A comédia Missão Madrinha de Casamento (2011), do diretor norte-americano Paul Feig, foi um inesperado sucesso de bilheteria e alavancou a carreira de Melissa McCarthy, dando-lhe uma merecida indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.
Até então, ela era mais conhecida por sua participação na série cômica Mike & Molly, e, de repente, se viu elevada à condição de estrela de cinema, protagonizando uma sucessão de filmes, alguns bem sucedidos, como As Bem-Armadas, no qual contracena com Sandra Bullock, de novo sob a direção de Feig. Agora, o cineasta a escalou como protagonista absoluta em A Espiã que Sabia de Menos, que estreia nos cinemas brasileiros ao mesmo tempo em que chega aos cinemas nos Estados Unidos, onde está sendo recebido com entusiasmo pela crítica.
Desta vez, Melissa vive uma funcionária de escritório da CIA, que, por conta de circunstâncias inesperadas, se vê forçada a se transformar, da noite para o dia, em uma espécie de James Bond de saias. A comparação com 007 não é gratuita: o longa-metragem, desde os créditos iniciais, é propositalmente inspirado nas peripécias do mais famoso agente secreto britânico.
Como ele, Susan Cooper, personagem de Melissa, faz um périplo por várias cidades ao longo da história: Budapeste, Roma e Paris são algumas das locações pelas quais a protagonista empreende sua missão, sempre sob hilárias identidades falsas, que brincam com seu tipo físico, digamos, mais robusto, pouco recorrente em produções do gênero ação.
Melissa McCarthy, que tende a sempre fazer (muito bem) variações do mesmo personagem, está mais engraçada do que nunca.
Melissa McCarthy, que tende a sempre fazer (muito bem) variações do mesmo personagem, está mais engraçada do que nunca, talvez por conta do roteiro que não exagerou tanto nas cores de Susan, dando-lhe algumas nuances bem-vindas.
Na trama, ela contracena com Jude Law (de O Talentoso Ripley), que vive um agente secreto pelo qual ela nutre uma paixão platônica, e com o ator de filmes de ação inglês Jason Statham (de Carga Explosiva), no papel de uma espécie de paródia de si mesmo, se saindo bastante bem.
Despretensioso, A Espiã Que Sabia de Menos, ágil e repleto de referências espertas ao cinema de espionagem, funciona surpreendentemente bem e é, de fato, bastante engraçado, ao conseguir ir além da mera paródia. Deve se tornar um dos êxitos comerciais de 2015.
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