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Home Música

Sour Soul: bom demais para ser só improviso

porGuilherme Aranha
30 de maio de 2016
em Música
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Enquanto as luzes se acendem e os fãs vão à loucura, o jovem passa os corredores, sobe as escadas e se encontra frente a frente com a multidão. Ele apenas acena, de maneira bem discreta, enquanto se acomoda no seu corner.

Não sabe dizer se aquilo ali é um palco ou um ringue, mas a sensação de cerrar os punhos e olhar para os dedos aumenta a confusão. O demais participantes sobem pela escada oposta, ovacionados tanto quanto ele havia sido. Eles cruzam o olhar, misturando sensações. Passam por aquele breve encontro o respeito, a admiração e a vontade de fazer um grande espetáculo.

Tudo pode acontecer ali e nada está programado, não existe um roteiro a seguir. Sabem que são os únicos responsáveis por dar o tom do espetáculo, cada qual no seu estilo e no seu modo de se apresentar. Os cabos são plugados e o microfone, enfim, empunhado. A multidão vai à loucura mais uma vez e o show está prestes a começar.

Além desse aspecto cinematográfico de contar, o jazz e o hip-hop possuem várias semelhanças em seus gêneros. E a maior de todas elas, a meu ver, é a maneira precisa de improvisação. Se de um lado temos o raciocínio e o manuseio das palavras e fonemas com qualquer condução rítmica, do outro temos músicos que não precisam de ninguém segurando um microfone. E o encontro entre esses dois gêneros, de maneira tão simples e pura, só poderia resultar em um dos trabalhos mais brilhantes do último ano.

Sour Soul foi lançado em 2015, parceria entre o rapper Ghostface Killah (ex-Wu Tang Clan) e os canadenses da banda BADBADNOTGOOD. E nesse encontro, que talvez não seja tão dominado pela improvisação, ainda assim cria uma ponte incrível de conexão entre dois dos gêneros mais brilhantes da música.

Ghostface Killah: rimas brilhantes e a mente por trás de cada track Foto: Divulgação
Ghostface Killah: rimas brilhantes e a mente por trás de cada track. Foto: Divulgação.

Começando por uma capa que lembrar um lutador envolvido na bandeira, a primeira pancada fica por conta do quarteto, que abre com “Mono”. A faixa logo dá espaço para que o MC se apresente de maneira precisa na faixa que leva os nomes do álbum.

O fato é que o álbum se torna tão cerebral que enquanto o rapper faz o lado racional, com discursos sóbrios e sensatos, a banda faz o emocional, brincando a todo momento com a percepção do ouvinte.

As características essenciais para se compreender o trabalho passam mais pelo modo se apresentar do quarteto do que do rapper em si. O tom quase hipnótico em que se apresentam cria uma atmosfera que transportam as letras para um tipo diferente de sensações. O fato é que o álbum se torna tão cerebral que enquanto o rapper faz o lado racional, com discursos sóbrios e sensatos, a banda faz o emocional, brincando a todo momento com a percepção do ouvinte, dando um background perfeito para o MC com o mic na mão.

BADBADNOTGOOD: alma e emoção por trás de cada faixa Foto: Divulgação
BADBADNOTGOOD: alma e emoção por trás de cada faixa. Foto: Divulgação.

Em uma tradicional do rap old school, é bem provável que tanto as letras quanto a entonação de Ghostface Killah pudesse se apresentar como mais do mesmo. Mas é pela batida suave do grupo que as faixas se apresentam com uma sutileza tão incrível que o material acaba sendo mais impactante do que nos comuns latidos raivosos. E a paixão dos integrantes pela sonoridade do hip-hop fica bem presente com maneira uniforme que eles encontram para conduzir o material inteiro.

Mesmo sendo um disco delicioso de se ouvir, Sour Soul é muito difícil aos ouvidos de quem se acostumou a sons mais simples. Na faixa “Ray Gun”, por exemplo, os artistas brincam com a sensação do ouvinte de uma maneira perspicaz. Conduzida de forma simples, a batida se intensifica à medida que a letra toma o mesmo caminho, fazendo com que seu batimento cardíaco siga o ritmo da bateria. Já a faixa “Experience” é a prova final de que é o trabalho do grupo que faz o álbum ser genial.

Sour Soul é só mais um dos incríveis trabalhos que a BADBADNOTGOOD produziu ao lado de rappers. Consta no portfolio dos rapazes a presença de Earl Sweatshirt, Danny Brown e também Tyler, the Creator. Mas o álbum se torna icônico por botar no mesmo compacto a juventude da banda com a estrada rodada de uma figura lendária do hip-hop.

Se o céu cinzento e o frio persistirem nessa manhã de segunda-feira, solte o play em Sour Soul. Afinal, de improviso ou não, ele é a trilha sonora perfeita para quem quer improvisar alguns minutinhos de felicidade no próprio fone de ouvido.

Ouça “Sour Soul” na íntegra no Spotify

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Tags: BADBADNOTGOODGhostface KillahHip-HopjazzMúsicaSour Soul

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