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‘A grande nuvem cinza’: o fio tênue entre o cinema e a denúncia

'A grande nuvem cinza' oferece um olhar humano e complexo sobre a cultura do cultivo de fumo, evitando julgamentos morais simplistas.

porValsui Júnior
11 de março de 2018
em Cinema
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A Grande Nuvem Cinza

Além dos malefícios para a saúde causados pela produção do fumo, há também o ciclo geracional que envolve esses indivíduos. Imagem: Reprodução.

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De tempos em tempos, o jornalismo local denuncia os revezes da cultura do cultivo de fumo. Apenas na região Sul do país, pelo menos 170 mil famílias estão envolvidas no plantio de fumo — muitas delas mantendo contratos com empresas fumageiras. É nessa toada que o filme de Marcelo Munhoz, A grande nuvem cinza (2016), exibido na 5ª edição do Festival Internacional Olhar de Cinema e na 2018 em Transe – Mostra de Cinema e Jornalismo, trata sobre algumas dessas famílias que, no interior do Paraná, residem e fazem parte dessa cultura.

Inicialmente com a proposta de produzir um filme mais objetivo e direto, ao longo de sua produção as histórias foram tomando conta do filme e o humano deu lugar à denúncia. Uma das personagens principais, Lídia, é uma senhora que passa os seus dias vendo os outros ao redor trabalhando no cultivo e lembra dos dias em que ainda podia andar. Em outra família, a filha estuda para passar em um concurso para ser professora estadual enquanto cuida da filha.

Enquanto essas histórias acontecem, paralelamente o fumo começa a crescer. “Filmamos primeiro o processo de cultivo desde julho a março — só depois os personagens”, conta Munhoz.  É interessante que o longa-metragem acompanha todo esse processo, respeitando o tempo natural do plantio — e que, querendo ou não, acaba se tornando o tempo daquelas pessoas que vivem em torno do cultivo.

‘A grande nuvem cinza’ é um retrato artesanal sobre a realidade do outro.

Muito mais do que um filme necessariamente de denúncia, A grande nuvem cinza é, na verdade, um retrato bastante humanizado de uma realidade que existe e que não tem um prazo de validade. A cultura do fumo é tão enraizada na vida dessas famílias que não há um maniqueísmo quando os personagens falam sobre ela. Pelo contrário, é apenas mais um componente da vida de cada um deles.

Longe daquele jornalismo depreciativo ou mesmo moralista, o cinema produzido por Marcelo Munhoz, em que no roteiro participou João Menna Barreto e na direção de fotografia Elisandro Dalcin, é muito mais subjetivo e deixa ao espectador tanto a apreciação quanto o julgamento com relação àquela realidade.

Os ciclos familiares, que repassam a tradição do cultivo do fumo de geração em geração, também são apresentados no filme. Enquanto há a filha que tem o desejo de fugir dessa lógica mercantil rumo a outra atividade, há os personagens mais velhos que não veem no plantio algo necessariamente negativo.

É dessa forma que A grande nuvem cinza se torna um trabalho artesanalmente produzido sobre outra realidade — mostra o outro não como um sujeito passivo às suas condições, mas como alguém que tem poder sob a sua própria vida e que também é construtor da sua realidade. É um belo exemplo de como o cinema se presta a um papel muito sutil e importante de retrato humano, que não retrata o outro apenas como um personagem delineado, mas como um ser muito mais complexo e subjetivo.

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Tags: A Grande Nuvem CinzaCinemaCinema BrasileiroCrítica CinematográficaCultivo do FumoDocumentárioElisandro DalcinJoão Menna BarretoMarcelo MunhozResenha

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