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Home Teatro Em Cena

Teatro e a pandemia: o outro, mesmo que distante

Através de três curtos contos, coluna analisa a realidade de artistas, público e do próprio teatro brasileiro nesses novos tempos trazidos pela pandemia.

Bruno Zambelli por Bruno Zambelli
24 de julho de 2020
em Em Cena
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Nicole nunca encontrou Mauro pessoalmente e ambos nunca dividiram uma mesa com Bruno depois de uma das apresentações do espetáculo do qual fazem parte. Juntos, os dois primeiros em cena, o terceiro na direção, cumprem temporada virtual semanalmente no Zoom há quase dois meses. O trabalho que nasceu no meio da pandemia do coronavírus foi pensado exclusivamente para apresentações virtuais e estreou no auge da epidemia no Brasil. A relação dos três é diária, intensa e cumpre os protocolos sanitários exigidos atualmente. Planejam pro futuro rodas de conversas, temporadas estado a fora de uma adaptação da obra para os palcos e uma convivência “real”, longe da tela fria e luminosa que possibilita aos três artistas dar continuidade às suas atividades e garantir o pão de cada dia.

Carolina, Augusto e Marcelo são colegas de quarto, ou roommates como dizem. Dividem o teto e as contas mais de três anos e costumavam tirar as sextas para assistir alguma das tantas peças que haviam em cartaz na cidade de São Paulo. Depois do espetáculos, as “figurinhas carimbadas” da noite cultural paulistana dividiam contas e copos com seus atores preferidos, diretores anônimos e poetas notívagos que brotam do concreto da paulicéia. Hoje a realidade não os permite cumprir com o rito. Hoje, quinta-feira, estão assistindo ao mesmo espetáculo, cada de seu canto preferido da casa, em seu próprio telefone. Os três amigos fazem parte de um grupo de WhatsApp que divulga espetáculos teatrais, lives sobre o assunto o tudo mais o que possa interessar aos quase 200 membros, todos fãs das artes cênicas. Na próxima semana, o grupo pretende “lotar” uma sessão com a patota toda. A ideia é um espetáculo exclusivo para o grupão de amigos, coisa que parecia impossível há três meses quando enfrentavam filas e bilheterias pela noite da cidade. O brinde depois do espetáculo está garantido, como também está combinada uma roda de conversa exclusiva com o elenco. É quase parecido com as madrugadas do centro da cidade pós-espetáculo, alguns do grupo insistem em dizer. Quase.

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O brinde depois do espetáculo está garantido, como também está combinada uma roda de conversa exclusiva com o elenco. É quase parecido com as madrugadas do centro da cidade pós-espetáculo, alguns do grupo insistem em dizer. Quase.

Caê não tem a mesma sorte de Nicole, Mauro e Bruno, tão pouco vive a tranquilidade de Carolina, Augusto e Marcelo. Para ele, o teatro, o trabalho e o sustento como ator, nunca foi uma realidade absoluta. Aos 21 anos, Caê despencou do interior, onde aprendeu teatro, para São Paulo em busca de estudos e oportunidades na área cultural. Desde sempre trabalhou pra pagar a pensão que depois de 2 anos e muita luta “virou” uma kitnet e manteve os estudos cênicos para o expediente noturno. Mesmo depois de formado, não conseguiu se firmar no mercado e se dividia entre os bicos e trabalhos remunerados e a coxia. Com a pandemia tudo findou: os bicos, o trabalho, os ensaios e o palco. Dançando a ciranda da corda bamba equilibrista o ator recém-formado segue firme na terra da garoa e sobrevive graças à cesta básica que recebe mensalmente, iniciativa de um grupo de artista para prestar auxílio a colegas que, como ele, não conseguem fechar as contas em tempos de míngua.

Que a vida anda dureza não é lá nenhuma novidade. Os dias passam estranhos, os mortos se acumulam nos cantos do tapete imaginário criado pelo governo Jair Bolsonaro e a realidade parece que foi raptada pelo horror. A coisa tá feia pra onde quer que se olhe, por isso, assim de bate pronto é quase impossível encontrar refresco na realidade brasileira. Quase, porque pelo bem ou pelo mal o brasileiro é um povo acostumado com a aridez da felicidade, de modo que aprendeu a garimpar no cotidiano pequenos vestígios dessa pedra rara. Assim, meio por necessidade, meio por teimosia, desenvolvemos uma espécie de mania, um hábito travestido de sobrevivência que nos permite encontrar em meio aos pedregulhos dessa dura vida brasileira algumas miudezas, alguns rastros de sorriso que iluminam a barra da existência feito vela acesa no breu.

O dia-a-dia do artista brasileiro anda difícil, como todas as outras realidade no meio dessa pandemia. Exilado de sua própria casa, proibido de adentrar seu próprio mundo, o artista de teatro é mais um dentre tantos peixes fora d’água. Mas nem tudo são cinzas nos jardim de agora. Mesmo que de maneira diferente, ainda é possível florescer. Sem se quer reconhecer a própria face no espelho, reaprendendo a existir, o teatro brasileiro resiste e ainda cumpre, de uma forma ou de outra, seu principal papel: o de encontro com o outro. E isso, essa chama que fraqueja mas não cessa, felizmente é uma luz que alumeia e aquece no esse túnel escuro que atravessamos de olhos vendados e peito aberto.

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Tags: crise na CulturaEnsaioJair Bolsonaropandemiateatro
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