É incrível sempre que eu ligo meu computador nos primeiros minutos de trabalho e o Spotify carrega na segunda-feira. A interface do sistema carrega e o play já salta na tela com listas e listas baseadas no meu gosto, com um algoritmo que beira à perfeição.
Pouco tempo antes, eu tinha a lista de filtragem de plataformas como o Deezer e mais antes ainda, as páginas da Last.FM, onde era divertido procurar as bandas e ver as relacionadas.
Nesse meio eu paro e penso o quanto a tecnologia tem facilitado a minha busca no ramo das bandas pesadas que, mesmo com uma base de fãs consideravelmente grande, ainda é difícil de se aventurar.
Digo isso porque sou muito fã de stoner e garage rock, dois gêneros comumente resumidos como metal ou punk, apesar de terem notórias diferenças. E enquanto as plataformas de música evoluem para oferecerem uma experiência mais personalizada, nós com gostos mais peculiares somos os primeiros a realmente sermos compreendidos quando o assunto é música.
Recentemente o Collector’s Room fez um post sobre jovens nomes do Stoner Rock e que merecem ser ouvidos, como Kadavar e Radio Moscow, dos quais sou grande fã. Mas foi nos jovens nomes que fui me aprofundando. E enquanto procurava algo que realmente me chamasse a atenção entre os artistas relacionados do Spotify, uma banda me chamou a atenção por fazer um som pesado, mas com elementos muito claros e nítidos do hard e muitas vezes soando como um grunge extremamente incisivo.
Foi assim que conheci a Valley of the Sun, banda de Ohio que sabe misturar muito bem as escolas do rock pesado com o rock rápido e puxado para a diversão.

A banda é jovem e com muita estrada, mas tem futuro promissor. E o seu segundo álbum The Saying of the Seers é uma obra muito bem construída.
Desde o começo, as faixas apresentam aquela típica estrutura headbanger: é botar o disco e em segundos sentir vontade de acompanhar as notas balançando a cabeça; e quando os vocais entram, a surpresa é boa: um vocal melódico e com bons alcances cansando com um som mais pesado e sujo.
A banda é jovem e com muita estrada, mas tem futuro promissor. E o seu segundo álbum The Saying of the Seers é uma obra muito bem construída.
O restante do trabalho da banda segue a mesma construção, abusando do contraste entre o peso e a melodia, dando uma releitura interessante a um gênero que, conforme mencionei acima, se confunde muito com o metal por conta de uma fórmula muito usada por demais bandas.
Valley of the Sun não é uma banda que vai revolucionar o gênero, nem abrir vertentes. Mas sua construção interessante pode inspirar muitas construções bacanas para a nova geração e talvez isso sim consume o stoner rock como realmente um gênero independente de suas raízes.
Para encarar uma semana pesada, vale a pena dar o play no trabalho desses caras e se encantar com uma nova forma de encarar o pesado, com toques mais melódicos.
E já que as plataformas novas nos permitem, que também role aquela caçada básica nos relacionados, porque tem muita banda surgindo por aí só precisando um play pra cair nos braços dos fãs.