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‘Twin Fantasy’ é a obra-prima de Car Seat Headrest

porBruno Vieira
19 de fevereiro de 2018
em Música
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É seguro dizer que estamos passando pela era dos remakes. Mas qual o sentido de refazer uma obra anos depois do seu lançamento? Olhando de um certo ângulo, pode parecer apenas uma estratégia caça-níquel. Por outro lado, há mensagens que merecem uma segunda chance. E, às vezes, nessa reverberação ressurgem com um vigor intensificado. Um potencial que ainda não havia sido explorado plenamente.

Esse é o caso de Twin Fantasy, regravação do álbum de mesmo nome lançado pelo Car Seat Headrest em 2011. Quando Will Toledo, o jovem fundador deste projeto solo que virou banda, anunciou o relançamento, sobraram especulações sobre os motivos que teriam o levado a essa decisão. Houve quem achou que era uma jogada de marketing da Matador, gravadora que lançou os últimos dois discos do grupo. Outros cogitaram se seria apenas uma remasterização — já que, como os outros 11 álbuns lançados por ele em seu Bandcamp, o Twin Fantasy original foi produzido com pouquíssimos recursos.

Todos erraram. Esse disco é ao mesmo tempo uma reflexão sincera e uma expansão da história contada por Toledo oito anos atrás. Uma narrativa que basicamente fala de corações partidos e desejos adolescentes. Mas se na primeira versão do disco Toledo extravasava suas angústias juvenis de maneira crua e dramática, aqui ele encontra energia justamente na resolução desses dramas.

Esse disco é ao mesmo tempo uma reflexão sincera e uma expansão da história contada por Toledo oito anos atrás.

Twin Fantasy funciona como a rima musical perfeita para filmes como Lady Birdleia nossa crítica sobre o filme (). Ambos habitam o mesmo universo. Um mundo familiar para qualquer um que passou pela fase de transição entre adolescência e a vida adulta. O trunfo dessas obras é o mesmo: sinceridade.

Com algumas alterações ao longo das letras do álbum, Toledo parece estar pronto para encarar sua história não mais como uma tragédia, mas como um momento que fez parte de seu crescimento. Desde seus primeiros trabalhos, sua capacidade lírica é notável. Ele consegue criar cenários e situações extremamente palpáveis sem apelar para a verborragia.

A confusão emocional e hormonal dos primeiros amores, a falta de traquejo social, a vontade de se conectar a algo ou alguém. Está tudo ali, distribuído em frases de efeito como “Eu sou incapaz de ser um ser humano”, “Nós já éramos destroços antes de colidirmos um no outro” ou “Eu fingi que estava bêbado quando me assumi para os meus amigos”. É tudo muito sutil, verdadeiro, banal e confuso, ao mesmo tempo.

Musicalmente o álbum é tão impactante quanto as letras de Toledo. Toda a energia que estava presente na primeira gravação de Twin Fantasy, mas que acabava perdendo intensidade por causa da baixa qualidade sonora, finalmente ganha vazão aqui. Em formato de quarteto, a banda conseguiu ampliar a dinâmica das canções originais. Juntos criam novas seções e dialogam com naturalidade momentos apoteóticos dignos dos grandes hinos do indie rock e outros mais íntimos como em “Stop Smoking (We Love You)” e “High To Death” — uma bela balada atmosférica, diga-se de passagem.

O ponto mais alto do álbum — e provavelmente de toda a trajetória da Car Seat Headrest — vem logo na segunda faixa: “Beach Life-In-Death”. Batendo os 13 minutos de duração e dividida em três partes, essa música representa tudo que torna a banda especial. A já referida dinâmica entre energia e intimismo, as letras afiadas e uma estrutura que não para de evoluir e surpreender… Tudo converge perfeitamente em vários momentos  de catarse. Como quando Toledo grita “Eu não quero ficar louco” ou surfa tranquilamente em cima de uma verdadeira muralha sonora, cantando “Nós dissemos que odiávamos os humanos, nós que queríamos ser humanos”.

Mas mesmo que o ponto alto do disco venha logo no seu início, as faixas restantes não perdem em qualidade. As canções se intercalam de maneira coesa, sempre trazendo elementos e ideias novas — como a grudenta linha de sintetizador no refrão de “Nervous Young Inhumans”. Mesmo ultrapassando uma hora de duração, Twin Fantasy nunca fica tedioso. Pelo contrário. A vontade é de escutá-lo repetidamente, o mais alto possível, decorar as letras e cantar junto aos berros. Como se dessa forma fosse possível exorcizar todas as nossas tragédias adolescentes.

Twin Fantasy trata de fazer as pazes com o passado. Afinal, crescer é isso. Ninguém pode ficar refém de momentos ruins para sempre. Tudo vai ficar bem. Não há mais ressentimento, apenas uma boa história para se contar. É como Toledo deixa claro nos últimos versos do álbum:

“Esse é o final da canção e é apenas uma canção. É uma versão minha e sua que pode existir isolada de todo o resto, e se é apenas uma fantasia, então qualquer coisa pode acontecer daqui em diante. {…} Isso é apenas uma letra música”.

Ouça ‘Twin Fantasy’ na íntegra no Spotify

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Tags: beach life in deathCar Seat HeadrestCrítica Musicalgarage rockindieLo-Fimatador recordsMúsicaResenhaRocktwin fantasywill toledo

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