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‘Lazzaro Felice’ é fábula distópica crítica ao capitalismo

Paulo Camargo por Paulo Camargo
6 de dezembro de 2018
em Central de Cinema
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Adriano Tardiolo vive o personagem-título de "Lazzaro Felice': bondade e subserviência. Imagem: Divulgação

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O personagem-título do longa-metragem italiano Lazzaro Felice, vivido de forma sublime por Adriano Tardiolo, é um jovem aparentemente intocado pela maldade. Perdeu a mãe, nunca conheceu o pai e é criado pela avó idosa em uma propriedade rural esquecida no meio das montanhas, onde se cultivam o tabaco e o trabalho escravo.

Em um tempo-espaço não determinado, mas possivelmente na segunda metade da década de 1990 (já se veem telefones celulares), o rapaz, ainda adolescente, e os demais empregados da fazenda, que pertence a uma certa marquesa Alfonsina De Luna (Nicoletta Braschi, de A Vida É Bela), trabalham exaustivamente para pagar suas dívidas infindáveis. São servos de uma ordem social cruel e excêntrica, porém bem menos arcaica do que se supõe, todos sabemos, ou deveríamos saber. Os camponeses intuem que há algo de errado na vida que levam, mas a ignorância, a ausência literal de horizontes, os impedem de se rebelarem, de partir.

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No microcosmo onde existe, Lazzaro é o subalterno dos subalternos. Vive para servir a todos e jamais diz não. É uma espécie de Cândido, personagem da obra clássica de Voltaire, cuja disposição para as boas ações, a generosidade, dele faz uma presa fácil para o abuso, a exploração e a crueldade. Sua ingenuidade é tamanha que, mesmo entre oprimidos, ele se coloca em posição de subordinação, sempre passivo, aquiescente. Sua vida apenas começa a quebrar a linearidade quando conhece mais de perto o filho da marquesa, Tancredi (Luca Chikovani), frágil tanto física quanto psicologicamente, mas ainda assim bastante crítico em relação aos absurdos desmandos da mãe.

Tancredi se aproxima de Lazzaro, o fazendo crer que podem ser meio-irmãos por parte de pai e o convence a participar do plano de um falso sequestro, com o objetivo de tirar dinheiro de Alfonsina, que já acostumada aos golpes do filho, sempre malsucedidos, não cai na armadilha. A farsa, todavia, desencadeia uma sucessão irreversível de fatos que mudarão radicalmente o rumo da trama.

Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes deste ano, Lazzaro Felice, já em exibição no Netflix antes de estrear nos cinemas brasileiros, não é um drama realista. Investe em outro registro: o de uma fábula distópica, na qual os personagens são arquetípicos, do protagonista à marquesa. Todos detêm potência simbólica e representam bem mais do que indivíduos. São forças sociais.

Poético e desconcertante, ‘Lazzaro Felice’, representante da Itália na disputa por uma vaga entre os candidatos ao Oscar de filme estrangeiro, é um dos grandes acontecimentos cinematográficos de 2018.

Com apenas 36 anos, a roteirista e diretora Alice Rohrwacher, que já havia vencido há quatro anos o Grande Prêmio do Júri em Cannes com o excelente As Maravilhas, desponta como um dos nomes mais interessantes do cinema europeu da atualidade. Além de esteticamente intrigante, Lazzaro Felice não é apenas um espetáculo para os olhos: é uma perturbadora reflexão sobre o capitalismo, seus desvios e perversidades, que se perpetuam através do tempo.

Na segunda metade do filme, quando parece que a justiça se fez, e o mal representado pela figura arcaica da marquesa (e seus capatazes) foi extirpado, Lazzaro se vê fora da bolha, mas não menos vulnerável em sua ingenuidade, ao acordar de um logo sono – não cabe aqui explicar por quê. No tempo presente, os novos servos da gleba são os imigrantes que chegam à Europa todos os dias, seduzidos pelo canto da sereia do progresso, de uma suposta justiça social, que não passa de discurso, engodo. Reencontra, na cidade, seus antigos companheiros envelhecidos, e agora escravizados pela marginalidade.

Poético e desconcertante, Lazzaro Felice, representante da Itália na disputa por uma vaga entre os candidatos ao Oscar de filme estrangeiro, é um dos grandes acontecimentos cinematográficos de 2018. E, é importante dizer, tem coprodução do Netflix, assim como o excelente A Balada de Buster Scruggs, dos irmãos Ethan e Joel Coen,e o ainda inédito no canal (até 14 de dezembro) Roma, do mexicano Alfonso Cuarón, vencedor do Leão de Ouro em Veneza e considerado um dos grandes favoritos ao Oscar.

Essa proximidade coloca o canal de streaming, já consolidado como produtor de conteúdo televisivo, numa controversa posição de protagonismo, agora no mundo do cinema – alguns festivais, distribuidores e redes de exibidores estão desgostosos sua ascensão. Resta esperar para ver no que isso vai dar. Aguardemos.

 

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Tags: Adriano TardioloAlice RohrwachercapitalismoCinemacinema italianocrítica cinemaográficaDistopiafábulaFestival de CannesLazzaro FeliceNetflixOscar 2019
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