Entende-se por “bruxismo” o hábito inconsciente e incontrolável de ranger ou apertar os dentes, sobretudo durante o sono. Segundo os gramáticos, deve-se pronunciar “brucsismo”, de maneira a diferenciar de outra palavra, bastante semelhante, que também se escreve “bruxismo”, mas que, por sua vez, se pronuncia “bruxismo”. Como na escrita não é possível ouvir a pronúncia, deve-se ter sempre o cuidado de não confundir uma coisa com a outra. Afinal, o outro bruxismo se refere às atividades de bruxos, os quais, apesar dos hábitos noturnos, guardam bem poucas semelhanças com as de um “bruxista”, isto é, alguém que range os dentes. Em verdade, o bruxista se diferencia do bruxo em uma série de fatores, sendo o mais evidente o fato de raramente possuir poderes mágicos.
Os bruxismólogos, pessoas que dedicam as suas vidas a estudar o fenômeno, divergem sobre a origem deste curioso hábito. Alguns sustentam que o costume de ranger os dentes surgiu em primitivos grupos que povoaram a região da atual Bélgica, notadamente a capital Bruxelas. Outros garantem que já se rangia os dentes em meio às comunidades judaicas e os primeiros cristãos. É sintomática a existência de alguns textos sagrados do cristianismo em que existe a expressão “choro e ranger dentes”.
No entanto, evidências arqueológicas recentes, ou seja, uma dentadura com os dentes totalmente gastos, apontam que o costume de ranger os dentes já existia em meio aos gregos. De acordo com essa teoria, inclusive, o termo bruxismo teria origem no grego “brýkhmós”, que significa “bater descontroladamente os dentes, ou simplesmente apertá-los com força, mas de toda forma fazer um estrago violento neles e ainda acordar com uma dor na mandíbula que só por Zeus mesmo”. A dor na mandíbula, inclusive, é um dos sinais mais característicos de que uma pessoa range os dentes durante a noite, sendo outro o fato de seu companheiro preferir ir dormir no sofá.
O termo bruxismo teria origem no grego ‘brýkhmós’, que significa «bater descontroladamente os dentes, ou simplesmente apertá-los com força, mas de toda forma fazer um estrago violento neles e ainda acordar com uma dor na mandíbula que só por Zeus mesmo».
Em geral, o bruxismo tem como causas o nervosismo, o stress e a leitura de jornais. Até o momento, não existem evidências de que o problema tenha origem em vermes ou em vidas passadas que foram mal resolvidas. Ao contrário do que geralmente se pensa, o problema não atinge apenas crianças, mas também adultos e, eventualmente, até mesmo algum cronista do cotidiano.
Como tratamento, pode-se optar pela supressão de todos os dentes (método largamente eficaz) ou pelo uso de uma placa, de silicone ou acrílico, que o indivíduo deve colocar boca adentro todas as noites antes de dormir. Nesse caso, a pessoa não bate os dentes, mas morde a placa, e com tal voracidade que em breve poderá inutilizá-la completamente, havendo necessidade de se fazer outra.
A maior parte dos bruxistas, no entanto, consegue resolver o problema sozinho, tão logo tomem consciência do valor cobrado pelo dentista para uma dessas placas. Em verdade, se não começar a bater os dentes nervosamente ao ouvir falar nos custos, o paciente já pode se considerar curado. Do contrário, será preciso iniciar um tratamento que minimize esse ranger de dentes. Talvez consiga, mas ainda haverá choro, a cada pagamento.
