Espetáculo teatral em cartaz a partir de desta sexta-feira (15/07) no Portão Cultural – Auditório Antônio Carlos Kraide, O Pêndulo fala de um tema delicado, sensível: o impacto do tempo sobre um mesmo personagem.
Trata-se de um homem, artista, retratado pela peça em diferentes momentos de sua existência, uma jornada de altos e baixos, aos 20, 40 e 60 anos, quando ele se percebe invisível aos olhos de uma sociedade que supervaloriza a juventude.
A peça é resultado da costura dramatúrgica de três contos assinados por Luiz Carlos Pazello, grande nome do teatro paranaense. Ator de primeira grandeza, desta vez ele não está no palco, mas, de certa forma, é onipresente em cena porque o texto de O Pêndulo é encharcado de sua subjetividade.
O protagonista não procura um autor. Ele (também) é Pazello, tripartido em momentos de sua vida e interpretado por três atores diferentes: Cícero Lira, Ranieri Gonzalez e Thadeu Perrone, que vivem o personagem na juventude, idade adulta e velhice, quando ele se descobre sendo apagado, justamente no momento em que vê o mundo com maior nitidez.
“Em todas essas fases, o personagem, por ação da gravidade do tempo, enfrenta quedas e recomeços de diferentes ordens”, explica a diretora do espetáculo, Sílvia Monteiro, atriz e encenadora que além de assinar a montagem, teve a incumbência de alinhavar os textos de Pazello, seu marido e companheiro dentro e fora dos palcos. “Ele queria atuar, mas impedido por problemas de saúde, preferiu manter uma certa distância, e deixar que trabalhássemos a adaptação”, conta.
Embora trate do tempo e, como não poderia deixar de ser, de memória, O Pêndulo não investe na nostalgia, tampouco no saudosismo. Sílvia diz que evitar o tom nostálgico foi uma preocupação essencial durante o processo de criação do espetáculo. “Quando percebia que a interpretação dos atores poderia, até inconscientemente, ir nessa direção, eu interrompia. Eles estão sempre no presente.”
Embora trate do tempo e, como não poderia deixar de ser, de memória, O Pêndulo não investe na nostalgia, tampouco no saudosismo.
Como Pazello é um apaixonado pela Física, o texto é todo permeado por discussões de caráter mais científico, quando não filosófico, sobre o tempo, e sua relatividade.
Para a diretora, o público terá a oportunidade de vivenciar uma experiência única, com múltiplas sensações, justamente por conta de a peça transitar por esses diferentes tempos. “As pessoas vão, sim, se emocionar, provavelmente lembrar de momentos vividos ou pensar naqueles que ainda possam vivenciar. Mas também vão se divertir.”
Por ser uma montagem de teatro contemporâneo, o espaço do Auditório Antônio Carlos Kraide foi readequado com a proposta de que os espectadores não fiquem estáticos, presos à zona de conforto da plateia convencional, e se movimentem com a encenação, que tem cenografia e figurinos assinados por Paulo Vinícius.
Sílvia ressalta que o processo de criação do espetáculo se desenvolveu em torno de um conceito de “encontro”, dentro do qual todos os envolvidos, sem exceção, têm papel essencial e, de certa forma, coassinam o resultado final, que segue se transformando.
O Pêndulo, uma produção de Cicero Lira, permanece em cartaz até 7 de agosto no Portão Cultural – Auditório Antônio Carlos Kraide. As sessões ocorrerão de quarta a sábado às 20 horas e aos domingos, às 18h. A estreia para o público em geral inicia amanhã (15/07). A entrada é franca e os ingressos são limitados para 50 pessoas por apresentação.
O acesso para reservar os ingressos será liberado uma semana antes de cada sessão na página do evento na Sympla. O checkin (validação do ingresso) será feito de forma presencial no local do evento – impreterivelmente – até 45 minutos antes da sessão escolhida.
SERVIÇO | O Pêndulo
Onde: Auditório Antônio Carlos Kraide – Portão Cultural | Av. Rep. Argentina, 3430 – Água Verde, Curitiba;
Quando: de 15 de julho a 7 de agosto, quarta a sábado, às 20h, e domingos, às 18h;
Quanto: entrada franca.
Para mais informações acesse a página do espetáculo no Sympla clicando aqui.
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