• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Teatro

‘Ana Lívia’ explora a estranheza ao falar sobre o próprio teatro

Com dramaturgia de Caetano Galindo, 'Ana Lívia', peça de Daniela Thomas, provoca um encontro divertido de atrizes no palco.

porMaura Martins
11 de dezembro de 2023
em Teatro
A A
Imagem: Divulgação.

Imagem: Divulgação.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Ao acender a luz para a cena inicial, fica claro que Ana Lívia, peça de Daniela Thomas com dramaturgia de Caetano Galindo, aposta na estranheza. O que vemos são duas mulheres nas pontas de uma longa mesa, com roupas pretas, e que se estendem sobre o móvel enquanto mantêm diálogos difusos. Há uma sensação de espelho, mas elas não são iguais.

De um lado, está Ana (Bete Coelho), que tenta entregar uma notícia a Lívia (Georgette Fadel, sensacional), que não quer ouvir o que ela tem a dizer. Aos poucos entendemos que elas conversam sobre uma peça, que ele escreveu (quem é “ele” é algo que permanece em suspenso o tempo todo, ainda que possamos imaginar que elas falem de Galindo, o autor).

Bete Coelho e Georgette Fadel em ‘Ana Lívia’. Imagem: Divulgação.

A sensação que o espetáculo vai nos trazendo é que Ana e Lívia convivem dentro de si e falam o tempo todo da função do teatro.

Mas elas falam de outras coisas: sobre a morte, sobre a vida, sobre o fazer teatral e sobre as possibilidades da dramaturgia. Ao mesmo tempo, Ana faz anotações em um caderno e elas discutem sobre suas dores.

Quem é Ana e quem é Lívia? No texto intrincado da peça encenada pela Cia. BR116, podemos entender que ambas são uma: Ana Lívia, e juntas elas representam dois lados de uma atriz. O primeiro deles, presente em Ana, é mais dramático, pesado, intenso. Já o lado de Lívia é mais leve, jocoso, e corporal.

A sensação que o espetáculo vai nos trazendo é que Ana e Lívia convivem dentro de si e falam o tempo todo sobre a função do teatro. Não por acaso, os mecanismos teatrais estão desnudos no palco, ao olhar da plateia, valorizados pelo desenho de luz de Beto Bruel e por uma cenografia sucinta e industrial. A ideia é justamente trazer à tona o funcionamento da “máquina” invisível que fica por trás de qualquer encenação.

Há também um comentário de fundo sobre James Joyce, autor traduzido por Caetano W. Galindo em 2012. Os dois nomes que batizam a peça, aliás, parecem remeter a Anna Livia Plurabelle, personagem de Finnegans Wake, romance de Joyce. Somam-se a isso menções a Emily Dickinson, Dylan Thomas e Adélia Prado, entre outros nomes. Todas estas referências se colam e se sobrepõem uma peça que lembra um monólogo, ainda que haja duas atrizes no palco.

Nas palavras de Daniela Thomas, Ana Lívia é “um fado de duas mulheres que contemplam o fim, enfim (pero sin perder el humor, jamás!)”. A celebração ao teatro vem à tona também na tônica do exagero das performances, matizado por exercícios e uma cena hilária em que Bete imita Georgette e vice-versa. Ao invés de apostar no realismo, aposta-se no muito, no over, no exageradamente explícito.

Por fim, permanece o tempo todo no palco um terceiro (ou quarto) personagem: o mar. A água, com sua fluidez, aparece enquanto som, símbolo e presença física que parece falar sobre o próprio teatro: belo e fugidio na mesma medida. Tal como a vida.

ESCOTILHA PRECISA DE AJUDA

Que tal apoiar a Escotilha? Assine nosso financiamento coletivo. Você pode contribuir a partir de R$ 15,00 mensais. Se preferir, pode enviar uma contribuição avulsa por PIX. A chave é pix@escotilha.com.br. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: Ana LíviaBete CoelhoBeto BruelCaetano GalindoCia. BR116Daniela ThomasGeorgette FadelTeatroTeatro brasileiro

VEJA TAMBÉM

Dirigido por Luciana Paes, Gregório Duvivier protagoniza ode crítica à língua de todos nós. Imagem: Joana Calejo Pires / Divulgação.
Teatro

Crítica: Em ‘O Céu da Língua’, Gregório Duvivier performa as fissuras da linguagem – Festival de Curitiba

8 de abril de 2025
Espetáculo retornou após 15 anos ao festival. Imagem: Roberto Setton / Divulgação.
Teatro

Crítica – ‘In On It’ retorna a Curitiba após 15 anos sem perder o frescor – Festival de Curitiba

4 de abril de 2025

FIQUE POR DENTRO

Wilco retorna após 9 anos de sua última passagem. Imagem: Akash Wadhwani / Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Wilco

22 de maio de 2025
Karine Telles brilha em 'A Vilã das Nove'. Imagem: Lupa Filmes / Divulgação.

‘A Vilã das Nove’ comove ao falar de amor e abandono

22 de maio de 2025
Quinteto londrino vem ao C6 Fest e se apresenta no domingo. Imagem: Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: The Last Dinner Party

21 de maio de 2025
Clara Moneke conduz trama de 'Dona de Mim'. Imagem: TV Globo / Divulgação.

‘Dona de Mim’ encontra força no afeto e na presença de sua protagonista

21 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.