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Home Crônicas Yuri Al'Hanati

O desequilíbrio geográfico de Pokemon

porYuri Al'Hanati
15 de agosto de 2016
em Yuri Al'Hanati
A A
"O desequilíbrio geográfico de Pokemon", crônica de Yuri Al'Hanati.

Imagem: Reprodução.

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Dispensável começar essa crônica comentando a febre que está sendo o joguinho Pokemon Go. A cidade ferve com pessoas de todas as idades se trombando por não desgrudar os olhos do celular. O fato realmente curioso – e o meu objetivo com este texto – é a revolta de alguns com a disponibilidade geográfica dos pontos de interesse do jogo, que trabalha com a realidade aumentada e força o usuário a perambular por aí em busca de monstrinhos virtuais. Tanto a incidência de pokemons quanto a presença de totem de itens e ginásios para treinamento (não vale a pena explicar o que são, basta saber que é importante para o jogador sempre passar por esses lugares) tem gerado uma ligeira porém não de todo injustificada sensação de desequilíbrio no jogo. É natural: os jogadores mais desenvolvidos são os que, não coincidentemente, moram próximos a lugares estratégicos.

A disponibilidade de recursos animais, entretanto, sempre definiu e sempre definirá a história do mundo. Os cavalos,originários da Eurásia, possibilitaram o triunfo de Gêngis Khan e sua horda mongol sobre o globos (munidos de arcos recurvos, é lógico); galinhas, cabras e outros animais domésticos, que facilitaram a transição do nomadismo e a ampliação da agricultura, promoveram uma maior densidade demográfica e a formação de cidades na Europa e no oriente médio. Enquanto isso, na América do Norte, apaches e kodiaks dependiam da caça e do trabalho humano para estabelecer suas frágeis civilizações. As maiores cidades pré-colombianas do novo continente conseguiram alguma melhoria com a domesticação de lhamas, mas nada muito além disso. Búfalos e grandes felinos jamais foram domados a tempo, e a ausência de qualquer animal de tração, montaria e ataque se mostrou uma enorme desvantagem frente aos colonizadores.

O fato realmente curioso – e o meu objetivo com este texto – é a revolta de alguns com a disponibilidade geográfica dos pontos de interesse do jogo, que trabalha com a realidade aumentada e força o usuário a perambular por aí em busca de monstrinhos virtuais.

Também a guerra biológica – notoriamente o principal fator de desequilíbrio entre povos do velho e do novo mundo – foi vencida pelos europeus graças às inúmeras pragas que trouxeram de suas cidades imundas, desenvolvidas pelo contato entre animais doentes e pecuaristas enclausurados em péssimas condições sanitárias. Aqueles que sobreviveram à peste bubônica, à cólera e a varíola se tornaram organismos mais fortes do que qualquer selvagem acostumado a uma vida limpa. Tivessem as vacas, as cabras, os porcos e as galinhas se originado deste lado do meridiano de Greenwich, a história das civilizações e suas conquistas teria sido outra.

Mas ah, eu estava falando de Pokemon. Enfim, crianças, injustiças fazem parte do mundo real.

Tags: civilizaçãoCrônicaGeografiahistóriainjustiçaPokémonrecursos animais

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