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Paranoia, alteridade e política no cinema de horror

Coluna discute narrativas de horror que se aproximam do cenário político atual brasileiro.

porRodolfo Stancki
23 de março de 2016
em Espanto
A A
Paranoia, alteridade e política no cinema de horror

Imagem: Reprodução.

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As produções culturais catalisam preocupações do mundo contemporâneo. Entre 1950 e 1970, a paranoia com o avanço do comunismo em territórios norte-americanos gerou um ciclo intenso de obras do cinema de horror. Filmes como Vampiros de Almas (1956), O Planeta Proibido (1956) e Os Invasores de Marte (1953) refletem os anseios de uma sociedade que se sentia à beira de uma invasão política e cultural dos soviéticos.

Olhar para esses títulos hoje pode trazer uma estranha sensação de familiaridade. Nessas narrativas, o inimigo é sempre próximo, quando não é uma projeção do imaginário. Pessoas em quem confiamos facilmente podem ter sido corrompidas, trocadas por réplicas com opiniões inaceitáveis e comportamentos indesculpáveis.

De um modo geral, o horror sempre representa o monstro como o outro. O deformado, o nativo e o estranho são características recorrentes das ameaças nessas tramas. Na literatura de H. P. Lovecraft, o perigo está nas etnias não brancas. Negros, indígenas e povos primitivos conjuram demônios, escrevem rituais proibidos e profanam tumbas de deuses raivosos. Não é por acaso que o autor foi amplamente acusado de racismo posteriormente. Tal interpretação de seus contos, porém, é anacrônica. A representação de seus personagens é fruto de uma experiência social bastante particular que reflete uma vida de enclausuramento do escritor.

Como as polarizações políticas extremistas, essas narrativas de horror não exercitam bem a alteridade. Os personagens são opacos, vazios e sem complexidade.

De qualquer forma, há uma grande diferença no olhar lovecraftiniano da ameaça para o do ciclo de paranoia anticomunista nos Estados Unidos. Isso porque o medo cósmico de Lovecraft vem do desconhecido. O perigo no horror da década de 1950 é o próximo, que conspira contra o status quo socialmente estabelecido.

Como as polarizações políticas extremistas, essas narrativas de horror não exercitam bem a alteridade. Os personagens são opacos, vazios e sem complexidade. Falta uma dimensão de que o perigo é o próprio modelo de convivência do eu com o outro.

Um episódio da primeira temporada de Além da Imaginação (The Twilight Zone, 1959) é particularmente interessante para problematizar essas crises de alteridades. Trata-se de “O Monstro da Rua Marple”, que mostra uma comunidade que é assolada pela suposta presença de uma criatura. O único que alega ter visto a criatura é um menino de dez anos. Quando a luz da região acaba, os moradores entram em pânico e passam a acusar uns aos outros de serem o tal monstro.

Com o passar dos acontecimentos, os personagens se voltam novamente para o garoto, que revela que tira suas conclusões sobre um suposto perigo dos gibis de ficção científica que coleciona. A última cena mostra dois alienígenas observando os moradores da Rua Marple se destruírem. Um deles comenta, em seguida, que a humanidade pode se enfraquecer, brigar e caminhar rumo ao apocalipse por causa de luzes apagadas e falsas informações. Assustador, como o momento em que vivemos no Brasil.

Tags: Além da ImaginaçãoCinema de HorrorH. P. LovecraftHorrorO Monstro da Rua MarpleOs Invasores de MarteParanoiaPlaneta ProibidopolíticaThe Twilight ZoneVampiros de Almas

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