A repercussão positiva em torno das concorridas premières de Turma da Mônica – Laços, promovidas no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente, nos dias 15 e 16 de junho, aumentou ainda mais a expectativa pela estreia dos conhecidos personagens de Mauricio de Sousa em versão live-action. Com lançamento programado para o dia 27 de junho, a produção, dirigida por Daniel Rezende, tem tudo para se tornar um dos grandes êxitos do cinema brasileiro em 2019.
Antes de conferir o longa-metragem nas salas de exibição, sugiro – para quem ainda não teve a oportunidade – a leitura da graphic novel que inspirou o filme: Laços, dos irmãos Vitor e Lu Cafaggi. Publicada em 2013, a obra faz parte do projeto Graphic MSP, da Panini Comics, que propunha uma releitura dos personagens da Turma da Mônica sob a visão de artistas brasileiros dos mais variados estilos.
Premiada no 26º Troféu HQ Mix, nas categorias edição especial nacional e publicação infantojuvenil, Laços é tocante. Os artistas mineiros captam o sentimento da infância de uma forma muito especial – a trama é lúdica, terna e bastante envolvente.
A história tem como ponto de partida o sumiço de Floquinho, o inseparável cãozinho de estimação do Cebolinha. Até aí, ok, nada surpreendente, mas a forma como essa relação é abordada faz toda a diferença.
Premiada no 26º Troféu HQ Mix, nas categorias edição especial nacional e publicação infantojuvenil, ‘Laços’ é tocante. Os artistas mineiros captam o sentimento da infância de uma forma muito especial – a trama é lúdica, terna e bastante envolvente.
O amor que une o menino ao seu bichinho de estimação ganha contornos especiais. Os autores utilizam, inclusive, flashbacks para mostrar a intensidade dessa relação. Aliás, nesse trecho é perceptível a homenagem dos artistas ao mestre Mauricio de Sousa. A dupla também traz à tona outra dúvida comum dos fãs da turminha: por que apenas o Cebolinha usa calçado?
Com forte referência pop, que traz, por exemplo, a nostalgia de clássicos como Conta Comigo, de 1986, Laços não tem esse nome por acaso. A jornada em busca do cão desaparecido coloca em evidência os valores da mais verdadeira amizade que unem Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão.
Com 84 páginas, o êxito da publicação, que utiliza uma paleta de cores suaves, garantiu o nascimento de uma trilogia com a publicação de mais dois títulos – Lições e Lembranças. Leituras obrigatórias, diga-se de passagem…
Filme
Giulia Barreto (Mônica), Kevin Vechiatto (Cebolinha), Gabriel Moreira (Cascão) e Laura Rauseo (Magali) conquistaram os papéis principais de Turma da Mônica – Laços após uma disputa acirrada. Mais de 7,5 mil crianças de todo Brasil se inscreveram para os testes e 2 mil foram chamadas para as seletivas de avaliação em dez cidades. Após esse processo, apenas 87 nomes foram levados ao diretor, que escolheu junto com o próprio Mauricio e sua equipe os protagonistas.
Projeto ousado no ano em que a Turma da Mônica chega ao 60º aniversário, Laços reúne grandes nomes da sétima arte brasileira. O roteiro, escrito por Thiago Dottori, teve a supervisão de Luiz Bolognesi, autor de duas histórias que dialogam diretamente com o universo adolescente – Bicho de Sete Cabeças, protagonizado por Rodrigo Santoro e baseado no livro autobiográfico do curitibano Austregésilo Carrano Bueno (Canto dos Malditos), e As Melhores Coisas do Mundo, ambas produções dirigidas por Laís Bodanzky. A direção ficou sob responsabilidade de Daniel Rezende, que foi bastante elogiado por Bingo: O Rei das Manhãs.
Outro destaque curioso diz respeito à participação de Rodrigo Santoro como Louco. A novidade foi revelada durante a Comic Con Experience, em São Paulo, no fim de 2018. Além dele, o elenco reúne nomes como Mônica Iozzi e Paulo Vilhena. Que tenha início a contagem regressiva…