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‘Os Meyerowitz’ consolida Noah Baumbach no cinema mainstream

'Os Meyerowitz' mantém a marca distintiva de Noah Baumbach, explorando conflitos familiares com diálogos espirituosos e personagens imperfeitamente identificáveis.

porMaura Martins
8 de novembro de 2017
em Cinema
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Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe

Adam Sandler e Ben Stiller entregam interpretações convincentes no novo filme de Noah Baumbach. Imagem: Divulgação.

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O diretor Noah Baumbach é um daqueles realizadores cuja obra carrega uma marca autoral bem distinta: todos os filmes parecem tematizar uma mesma geração, compreendida na faixa entre 30-40 anos, que se vê frustrada em sua vida adulta. Seus personagens são pessoas que parecem, à primeira vista, malsucedidas em algum aspecto da sua vida – seja na vida profissional que não desabrocha (em Frances Ha), na dificuldade de encontrar a própria vocação (em Mistress America) ou no confronto com a idade e a não realização dos próprios sonhos (em Enquanto Somos Jovens). É razoavelmente fácil, portanto, reconhecer um dos seus filmes.

No novo Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe (2017), produção da Netflix, Baumbach retoma aos conflitos familiares, temática abordada no cult A Lula e a Baleia (2005), que talvez seja a mais importante de suas obras. Em Os Meyerowitz, acompanhamos o cotidiano de uma família judia centralizada no escultor Harold Meyerowitz (Dustin Hoffman), um artista que nunca despontou ao sucesso, e as relações mantidas com os filhos Danny (Adam Sandler), Jean (Elizabeth Marvel, de House of Cards) e Matthew (Ben Stiller).

Trata-se de uma família constituída a partir de várias relações fracassadas: Danny e Jean são meio-irmãos de Matthew, e seu pai está casado com Maureen (Emma Thompson), que não é mãe de nenhum deles. Matthew e Danny, aliás, enfrentam eles mesmos o peso dos seus divórcios e o consequente distanciamento de seus filhos. Por esta razão, encaram a necessidade de reaproximarem-se do pai, por quem não nutrem as melhores lembranças.

A qualidade do filme, portanto, está justamente na capacidade de Baumbach em conciliar drama e humor na mesma medida em diálogos espirituosos, construindo personagens que encontram fácil identificação com o espectador. Como em suas outras obras, os personagens do diretor são perfeitos desajustados: Danny, o primogênito, é um músico amador frustrado e, com o divórcio, se vê obrigado a encarar a realidade de que jamais trabalhou na vida. Matthew é o único bem-sucedido (financeiramente) na família, mas vive frustrado por acreditar que seu pai, artista, não o admira.

O filme traz uma certa sensação de ser uma obra menor do diretor, justamente por revisitar uma temática com a qual ele já trabalhou com mais originalidade.

Os Meyerowitz retoma, então, uma relevante discussão sobre as relações modernas e as razões dos seus fracassos. No filme, isso se expressa no fato de que boa parte dos relacionamentos entre os personagens ocorre de forma distante e mediada pelas tecnologias. As mulheres de Danny e Matthew, por exemplo, jamais aparecem, e em certo diálogo, Danny revela que nunca chegou a conhecer a ex-esposa do irmão. Já o filho de Matthew apenas é retratado por meio de sua voz ao telefone – e toda vez que fala com o pai, o menino de 5 anos acaba desconectando a linha acidentalmente, acentuando a sensação de desconexão familiar no filme. Além disso, Harold tem uma forte dificuldade de comunicação com seus filhos, algo simbolizado na cena em que, num almoço com Matthew, ambos só conseguem falar ao mesmo tempo, deixando nenhum espaço ao diálogo.

Por outro lado, o filme traz uma certa sensação de ser uma obra menor do diretor, justamente por revisitar uma temática com a qual ele já trabalhou com mais originalidade, em A Lula e a Baleia, e por guardar uma forte semelhança estética com outros diretores. Os Meyerowitz parece carregar uma continuidade com a obra do Woody Allen – a começar pelos caracteres que abrem o filme, mas também no tom “judeu” da família e mesmo na caracterização dos personagens, que parecem saídos de Annie Hall. Além disso, o enredo da “família de filhos prodígio frustrados” já foi abordado com mais graciosidade em Os excêntricos Tenenbaums (2001), de Wes Anderson. Ben Stiller, aliás, parece em alguma medida repetir o personagem que encarnou nos Tenenbaums.

A impressão que dá é que Noah Baumbach, que construiu sua sólida carreira no cinema independente, encontrou os caminhos do circuito mainstream e que isso, querendo ou não, teve um certo efeito negativo em sua nova obra. Basta ver que, embora continue mantendo alguns dos atores recorrentes em seus filmes anteriores, Os Meyerowitz elenca um desfile de estrelas hollywoodianas (incluindo pontas de Sigourney Weaver e Candice Bergen). Ainda assim, o filme tem o trunfo de tirar interpretações comoventes de comediantes como Ben Stiller e Adam Sandler. E é bom lembrar: um filme de Noah Baumbach é sempre diversão garantida.

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Tags: Adam SandlerBen StillerCinemaCrítica CinematográficaDustin HoffmanElizabeth MarvelEmma ThompsonNetflixNoah BaumbachOs Meyerowitz: Família não se escolheResenhaWes AndersonWoody Allen

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