• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Teatro

Camila Amado e o ofício da paixão

Falecida aos 82 anos em decorrência de um câncer no pâncreas, a atriz Camila Amado deixa um legado imenso às artes cênicas pelos seus mais de 50 anos de carreira.

porBruno Zambelli
11 de junho de 2021
em Teatro
A A
Camila Amado

Camila Amado é símbolo das artes no Brasil. Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Enquanto eu e o domingo tropicávamos pelas escadas do prédio, o teatro brasileiro se despedia de uma de suas mais notáveis vozes, de uma de suas mais impressionantes mulheres. A atriz e professora Camila Amado, figura das mais cativantes de nossa arte, nos deixava aos prantos e trancos enquanto o último domingo me embalava em seu sono disforme.

Camila foi gigante, talvez uma das maiores de nós, pobres seres do teatro, e sua história muito bem contada e esculpida ao longo de seus 82 anos não serve apenas enquanto inspiração, mas também enquanto lição, aprendizado.

Generosa, representou como niguém o papel de mestra, tornando o seu legado uma espécie de exemplo e, porque não dizer, métódo sobre a dor e a delícia de dedicar a sua vida a um ofício. Muito se falou e tanto se escreveu sobre a sua contribuição indiscutível ao teatro brasileiro. Fazer por aqui uma espécie de retrospectiva de sua vida e obra seria chover no molhado, de modo que o único intuito dessas linhas tortas é simplesmente exaltar a sua mais impressionante mania: a paixão.

É preciso paixão para seguir adiante, tocar o barco, trilhar com o bonde. Nesses tempos em que arte e cultura são sinônimos de banditismo e dinheiro jogado fora, a imagem de uma Camila acossada, diante de um tribunal obsceno de generais e patrulehiros da liberdade, é uma forma de compreender como a paíxão, mais do que o amor, move seres e montanhas em direção à eternidade.

Camila Amado, mais do que atriz ou professora, foi uma guerreira feita de carne e de aço. Camila foi zica, foi treta, e seu maior legado é a coragem que habita o peito dos apaixonados.

“Abaixo a ditadura”, “viva a cultura”, “eu não negocio com covardes”, todas essas frases, carregadas de paixão e significado, nasceram em seu peito, corroeram sua alma e tornaram-se gritos de liberdade que avoaram atravéz de sua voz de apaixonada. Camila Amado, mais do que atriz ou professora, foi uma guerreira feita de carne e de aço. Camila foi zica, foi treta, e seu maior legado é a coragem que habita o peito dos apaixonados.

É preciso mudar, reinventar, transformar a realidade em algo que pareça menos dor e injustiça e seja mais beleza e fantasia. Resistir de cara limpa diante do horror não é lá tarefa fácil, como também não é difícil se entregar à procela violenta que a existência nos impõe travestida de rotina.

Alguns encontram na paixão a saída para as mazelas que nos afligem a alma. Camila foi dessas, jóia bruta e preciosa, e só nos resta agora, além do agradecimento, tomá-la enquanto exemplo de que é possível vencer o pesadelo através do delírio e do sonho.

Usando a saída fácil do clichê, agradecemos por tanto, e com a mão trêmula dos desvairados apaixonados pela vida e pela rebeldia, erguemos o punho em riste e gritamos aos prantos: estamos juntos, Camila. Afinal, se apaixonar ainda é o melhor remédio contra essa vida doída e sem sal contra essa existência sem gosto e sem retorno.

Tags: atrizCamila AmadoTeatro

VEJA TAMBÉM

Dirigido por Luciana Paes, Gregório Duvivier protagoniza ode crítica à língua de todos nós. Imagem: Joana Calejo Pires / Divulgação.
Teatro

Crítica: Em ‘O Céu da Língua’, Gregório Duvivier performa as fissuras da linguagem – Festival de Curitiba

8 de abril de 2025
Espetáculo retornou após 15 anos ao festival. Imagem: Roberto Setton / Divulgação.
Teatro

Crítica – ‘In On It’ retorna a Curitiba após 15 anos sem perder o frescor – Festival de Curitiba

4 de abril de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Exposição ficará até abril de 2026. Imagem: Gabriel Barrera / Divulgação.

Exposição na Estação Luz celebra a Clarice Lispector centenária

8 de maio de 2025
Grupo indiano chega ao Brasil com disco novo, em parte de extensa turnê de lançamento. Imagem: Tenzing Dakpa / Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Peter Cat Recording Co.

8 de maio de 2025
O escritor José Falero. Imagem: Reprodução.

Contundente e emocionante, ‘Vera’ evidencia a alta qualidade da literatura de José Falero

7 de maio de 2025
Jesuíta Barbosa encarna Ney Matogrosso na cinebiografia do cantor. Imagem: Paris Filmes / Divulgação.

‘Homem com H’ revela a insurgência de Ney Matogrosso sem recorrer a mitificações fáceis

7 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.