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Ap da 13 completa 2 anos

porHelena Carnieri
26 de setembro de 2017
em Teatro
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Comemorando um ano de reuniões mensais no apartamento onde curitibanos falam com estranhos, vamos comentar algumas peças de teatro escritas pelos rapazes que comandam o lugar.

O Ap da 13 surgiu há dois anos como continuidade do Núcleo de Dramaturgia do Sesi-PR, uma proposta dos ex-integrantes daquele espaço de formação Eduardo Ramos (anfitrião), Marcelo Bouscheid e Don Corrêa.

Com encontros mensais às segundas-feiras para leituras de peças, parece incrível que tanto tenha sido feito em tão pouco tempo, incluindo uma mostra durante o Festival de Curitiba, com leituras, encenações, oficinas etc.

Minha ideia de homenagem é dedicar este espaço semanal para conhecer um pouco de dois textos de autoria dos “garotos”.

Com encontros mensais às segundas-feiras para leituras de peças, parece incrível que tanto tenha sido feito em tão pouco tempo.

Antes do fim (2010), de Bourscheid, parece-me uma poderosa pororoca, [highlight color=”yellow”]um encontro de águas entre a mitologia e o contemporâneo.[/highlight] Não por acaso o texto foi editado (Imprensa Oficial) e ganhou encenação-burburinho, com direção de Marcos Damaceno, naqueles idos do início da década. (Pessoalmente lembro de gente saindo no meio devido ao “incômodo”.)

Voltando ao texto, Ifigênia, a filha de Agamenon e Clitemnestra enviada ao sacrifício para que os ventos retornem e permitam aos gregos zarpar em direção à guerra, aqui é uma filha no exílio que retorna.

Nessa reescritura, surgem marcas do contemporâneo, como a mescla de diálogos que são longos trechos em monólogo e períodos líricos. A poesia usa, ainda, a repetição de trechos, por exemplo, entre o início e o fim, alternando apenas a ideia de voltar para casa e abandonar a casa:

“E chega um dia/ um dia comum / não há nada de diferente – de especial como se diz /  neste dia /  e precisamos abandonar a nossa casa /  a casa da infância /  o paraíso perdido”.

A citação ao mito vem também em alusões como à “frota de navios parada na praia por falta de vento naquela história antiga que você me contava”.

Uma retrospectiva do primeiro ano do Apê da 13
Uma retrospectiva do segundo ano do Ap da 13. Foto: Amanda Vicentini.

Além da intertextualidade óbvia com o mito de Ifigênia, cuja família mitológica tem seus nomes mantidos na peça (Orestes, Electra, Mãe e Pai), a relação com O Paraíso perdido, de Milton, e A senhora dos afogados, de Nelson Rodrigues, foi apontada em artigo de Eliane Benatti de Freitas (2013).

O uso de termos contemporâneos, mas que remetem ao passado, mantém o jogo com a antiguidade, a exemplo de “casa de seus crimes ancestrais” e “longa barba bíblica”. “Morrer de câncer” e “lágrimas de novela” são outras referências que causam um choque entre tempos no texto. Quanto ao espaço, é preciso destacar as sutis alusões a Curitiba – “país chuvoso”, “sem amigos”, “visitas sem aviso são uma ofensa no país onde eu moro” e até mesmo uma piada sobre o marido que não diz nada quando encontra um amante no armário. Por quê? Porque não fala com estranhos.

Outro encanto da escrita hodierna (não que seja um recurso recente) é a metatextualidade, trazida na peça em momentos como “seu mundo é ficção”, diz Electra a Orestes. Um trecho traz ainda a teatralidade explícita, com alusões a movimentos sobre o palco feitos por Electra:

“Fico uns minutos no fundo do palco/ o palco em silêncio / entro nas coxias / meu irmão fica só no palco/ o palco em silêncio/ e então / neste momento / se ouviria um grito / um grande grito.”

Nesse quesito, a peça Tutorial, de Don Correa, também nos brinda. [highlight color=”yellow”]Ambas falam de violência, entre outros temas de que a contemporaneidade tenta dar conta.[/highlight] Na obra, um ator e uma atriz contracenam com um não ator chamado a participar, mas sem acesso ao roteiro.

No final, após uma série de interações entre os três e a plateia, diz a atriz:

“Essa seria a hora de uma grande revelação. A hora que todos nós estamos esperando…para que possamos ir pras nossas casas e contar pros outros a historinha que acabamos de assistir. No lugar disso, o que vemos? (…)  Foi pra isso que viemos aqui? Talvez o ator ou a atriz vai nos chamar pra ir até o palco. Eu não paguei ingresso pra isso! Eles não têm nada a dizer.”

Outra reflexão sobre o próprio fazer teatral surge no fim de Tutorial: “Uma coisa é fazer algo. Outra coisa é falar tão abertamente sobre isso.”

O questionamento sobre “o que acontece” no teatro contemporâneo tem sido recorrente, e parece muito saudável que tanto se cale ou tanto se diga, não importa, mas que isso se faça em diferentes linguagens.

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Tags: Antes do fimAp da 13Crítica TeatralDon CorreaEduardo RamosMarcelo BouscheidNúcleo de Dramaturgia do Sesi-PRTeatroteatro contemporâneoTeatro Curitibano

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