Estreou na última quarta-feira, 6, o The Four Brasil, novo reality musical da Record. Com um formato diferente da maioria dos programas de calouros, já iniciando com quatro participantes intitulados de “finalistas”, escolhidos previamente pela produção, a atração tinha a promessa de ser um grande acerto da emissora. Mas não foi o que aconteceu.
O programa, que conta com Xuxa Meneghel como apresentadora e Aline Wirley (ex-integrante do grupo Rouge), Léo Chaves (da ex-dupla Victor e Léo) e João Marcelo Bôscolli (produtor musical e filho de Elis Regina e Ronaldo Bôscolli) como jurados, é um formato da Armoza, com produção da Endemol Shine Brasil.
A atração se inicia com os quatro “finalistas” e novos candidatos vão surgindo para tentar pegar o lugar dos que lá já estão. A dinâmica é a seguinte: o novo candidato faz a sua apresentação. Se conseguir aprovação unânime dos três jurados, escolhe um dos quatro “finalistas” para uma batalha. Cada um faz a sua apresentação e, dessa vez, é a plateia que define quem permanece.
A produção pecou por se exceder no uso dos efeitos visuais. Com um grande cenário e recursos tecnológicos de ponta, acabaram metendo os pés pelas mãos ao tentar mostrar todo o potencial de uma só vez.
Com esse formato inovador, a atração tinha de tudo para ser um sucesso, mas deixou muito a desejar em inúmeros aspectos, a começar pelos próprios integrantes: a apresentadora e os jurados. A forma de Xuxa em conduzir o programa o deixou como algo monótono, incapaz de animar o telespectador. Léo Chaves e Aline, por outro lado, pecaram pelo excesso, sobretudo a cantora. Com um discurso repetitivo de exaltação ao programa e com um exagero nos elogios aos candidatos, desconsiderando os erros e as falhas, Aline passou longe do papel de jurada. O mais coerente, ainda que com um pequeno ar de arrogância, foi João Bôscolli.
Outro aspecto e talvez o mais crucial, afinal é em torno do que se gira um reality musical, são os participantes. A seleção de candidatos foi bem fraca. Se tratam, pelo menos nesse primeiro episódio, de cantores comuns, sem nenhum grande diferencial ou destaque. Além disso, a escolha do repertório por esses foi em sua maioria esmagadora de músicas internacionais (apenas uma música brasileira), contribuindo para a falta de características nacionais do programa, que é, por sua vez, uma franquia mundial.
A produção ainda pecou por se exceder no uso dos efeitos visuais. Com um grande cenário e recursos tecnológicos de ponta, acabaram metendo os pés pelas mãos ao tentar mostrar todo o potencial de uma só vez.
Esse primeiro episódio foi gravado, os próximos serão ao vivo. A expectativa que fica é de que no “ao vivo” alguns desses fatores possam ser corrigidos e um programa mais moderado e equilibrado possa ser oferecido ao público, porque potencial em formato ele tem.