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Ácido e pouco convencional, ‘Snuff Box’ é um exemplo primo do humor negro britânico

Em esquetes estrelando protagonistas egoístas e grosseiros, 'Snuff Box' é o prazer de ver pessoas espalhando dor e sofrimento ao seu redor.

porDavid Ehrlich
25 de março de 2019
em Televisão
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Ácido e pouco convencional, 'Snuff Box' é um exemplo primo do humor negro britânico

Imagem: Reprodução.

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Ok, vamos esclarecer algo logo de cara: não existe tal coisa como uma comédia que seja do gosto de todo mundo – sem exceções. Todos nós temos aquela comédia sobre a qual lemos várias observações positivas, mas na hora de assistir, não rimos uma única vez. Portanto, como crítico, em nada me responsabilizo pelo seu riso, ok?

Dito isso, falemos sobre comédias britânicas. De fato, o humor britânico pode ser um tanto peculiar aos nossos olhos brasileiros, mas costumo gostar dele. E a BBC possui uma longa tradição de programas de comédia, com clássicos como Are You Being Served?, Fawtly Towers, The League of Gentlemen e The Office. Hoje falaremos de um de seus programas de comédia que atingiu um status cult ao redor do mundo: o ácido – e um tanto incomum – Snuff Box.

Lançado em 2006, Snuff Box é um programa de esquetes estrelando os comediantes Matt Berry e Rich Fulcher. Na época, Matt vinha fazendo seus primeiros papeis proeminentes na TV em séries como Garth Marenghi’s Darkplace e The IT Crowd, e Rich já se tornara um nome conhecido por sua atuação em The Mighty Boosh (programa no qual Matt também fazia aparições regulares). Em Snuff Box, eles interpretam respectivamente um carrasco britânico e seu assistente americano. Ambos são igualmente egoístas e grosseiros, e passam os dias perambulando pelos bairros de classe alta de Londres, completamente indiferentes à dor e ao ódio que espalham por aí e que causam inclusive um ao outro.

Se ela será sua nova comédia favorita, dependerá do quão alto você ri.

Com seis episódios, todos eles seguem uma estrutura razoavelmente parecida. Começam em um ameaçador corredor branco e logo de cara transitam para alguma cena chocante antes mesmo dos créditos iniciais aparecerem – como uma execução ou um jogo de roleta-russa. Após isso, segue uma série de esquetes estrelando Matt e Rich junto com diversos personagens que parecem representar todo tipo de doença mental imaginável (muitos deles interpretados também pelos próprios Matt e Rich).

Os esquetes começam parecendo que irão terminar em alguma piada clichê, até que do nada seguem por algum caminho estranhamente sombrio, com os protagonistas sendo cruéis com todos ao seu redor puramente “porque sim”. Às vezes a crueldade sai pela culatra e eles têm algum destino horrível, mas geralmente eles espalham sangue e lágrimas aonde forem e saem completamente impunes com isso. Por fim, ao nos despedirmos desse universo bizarro e sem justiça, Matt e/ou Rich canta a música tema da série (composta por Matt), com uma graça tão comovente que destoa completamente da atmosfera do restante do episódio, o que paradoxalmente apenas acrescenta à aleatoriedade geral.

De uma forma curiosa, em meio a isso tudo, a estrutura narrativa de Snuff Box rompe com o padrão episódico de séries de esquetes. Diversos esquetes evoluem ao longo dos episódios, deixando clara uma continuidade entre eles – a exemplo de um envolvendo Matt tentando comprar um par de botas de caubói prateadas -, e vários personagens secundários acabam eventualmente cruzando caminhos entre si, evidenciando que tudo se passa em um mesmo universo louco. Com isso, Snuff Box consegue se tornar uma espécie de híbrido entre programa de esquetes e sitcom, raro de se ver na televisão.

Esquete ou sitcom, Snuff Box definitivamente está longe do tipo de comédia que costumamos ver no nosso dia-a-dia, adequada para a família e com finais felizes. Inclusive, em diversos momentos, a série parece contar piadas propositalmente estúpidas com o único propósito de tirar sarro de tal tipo de comédia. Nem mesmo os romances de Jane Austen, com seu humor sutil e perspicaz, são perdoados.

Mas mesmo que esse não seja o seu tipo de comédia, precisamos ser honestos em um ponto: a música-tema é ótima. Com sua melodia contagiante e sua letra composta de versos quase aleatórios, ela fica facilmente grudada na cabeça, e ainda por cima pode servir de entrada para ouvir outras músicas de Matt Berry, que além de comediante tem também algumas contribuições surpreendentemente boas para o rock progressivo.

Se você gosta de comédia alternativa, Snuff Box é uma série que vale a pena ao menos dar uma olhada. E com seus episódios de meia hora que passam surpreendentemente rápidos, é fácil de ser maratonada. Se ela será sua nova comédia favorita ou se estará a par com outras que você gosta, dependerá do quão alto você ri.

Tags: BBCMatt BerryResenhaReviewRich FulcherSeriadosSériesSnuff BoxSnuff Box comédiaTV Review

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