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‘Inverossímil’, de Rodrigo Rosp, e a arte de produzir desejo sem causa

Romance do gaúcho Rodrigo Rosp, 'Inverossímil' é um importante retrato da futilidade e fragilidade das relações contemporâneas.

porJonatan Silva
11 de agosto de 2017
em Literatura
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'Inverossímil', de Rodrigo Rosp, e a arte de produzir desejo sem causa

Imagem: Reprodução.

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No romance O Professor de Desejo (1977), Philip Roth cria a intrincada relação de um professor universitário com suas alunas nos libertinos anos 70. Seguindo a tradição deixada pelo norte-americano, o escritor e editor gaúcho Rodrigo Rosp narra em Inverossímil as andanças sexuais de Caio, professor de literatura que se afunda em relacionamentos escusos. Entre um flerte e outro, ele busca concluir o livro que está escrevendo e colocar nos eixos o seu casamento que, cada vez mais, está prestes a naufragar.

Ao contrário de Abe, personagem de Joachim Phoenix no longa Homem Irracional (2015), de Woody Allen, Caio não se nega às aventuras e usa como pontapé o texto erótico escrito por uma das pupilas. Com as artimanhas e o desejo ferido de um homem mais velho, ele rasteja até conseguir o seu objetivo – levar a falsa inocente Mirella para a cama. Para compor esse cenário ardiloso, Rosp recorre às modernidades das mensagens de texto dos smartphones – como faria Jonathan Franzen em Pureza (2015), quase que simultaneamente – estabelecendo um interessante padrão gráfico na narrativa.

Como uma linguagem solta e repleta de coloquialidade, o autor coloca o leitor como expectador de tudo o que acontece no livro, como um visitante privilegiado que consegue esmiuçar a alma dos personagens. Inverossímil é, com o perdão do trocadilho, uma obra sobre crime e castigo, mas não sobre culpa – todos se colocam a favor daquilo que fazem como um Dorian Gray moderno e sem retrato.

Como uma linguagem solta e repleta de coloquialidade, o autor coloca o leitor como expectador de tudo o que acontece no livro.

Durante toda a narrativa, Rodrigo brinca com estereótipos, cria um espelho do mundo real dentro de sua ficção, mostrando um jogo bizarro de aparência e de estranheza. Os anos de aprendizagens parecem que já não se limitam à juventude, mas se estendem aos desafios de não envelhecer, como se cada caso fosse um ato de vampirismo.

Instinto selvagem

Até certo ponto, todas as relações de Caio são abusivas. Com a esposa, ele tenta a todo custo reconstruir uma casa arrasada pelo tempo. Para tentar colocar seu livro nas prateleiras, intimida, por meio do charme e da sedução, uma editora carente e disposta a determinadas aberturas, entretanto, nada se compara ao poder que possui com as estudantes universitárias – como se exercer sua força fosse, ao mesmo tempo, uma necessidade e uma mania sórdida.

Como Kepesh, personagem de Roth, e Humbert Humbert, Caio é um homem guiado pelos instintos, capaz de chafurdar para ter alguns momentos de prazer com a sua Lolita. Imerso em sua vaidade, ele chega aos limites menos plausíveis e mais inverossímeis. O apocalipse acontece como explosive kegs between (his) legs, como diria Morrissey em “Dear God please help me”. Inverossímil é, certamente, um romance entre a ética e a estética, o colhão e o desespero.

INVEROSSÍMIL | Rodrigo Rosp
Editora: Não Editora;
Tamanho: 128 págs.;
Lançamento: Dezembro, 2015.

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Tags: CríticaCrítica LiteráriaInverossímilLiteraturaLiteratura BrasileiraLiteratura GaúchaLolitaNão EditoraPhilip RothResenhaRodrigo RospWoody Allen

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