ao país em busca de melhores condições de vida devido ao terremoto que atingiu sua pátria em 2010.
As canções de Sons do Refúgio estarão disponíveis no Sesc Digital e nas principais plataformas de streaming a partir do dia 20 de junho. O registro teve produção do músico e premiado produtor Zé Nigro, e direção musical de Beto Villares.
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