A máscara representa uma expressão, reconhece outro lado, se encaixa em várias codificações de sentidos, muda o estado do corpo presente em uma estranha movimentação do olhar, em outro espaço desconhecido da percepção. Ela cria um significado através da experimentação, da livre articulação presencial dos fatos, seguindo um árduo caminho para compreender o mínimo. A máscara descobre o ambiente, se desprende da realidade encenando o impossível. Reinventa a cena sentindo uma energia diferente que possibilita o fluxo da dimensão corporal, buscando outro lado para não repetir a mesma expressão.
A figura imaginativa da máscara atravessa a imagem apresentada, se compõe de múltiplas linhas que se encaminham para o olhar, surpreende o raciocínio e conduz uma linguagem interpretativa que gera outro encantamento com a exploração do irreconhecível. A identificação dessa composição envolve movimentação e intenção na comunicação linguística da informação. Expressa o impossível em todos os sentidos e se mantém numa estrutura como base para explorar a capacidade que o de fora lhe oferece, desenvolvendo a sutileza da criação.
A máscara se camufla num poço de máscara, tudo é medo, vulto, imediação uniforme, forma contínua ausente de princípio. Chuva que rasgar a camada que cobre a percepção do olhar.
A máscara é uma imagem que pertence à imaginação, é uma criação única. Ela é neutra, a máscara de todas as máscaras; é representação direta que chega ao pensamento. O corpo tenta se encontrar com o movimento que a máscara pede, é um personagem entranhado na gente, um devir olhar, uma captação de imagem, uma interpretação de sentido do pensamento poético. O olhar da máscara é um olhar diferente, não se tem texto, se tem desgaste físico, dúvidas e impaciência. A ideia de apresentar qualquer proposta exige uma explicação no mínimo razoável da criação. É preciso encontrar um caminho, enxergar com o som do espírito.
A personagem retira das emoções a imaginação que vem através do olhar da máscara. A apresentação é conduzida pelo sentimento da máscara, da tranquilidade que nasce da angústia que se busca chegar a algum lugar. A projeção do mundo se expande na nesga de luz que invade a fresta perfurada na máscara. Os passos dessa descoberta se divertem com a coreografia do deslizar no espaço, é preciso olhar com o som dos movimentos do tempo, olhar com o sentir do respirar. A máscara se camufla num poço de máscara, tudo é medo, vulto, imediação uniforme, forma contínua ausente de princípio. Chuva que rasga a camada que cobre a percepção do olhar.
A luz que atravessa inicia o show para o outro, uma recapitulação dos pensamentos no caminho da articulação. A observação da máscara se identifica com o ambiente onde estamos inseridos, nos reflete outras historias; outro ser que estranhamos até mudarmos a composição do lugar.