Por Marcelo Cavalli*, especial para a Escotilha
Um dos grandes trunfos da experiência de acompanhar um festival como o Olhar de Cinema é a participação de debates sobre as obras que compõem a programação. Em várias sessões, os responsáveis pela curadoria do evento, além de convidados e produtores, fazem uma avaliação da obra com um bate-papo informal com o público.
Para quem não costuma acompanhar festivais de cinema, como eu, a experiência pode parecer diferente. Imagino que, se fôssemos inserir essa prática de debate para as salas comerciais, o público só teria a ganhar ampliando sua compreensão da arte cinematográfica.
Filmes produzidos fora de Hollywood e clássicos podem exigir contextualização para o espectador. Se a narrativa não for comum, isso pode distorcer a interpretação do filme pelo público. William Biagioli, responsável pela programação das mostras “Olhar Retrospectivo” e “Olhares Clássicos”, na edição deste ano do festival, é um defensor desse tipo de prática. “Ter a pessoa que escolheu e programou o filme é uma forma de aumentar a experiência. O ato de assistir a um filme só está completo quando compartilhamos o que vimos. Nossa sensação com a obra é potencializada [pelos debates].”
‘O ato de assistir a um filme só está completo quando compartilhamos o que vimos.’
Edição 2016
Esta quinta edição do Olhar de Cinema manteve os organizadores bem ocupados, mas o retorno foi animador. “O festival hoje conta com cinco salas de cinema [três no Itaú e duas no Novo Batel]. Todas estão movimentadas e cheias. Acho que esse é um processo de consolidação. A partir disso, vamos continuar acostumando o público com essa cultura de assistir e debater os filmes”, relata Biagioli.
O programador também comenta quais filmes o público jovem mais tem procurado. “Principalmente as sessões dos curtas-metragens paranaenses. São as que mais recebemos pessoas e, geralmente, são também os mais jovens.”
Ele também deixa claro que não existe um planejamento específico para atrair mais o público jovem. “A gente faz um trabalho bem amplo para atingir o maior número de pessoas possível. Não temos o objetivo de direcionar para determinado público”, completa.
* Marcelo Cavalli é estudante de jornalismo no UniBrasil Centro Universitário. Iniciou o curso por causa do futebol, mas descobriu através das experiências o valor das diversas outras áreas.
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