Entre um disco e outro é de se esperar que os artistas demonstrem alguma evolução. Também é esperado que produção, arranjos, temáticas novas sejam trazidas à tona. Isso era o que tinha em mente antes de ouvir o novo EP da banda curitibana Urbanites, Anxious Minds, Vol. 2. Sequência do interessante mas imperfeito Vol. 1, o novo registro entrega alguns dos tópicos apontados acima, enquanto outros ainda ficam no aguardo.
Anxious Minds, Vol. 2 é mais curto que seu antecessor. Ao contrário das quatro faixas do EP lançado no ano passado, o novo álbum traz ao público três novas canções, que têm como principais méritos a maior coesão e uma aparente melhor produção. As amplitudes sonoras entre as faixas são menores, o que torna a união das composições mais coerentes. Não por acaso, é a maior evolução em relação ao lançamento do ano passado.
A Urbanites demonstrava estar em busca de uma identidade musical, que parece agora muito mais próxima, mesmo que as diferenças entre os dois discos dificultem determinar se é esta a imagem sonora que a banda curitibana deseja imprimir. Não obstante, a maneira como o grupo constrói seus riffs é o ponto de união entre os registros. São pungentes e cadenciados na mesma medida, evocam referências bem roqueiras, fazem reverências ao passado enquanto rabiscam uma tentativa de futuro, sem dúvida que mais à banda do que ao gênero, mas é quase impossível dissociar o andar de um sem o outro.
A Urbanites demonstrava estar em busca de uma identidade musical, que parece agora muito mais próxima, mesmo que as diferenças entre os dois discos dificultem determinar se é esta a imagem sonora que a banda curitibana deseja imprimir.
A maior falta ainda sentida é que os arranjos seguem o mesmo padrão do Vol. 1. Ainda que uma sequência – ou semi-sequência, se considerarmos Anxious Minds, Vol.2 como um trabalho que dá continuidade ao volume anterior -, a lógica podia ser invertida, na tentativa de criar um contraponto às composições anteriormente apresentadas. Uma opção estética diferenciada criaria uma espécie de “lado B”, representando uma continuidade pela temática abordada, por exemplo, ou mesmo pelo recorte temporal em que o álbum é apresentado.
Posto na balança, Anxious Minds, Vol. 2 é um claro novo patamar para a Urbanites. Tem novas camadas, mais coesão e energia. Contudo, o principal rescaldo que a banda pode tirar após seu lançamento é que as coisas começam a caminhar em uma direção mais definida. Há espaço para melhorias? Sim, sem dúvida. Porém, é inegável que os curitibanos estão arriscando, testando as possibilidades que a música oferece. Enquanto isso, acompanhamos este processo, ansiosos pelos próximos passos. Ou volumes, nunca se sabe.