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‘Shippados’ e a alegria da angústia

porRodrigo Lorenzi
10 de setembro de 2019
em Televisão
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'Shippados', série original da Globoplay

'Shippados', série original da Globoplay e a última obra de Fernanda Young com Alexandre Machado. Imagem: Divulgação.

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Como bem definiu a atriz Tatá Werneck, Shippados “tira humor da angústia com pessoas reais em situações reais”. Não poderíamos esperar menos de um texto de Fernanda Young e Alexandre Machado. Depois de diversas empreitadas na TV, literatura e teatro, Fernanda Young encerra uma carreira brilhante dialogando justamente com sua série de maior sucesso, Os Normais. Shippados, série original da Globoplay com 12 episódios, tem muito de Rui e Vani, mas agora com uma boa dose de melancolia e dor. A consciência do amor, como disse Fernanda Torres.

Shippados acompanha a relação de Rita (Werneck) e Enzo (Eduardo Sterblitch) após um encontro desastroso dos dois com outras pessoas por meio de um aplicativo. O casal foge dos padrões, são esquisitos e tem visões de mundo diferentes do senso comum. A química é certa e logo eles começam a namorar. É a porta de entrada para a verborragia de Fernanda Young e Alexandre Machado, que dissecam o ordinário do cotidiano e do amor em um roteiro hilário, mas também triste.

Eduardo Sterblitch e Tatá Werneck brilham em 'Shippados'
Eduardo Sterblitch e Tatá Werneck brilham em ‘Shippados’. Imagem: Divulgação.

Rita e Enzo são dois jovens adultos como tantos outros normais. Perto dos 30, a vida ainda parece sem sentido. Solitários e cheios de traumas, os dois lutam por uma estabilidade emocional e por um lugar mais confortável dentro de suas próprias peles. Ainda que se divirtam com suas esquisitices e seus comentários irônicos, no fim do dia os dois sentem uma melancolia bastante comovente e, por vezes, autodestruidora.

O roteiro subverte a lógica em diversos momentos, assim como todas as obras da dupla Young/Machado.

Rita, que parece ter muito de Young, é inteligente, engraçada e observadora, porém carrega um mau humor crônico e uma tendência à sabotagem própria. Esse comportamento permite que Tatá Werneck brilhe em suas cenas, já que pode mesclar todo seu talento para a comédia com uma alegria triste. Suas cenas de surtos, aparentemente sem sentido, são engraçadas num primeiro momento, para logo depois nos fazer sentir uma tristeza, um vazio capaz de derrubar algumas lágrimas. O brilhante do roteiro, porém, é não compreendermos muito bem porque estamos sentindo aquilo.

Eduardo Sterblitch entrega uma atuação absurda com seu Enzo, um cara por vezes imaturo, outras vezes a pessoa mais bacana do mundo. Seus olhares e expressões corporais são incríveis e, tal como Werneck, Sterblitch consegue mostrar seu talento como ator ao transmitir toda a angústia de não conseguir o afeto de Rita quando ele mais espera – ou o afeto de qualquer outra mulher quando em busca de um relacionamento sério.

Luis Lobianco, Clarice Falcão, Tatá Werneck, Eduardo Sterblitch, Júlia Rabello e Rafael Queiroga
Luis Lobianco, Clarice Falcão, Tatá Werneck, Eduardo Sterblitch, Júlia Rabello e Rafael Queiroga. Imagem: Divulgação.

O roteiro subverte a lógica em diversos momentos, assim como todas as obras da dupla Young/Machado. Quando esperamos rir, temos uma cena triste. Quando achamos que algo mais pesado vai aparecer, somos surpreendidos pelo riso. Com um olhar aguçado sobre as relações humanas, Young e Machado produzem uma crônica do amor moderno, fazendo com que nós consigamos nos identificar com aqueles personagens. Todo mundo tem um pouco de Rita e Enzo.

Os outros personagens são igualmente bons e servem para dar ainda mais espaço e voz ao turbilhão de ideias e argumentos do roteiro. Brita (Clarice Falcão) e Valdir (Luís Lubianco) vivem pelados em casa, em uma relação que parece mais saudável do que muitas outras ditas “normais”, mesmo com todos os absurdos de uma vida sem roupas ou rótulos. Já Suzete (Julia Rabello) e Helio (Rafael Queiroga) são aqueles personagens livres para comentar qualquer detalhe e analisar cada situação. Hilários, os dois garantem uma espécie de conforto e leveza na história. Temos, ainda, a mãe de Rita, Rosa (Maria Pompeu), que embora pudesse ter ganhado mais desenvolvimento dentro da série, exemplifica bem a complexa relação mãe-filha e desordena qualquer coisa que se espera de uma mãe.

Composta por uma trilha sonora de músicas independentes brasileiras, Shippados é uma das melhores séries de Fernanda Young e que, infelizmente, se tornou a última. Colocando uma grande lupa em cima das nossas paranoias, Fernanda Young consegue transmitir em palavras o que a gente não é capaz. Em 12 deliciosos episódios, Shippados nos diz que nenhuma relação precisa ser um post de Instagram e que o amor, às vezes, vem da maneira mais torta possível, mas vem.

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Tags: Eduardo SterblitchFernanda YoungGloboplayResenhaSeriadosseriados brasileirosSériesshippadosTatá WerneckTV Review

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