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‘Terra estrangeira’ e a busca de uma esperança além-mar

'Terra estrangeira', de Walter Salles, explora a busca por um novo lar em um cenário desolador, refletindo sobre a saudade e identidade.

porValsui Júnior
28 de janeiro de 2018
em Cinema
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Terra estrangeira - Walter Salles

Apesar de apresentar clichês narrativos, o filme de Salles é um dos clássicos do cinema de retomada pois apresenta uma realidade bastante brasileira dos anos 1990. Imagem: Divulgação/La Región.

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Primeiro longa-metragem de ficção de Walter Salles que ganhou destaque, Terra estrangeira (1996) foi considerado o melhor filme do ano no Brasil, selecionado em mais de 40 festivais ao redor do mundo e está na lista dos 100 Melhores Filmes Brasileiros de Todos os Tempos, da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

A narrativa em preto-e-branco que conta a história do jovem Paco (Fernando Alves Pinto) que, em meio à inflação do governo de Fernando Collor de Mello, em 1990, acaba perdendo sua mãe, Manuela (Laura Cardoso). Acuado, Paco então aceita a proposta de um homem desconhecido, Igor (Luís Mello), para que possa entregar uma encomenda em Lisboa, em Portugal, e possa ter dinheiro e seguir viagem para a vila em que sua mãe nasceu e cresceu, na Espanha.

Ao chegar na capital lusitana, o brasileiro a quem o jovem deveria entregar o pacote, Miguel (Alexandre Borges), não aparece, fazendo com que Paco vá em busca do seu paradeiro e encontrando a, então, amante do sujeito, Alex (Fernanda Torres). Numa trama bastante semelhante a road movies estadunidenses, tanto Paco quanto Alex têm em comum a procura de um lugar para chamar de casa do outro lado do oceano.

Num primeiro momento, a vida de Miguel e sua mãe em São Paulo, num pequeno apartamento na frente do “Minhocão” representava a situação de uma classe média frustrada no Brasil do início dos anos 90: enquanto Manuela poupava dinheiro para comprar uma viagem à Europa em mais de 30 vezes com juros, o filho engatinhava na sua carreira como ator. Enquanto isso, do outro lado do oceano, brasileiros como Miguel e Alex tentavam a vida de maneira ilegal e à margem da sociedade, consumindo drogas e vendendo produtos contrabandeados.

Terra estrangeira remete ao significado de saudade, palavra tão especialmente brasileira.

O preto-e-branco da película é, decididamente, um fator essencial para mostrar esse contraste desolador do além-mar. As ambiguidades das culturas de países que falam a língua portuguesa e que carregam consigo um fardo histórico bastante grande, como o Brasil e a Angola, encontram em Portugal uma maneira de refúgio de seus antecedentes pouco favoráveis. Nesse elo perdido, a “terra estrangeira” que dá nome ao filme não é necessariamente um lugar físico, mas sim uma necessidade de encontrar do outro lado do Oceano Atlântico um novo lar.

Os personagens do filme de Salles, embora bem delineados, seguem com os arquétipos clássicos: a mocinha desolada, o jovem estrangeiro perdido, a gangue mafiosa. Ainda assim, é bem interessante como a narrativa é transposta para uma realidade bastante brasileira num cenário cinematográfico que engatinhava no cinema de retomada.

O filme seguinte do diretor, O primeiro dia (1998), também seguiria um caminho parecido, inclusive com a protagonização de Fernanda Torres. Aliás, é interessante notar como o diretor trabalha com partidas e chegadas, lugares físicos e não físicos que remetem à saudade, palavra tão especialmente brasileira. Fato este que irá levar o diretor ao clássico Central do Brasil, também de 1998. De certa maneira, todos os personagens mais emblemáticos dos filmes de Salles, geralmente com atuações impecáveis, também buscam um lugar para chamar de seu.

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Tags: Alexandre BorgesCinemaCinema BrasileiroCrítica CinematográficaFernanda TorresFernando Alves PintoLaura CardosoPortugalResenhaTerra estrangeiraWalter Salles

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