• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Teatro

Crítica: ‘O Mistério de Irma Vap’ ganha tom político no Teatro Guaíra – Festival de Curitiba

Montagem de ‘O Mistério de Irma Vap’, com Mateus Solano e Luis Miranda, lota o teatro para apresentar um clássico da comédia besteirol.

porMaura Martins
4 de abril de 2022
em Teatro
A A
Crítica: ‘O Mistério de Irma Vap’ ganha tom político no Teatro Guaíra – Festival de Curitiba

Cena de 'O Mistério de Irma Vap'. Imagem: Annelize Tozetto.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

É difícil começar a falar sobre a clássica peça O Mistério de Irma Vap sem passar pela informação mais óbvia: o fato de que ela obtém um recorde no livro Guiness. A montagem dirigida por Marília Pera e estrelada por Marco Nanini e Ney Latorraca ficou 11 anos em cartaz, levando mais de 3 milhões de espectadores ao teatro.

O que nos faz pensar: o que há neste espetáculo, escrito por Charles Ludlam, que mobilizou tanta gente? Na montagem de Marília Pera, boa parte da propaganda estava em torno da mudança rápida de figurino: os dois atores da peça encarnam 8 personagens e os caracterizam por conta de trajes e perucas, que ficam sendo trocadas nos bastidores em uma velocidade incrível.

Já a montagem de O Mistério de Irma Vap do diretor Jorge Farjalla, apresentada durante o Festival de Curitiba, o foco está menos no cenário (que, fique bem claro, é incrível) e nas trocas constantes de roupas, e mais nas referências que são agregadas ao texto original.

A pegada de O mistério de Irma Vap é o besteirol. Isso quer dizer que a trama em si (a história de uma mulher, Lady Enid, que se muda para a casa de seu novo amor, Lord Edgar Montepico, mas precisa lidar com o “fantasma” de sua ex-mulher morta, Irma Vap, e com a criada Jane, leal à ex-patroa) é menos importante do que a quantidade de risadas que o texto consegue arrancar da plateia.

A fonte das risadas, claro, fica por conta de uma dinâmica afiada entre a dupla de atores. Mateus Solano e Luis Miranda (vencedor do prêmio Shell por esta peça) estão totalmente à vontade no palco, em um cenário que remete a um trem fantasma em um parque de diversões.

A grande atração desta nova montagem está nos diálogos que são mantidos tanto com textos da cultura pop, quanto com a situação do país.

Diferente da peça dirigida por Marília Pera, no espetáculo de Farjalla, boa parte dos figurinos são vestidos na frente do público, com o auxílio de um elenco de apoio vivido por quatro atores (Biagio Pecorelli, Fagundes Emanuel, Gus Casabona e Thomas Marcondes).

O quarteto configura uma atração à parte, e traz um tom meio de desenho animado a O Mistério de Irma Vap (lembre, por exemplo, dos momentos em que eles levantam placas ao público, remetendo a cenas que poderiam sair de um episódio do Pernalonga).

Um caldo de referências culturais

Cena de 'O Mistério de Irma Vap'
Cena de ‘O Mistério de Irma Vap’. Imagem: Annelize Tozetto.

Mas a grande atração desta nova montagem, como já dito, está nos diálogos que são mantidos tanto com textos da cultura pop, quanto com a situação do país. As referências ao universo dos filmes de terror já aparecem no figurino, como na peruca da empregada Jane, que relembra a de Gary Oldman em Dracula de Bram Stocker, ou na roupa de uma criança no filme It.

Algumas citações parecem um pouco forçadas, como a brincadeira com Crepúsculo, que nem é exatamente um clássico para merecer a menção. Além disso, há homenagens a Hitchcock, a Bibi Ferreira e até a personagens célebres dos próprios atores – Zé Bonitinho da Escola do Professor Raimundo, vivido por Solano, e a Sheila do espetáculo Terça Insana, vivido por Miranda, dão as caras no palco.

O “pingue-pongue” entre os dois atores, certamente, é um fator crucial ao sucesso de público de O Mistério de Irma Vap. Mateus Solano e Luis Miranda mostram-se afiados tanto na performance cômica, que explora muito um humor físico e escrachado, típico do besteirol, quanto nos “cacos” que são inseridos nos diálogos.

A peça encenada no Guaíra, acalorada pelo momento do país, ganhou tom político forte na plateia (que mobilizou um coro de “Fora Bolsonaro” antes que o espetáculo iniciasse) e no palco. Em vários momentos, Mateus Solano insere na peça imitações (jocosas) do presidente Bolsonaro e algumas referências aos números 17 e 13 são feitas – no caso do último, com direito a Luis Miranda soltando um “13, com orgulho” e fazendo o sinal de L com uma das mãos.

Se você saiu do teatro sem saber muito sobre Irma Vap (além, claro, do famoso mistério em torno da amada morta), pouco importa. A razão da peça é muito menos fazer o espectador entender, mas apenas se divertir – nem que seja às custas de Bolsonaro.

VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI, QUE TAL CONSIDERAR SER NOSSO APOIADOR?

Jornalismo de qualidade tem preço, mas não pode ter limitações. Diferente de outros veículos, nosso conteúdo está disponível para leitura gratuita e sem restrições. Fazemos isso porque acreditamos que a informação deva ser livre.

Para continuar a existir, Escotilha precisa do seu incentivo através de nossa campanha de financiamento via assinatura recorrente. Você pode contribuir a partir de R$ 8,00 mensais. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

Se preferir, faça uma contribuição pontual através de nosso PIX: pix@escotilha.com.br. Você pode fazer uma contribuição de qualquer valor – uma forma rápida e simples de demonstrar seu apoio ao nosso trabalho. Impulsione o trabalho de quem impulsiona a cultura. Muito obrigado.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: Charles LudlamFestival de CuritibaJorge FarjallaLuis MirandaMarco NaniniMateus SolanoNey LatorracaO Mistério de Irma VapResenhaTeatroTeatro Guaira

VEJA TAMBÉM

Dirigido por Luciana Paes, Gregório Duvivier protagoniza ode crítica à língua de todos nós. Imagem: Joana Calejo Pires / Divulgação.
Teatro

Crítica: Em ‘O Céu da Língua’, Gregório Duvivier performa as fissuras da linguagem – Festival de Curitiba

8 de abril de 2025
Espetáculo retornou após 15 anos ao festival. Imagem: Roberto Setton / Divulgação.
Teatro

Crítica – ‘In On It’ retorna a Curitiba após 15 anos sem perder o frescor – Festival de Curitiba

4 de abril de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Calçadão de Copacabana. Imagem: Sebastião Marinho / Agência O Globo / Reprodução.

Rastros de tempo e mar

30 de maio de 2025
Banda carioca completou um ano de atividade recentemente. Imagem: Divulgação.

Partido da Classe Perigosa: um grupo essencialmente contra-hegemônico

29 de maio de 2025
Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Rob Lowe e Andrew McCarthy, membros do "Brat Pack". Imagem: ABC Studios / Divulgação.

‘Brats’ é uma deliciosa homenagem aos filmes adolescentes dos anos 1980

29 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.