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Quem somos nós em ‘As Cidades Invisíveis’

Na ficção de 'As Cidades Invisíveis', de Italo Calvino, podemos esboçar rascunhos do encontro entre as imagens das cidades e suas correspondentes reais.

porWalter Bach
20 de agosto de 2015
em Literatura
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Quem somos nós em 'As Cidades Invisíveis'

Imagem: Reprodução.

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Nós estamos na sala de Sua Majestade, imperador Kublai Khan. Talvez outras salas de seu palácio ostentem belezas materiais conquistadas nas guerras, ornamentos cuidados por serviçais fiéis ou lacaios adquiridos nas batalhas exteriores. Talvez – não há menções ao palácio se assim o for, pois ficamos escondidos acompanhando o Khan enquanto ele ouve seu enviado Marco Polo contar das Cidades Invisíveis dos seus vastos domínios.

Essa é a premissa da ficção mais famosa de Italo Calvino, uma concentração de símbolos que começa na divisão dos capítulos. “As Cidades e a Memória”, “As Cidades e os Mortos”, “As Cidades e os Símbolos” são alguns dos nomes dados aos breves capítulos, cuja distribuição pode lembrar um grande mapa onde as ruas se cruzam e até mudam de nome sem necessariamente mudarem de contorno.

Marco Polo não mente nem disfarça. Em Valdrada, descobre uma segunda cidade observada pela primeira, e ambas se olham sem se amar; interpreta a vida dos habitantes de Otávia como suspensa, feito uma grande teia de aranha; vê a crença dos moradores de Bersabeia que acreditam existir uma cópia de sua metrópole no subterrâneo, e se esforçam para cortar semelhanças entre as Bersabeias acima e abaixo da terra.

Ambos duelam com palavras enquanto resta a nós escolher um lado nessa curta busca pelo melhor método.

O viajante também conta o que percebeu da identidade delas, como na descrição de Eusápia: “os mortos apresentam inovações em sua cidade; não muitas, mas certamente fruto de uma reflexão ponderada, não de caprichos passageiros. De um ano para o outro, dizem, não se reconhece a Eusápia dos mortos. E os vivos, para não ficarem para trás, querem fazer tudo o que os encapuzados contam a respeito das novidades dos mortos”.

Kublai Khan ouve com atenção e questiona seu enviado sobre a veracidade de suas viagens, por vezes o recebendo com sua cólera ou amargura, ou com raros momentos de bom humor. Também o provoca e diz ter montado um sistema particular para descobrir como são as cidades do império, quase como se os relatos fossem enfeites; a isso o explorador responde também ter um sistema próprio ao qual pode adicionar ou retirar detalhes em seu modelo, e ambos duelam com palavras enquanto resta a nós escolher um lado nessa curta busca pelo melhor método.

Essa disputa não dura muito, e se iguala, em partes, as exaustivas andanças de Marco Polo. “A fadiga que dá forma aos seus desejos toma dos desejos a sua forma, e você acha que está se divertindo em Anastácia quando não passa de seu escravo”. Podemos nos perguntar se Marco Polo caminhou pelas cidades ou elas que o habitaram e o tomaram por ruas amorfas; ou trocar o nome de uma dessas metrópoles ficcionais pela cidade onde vivemos e esboçar um rascunho do encontro entre a imagem e sua correspondente real, ou ainda descobrir com quem nos parecemos mais: Marco Polo ou Kublai Khan.

AS CIDADES INVISÍVEIS | Italo Calvino

Editora: Companhia das Letras;
Tradução: Diogo Mainardi;
Tamanho: 152 págs.;
Lançamento: Dezembro, 1990.

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Tags: CidadesCidades InvisíveisCompanhia das LetrasCrítica LiteráriaficçãoItalo CalvinoLiteraturarelatosRomanceSéculo XXviagens

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