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Home Artes Visuais Visualidades

Frida Kahlo e a massificação da cultura

A forte figura feminina de Frida Kahlo foi elevada a um produto que provavelmente faria a mexicana se revirar em seu túmulo.

Mariana Benevides por Mariana Benevides
11 de junho de 2017
em Visualidades
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Frida Kahlo

Frida Kahlo estaria, certamente, um tanto decepcionada. Foto: The Bettmann Archive.

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Basta uma mirada ao passado para perceber que a famigerada “alma torturada” da arte se demonstrou um produto muito bem vendável: de Vincent Van Gogh, que morreu infeliz, paupérrimo e louco ao triste Kurt Cobain, que deixou para trás os miolos no tapete e um leque de teorias conspiratórias sobre sua morte.

O post-mortem desses artistas os elevou a um status de fama absoluta e de riqueza imensurável a seus herdeiros. Transformou-os em lendas. E lendas vendem muito melhor que pessoas de carne e osso.

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Colocando Frida Kahlo nesse mesmo caldo – deprimida e falecida precocemente aos 47 anos –, quantas vezes a vimos em canecas, quadros, camisetas e até mesmo fantasias?

São incontáveis representações na cultura pop de uma mulher que, de fato, era incrível e merece homenagens. Mas será que Frida, participante ativa do movimento comunista mexicano desde os 17 anos, concordaria em ter suas sobrancelhas transformadas em símbolo consumista? Por que será que conhecemos tão bem o rosto da pintora surrealista, estampado na maior variedade de objetos possíveis, mas não seu trabalho e história?

Theodor Adorno e Max Horkheimer explicam: na Indústria Cultural, tudo se torna negócio. O termo datado da década de 1940 foi criado pelos filósofos alemães para entender o papel da arte na sociedade de consumo.

Os dois defendem, em suma, que enquanto a arte estiver sob as mesmas leis de mercado que todo o resto, ela será considerada, também, meramente produto.

E é aqui que vemos a questão de Frida, onde sua reprodução mercantilizada e desenfreada anula o potencial crítico que traria sua obra e a reduz, como pessoa, a um simples valor de troca.

Eu diria que a pintora, que chegou a abrigar em sua própria casa o revolucionário marxista León Trotsky, sob condição de exilado político, não ficaria muito satisfeita de ser reduzida a um filtro de Snapchat. Não é possível assegurar que uma mulher já morta aprovaria toda essa comoção acerca de seu rosto.

Segundo Adorno, infelizmente nada escapa da Indústria Cultural, que torna toda forma de vida replicante. No entanto, o filósofo alemão atenta que a arte é o que liberta o homem das amarras dos sistemas e o coloca como um ser autônomo: é nela que nos tornamos seres livres para pensar, sentir e agir.

Frida, por exemplo, tem uma história incrível de superação por meio da pintura. Depois de um acidente com um ônibus aos 18 anos, foi submetida a 35 cirurgias e passou um longo período presa à cama com problemas severos na coluna. Foi ali que aprendeu a pintar e catalizar suas angústias, que mais tarde a transformariam na mais importante artista surrealista do México. Está na hora de conhecermos mais do seu trabalho ao invés de suas sobrancelhas.

A artista por ela mesma

Analisando o conjunto da obra de Frida Kahlo, percebe-se, além do predomínio de cores e elementos que refletem a cultura mexicana, um verdadeiro fascínio pelo realismo fantástico. Em “O Veado Ferido” (1946), por exemplo, a artista troca o rosto do animal perseguido e atingido por diversas flechas pelo seu próprio.

Seguindo essa mesma linha, seus trabalhos são, em esmagadora maioria, autorretratos catárticos de sentimentos de angústia, incapacidade e dor. O surrealismo de seus quadros é usado como ferramenta para transparecer suas emoções, que praticamente transbordam da tela. É curioso observar como uma artista com um material tão mórbido e autodepreciativo se elevou a um status de persona muito dissociado de quem ela, de fato, era.

Seus trabalhos são, em esmagadora maioria, autorretratos catárticos de sentimentos de angústia, incapacidade e dor.

As deficiências motoras em uma época onde a compreensão sobre o assunto era ínfima, seu relacionamento abusivo e conturbado com Diego Rivera, os abortos espontâneos, os severos problemas na coluna e a eventual amputação de uma das pernas sustentaram os temas dos quadros de Frida, mas também a levaram ao colapso.

Em 1954, na última página de seu diário pessoal – que mais tarde seria comercializado e disponibilizado a qualquer um que quisesse pagar por ele –, Frida Kahlo se despede: “Espero alegre a minha partida, e espero não retornar nunca mais”.

Onde a artista esteja, desejaria que não soubesse que ela voltou, sim. Mas em formato de camisetas.

Conheça mais

Para um maior conhecimento da sua obra, que, digamos de passagem, não é tão fácil assim de encontrar em boa qualidade no Google, segue uma seleção de destaques.

“El abrazo de amor de El Universo, la tierra (México), Yo, Diego y el señor Xólotl” (1949), Frida Kahlo. Foto: Reprodução.
“Las dos Fridas” (1939), Frida Kahlo. Foto: Reprodução.
“La Columna Rota” (1944), Frida Kahlo. Foto: Reprodução.
“Unos Cuanto Piquetitos” (1935), Frida Kahlo. Em português, “Umas Facadinhas de Nada”. Foto: Reprodução

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