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A família tradicional segundo Egon Schiele

Coluna analisa o quadro 'A Família' ao auge dos 102 anos da morte de Egon Schiele, pintor que escandalizava Viena no início do século XX.

porMariana Benevides
20 de maio de 2018
em Artes Visuais
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'The Family', foi a última obra pintada por Egon Schiele

'The Family', foi a última obra pintada por Egon Schiele antes de sua morte. Imagem: Reprodução.

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Assim como seu mentor, Gustav Klimt, o austríaco Egon Schiele teve a carreira prolífica abruptamente encerrada ao ser levado pelo auge da gripe espanhola, há literalmente um século. Sua esposa, grávida de seis meses, foi beijada pela morte primeiro; três dias depois, foi a vez de Schiele.

Aos 28 anos, o artista já dispunha de um currículo brilhante de museus e galerias, além de algumas passagens pela polícia devido à obscenidade de seus quadros. Digamos que eles eram, de fato, um pouco polêmicos para sua época. O estudo do nu artístico, tanto feminino quanto masculino, era um tema recorrente nas obras do pintor, trazendo diversos problemas para sua vida pessoal.

Schiele também não era santo; sua fama de boêmio, conquistador e até mesmo de corruptor de menores de idade segue viva até hoje. Anacronismos à parte (era fato conhecido que usava adolescentes da zona como modelos para suas pinturas), o tom provocativo e libertário do trabalho do artista foi essencial ao Expressionismo austríaco, chocando e ajudando a mudar a sociedade conservadora da época.

É bastante interessante perceber o conceito de família que Schiele desejava passar ao espectador. Aqui, o artista brinca com a formação tradicional de um retrato familiar.

Ironicamente, perto do fim de sua vida, a aceitação em torno de suas obras havia tomado uma guinada, e era crescente. Em 1918, tivera o melhor ano de sua carreira, com a exibição de 50 trabalhos aceitos para o salão principal da 49ª Secessão de Viena, que surtiu efeito econômico estrondoso no valor de suas obras.

A Família

No conjunto da obra de Schiele, é comum o artifício do autorretrato; aproximando o público do pintor, “A Família” (1918) é mais um desses exemplos. Um teor tanto erótico quanto psicológico permeou grande parte de seus quadros, onde é comum a figura do próprio artista nu, que encara o espectador nos olhos. Aqui o vemos repetir o mesmo padrão desafiador e provocativo.

Ainda mais ousado para a época, porém, era o retrato de sua esposa, Edith, igualmente nua junto ao marido. A criança, simbolicamente prole do casal (Toni, sobrinho do austríaco, foi utilizado como referência para a obra), unifica a imagem tradicional de uma família.

O quadro sequer estava completamente finalizado a tempo da morte de Schiele, mas representa bem o estilo que adotava em seus últimos dias. Aqui já usava mais cores – apesar da predominância de tons escuros, que sempre permearam seu trabalho – e não sustentava a obra somente em um único corpo ou elemento. Quando representava a si mesmo ou aos outros, Schiele era cru e direto. Era também adepto do Simbolismo, movimento fundado por seu mentor, Gustav Klimt.

É, portanto, bastante interessante perceber o conceito de família que Schiele desejava passar ao espectador. Ele brinca com a formação tradicional de um retrato familiar; o pai, em sua posição patriarcal e provedora, encara o público de maneira provocativa, enquanto a mãe e a criança olham despretensiosamente para o espaço. Fazem-no, porém, nus, desprovidos de convenções tradicionalistas, mas semelhantes o suficiente aos retratos padronizados de famílias da época para percebermos esse abismo.

Curioso pensar que uma obra tão polêmica à época, hoje voltaria a provocar o mesmo choque. Se estivesse atualmente exposta nos corredores do Santander Cultural, seria instaurada uma CPI da pedofilia para tentar condenar Egon Schiele à vergonha nacional?

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Tags: A FamíliaArtes VisuaisEgon SchieleExpressionismoExpressionismo AustríacoGustav KlimtSimbolismo

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