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Com narrativa didática, ‘Amor por Direito’ discute a luta pela igualdade

Dirigido por Peter Sollett, longa-metragem 'Amor por Direito' comove ao relembrar o drama real de Laurel Hester.

porMaura Martins
22 de abril de 2016
em Cinema
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Com narrativa didática, 'Amor por Direito' discute a luta pela igualdade

Imagem: Reprodução.

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Laurel Hester é uma detetive que há 23 anos atua na polícia de New Jersey, tendo sido, ao longo deste tempo, constantemente homenageada pelos seus serviços. Respeitada pelos pares (todos homens) e paquerada pelo parceiro de equipe, ela vive uma espécie de vida dupla: não conta aos colegas que é homossexual, por acreditar que isso prejudicaria sua ascensão profissional. Quando Laurel descobre que está com câncer terminal, passa a enfrentar uma luta urgente: a de conseguir deixar uma pensão para sua companheira Stacie Andree, algo que a legislação local não permite.

Amor por Direito, novo longa estrelado por Julianne Moore e Ellen Page, é baseado na história real enfrentada em 2005 pela policial Laurel Hester, cujo drama vivenciado acabou por influenciar as conquistas dos direitos pelos homossexuais – ainda que ela não se considerasse uma ativista nem reivindicasse uma pauta voltada ao casamento gay, mas à busca da igualdade de direitos, conforme ressalta a personagem (interpretada por Julianne Moore) em vários momentos do filme.

Enquanto filme, Amor por Direito tem uma característica que é simultaneamente uma qualidade e um defeito. Ele transmite uma história que está perfeitamente adequada às agendas políticas do momento, que traz ao debate uma discussão urgente e que atingiu o ápice com a decisão tomada pela Suprema Corte norte-americana em 2015, que legalizou o casamento homoafetivo. Em épocas em que tantos “neofascismos” se prenunciam na vida pública, é um filme que tem uma plateia já pré-cativada.

 A obra acaba tendo um tom de ‘filme sob encomenda’, excessivamente didático, com uma narrativa econômica, mas não no bom sentido.

Como consequência – e aí chegamos ao possível defeito –, em nome de uma comunicação mais ampla, a obra acaba tendo um tom de “filme sob encomenda”, excessivamente didático, com uma narrativa econômica, mas não no bom sentido. Tudo no filme é causal, preditivo: os diálogos entre Laurel e seu parceiro Dane (Michael Shannon), em uma das primeiras cenas do filme, são visivelmente construídos para “marcar” que ele tem uma paixão platônica pela colega. Da mesma forma, para justificar que Laurel tenha câncer no pulmão, ela aparece fumando diversas vezes no início da trama.

O mesmo ocorre na cena em que Laurel sente uma dor na altura da costela e diz para Stacie que deve ter distendido algum músculo, sendo que aquele era claramente um signo que apontava ao câncer (a abordagem pouco criativa fez lembrar aquele batido clichê narrativo da mulher que vomita e logo em seguida descobre que está grávida. Existe na ficção alguma mulher que vomita e não está grávida?).

Algo semelhante ocorre na performance do elenco, que é um tanto díspar. Julianne Moore emprega seus talentos já muito conhecidos para dar vida a uma Laurel de carne e osso, dura no trato com as pessoas próximas e algo desencantada com o mundo, em parte por sua espécie de “jornada dupla”. A caracterização da atriz frente à decadência gradativa de sua saúde é bastante realista e comovente. O mesmo se pode dizer das atuações de Ellen Page (que tenta se distanciar dos papéis “fofos” ao estilo de Juno), como Stacie, e Michael Shannon, ambos sempre contidos, na linha “menos é mais”, trazendo dignidade às pessoas que representam.

Por outro lado, a atuação histriônica de Steven Carrell, como Steven Goldstein, um ativista da causa gay, parece excessivamente forçada, estereotipada, fazendo lembrar de seus personagens de humor mais caricatos. Falta à trama, talvez, o impacto de um filme como Milk: A Voz da Igualdade (2008), com temática próxima.

Isto tudo não apaga a força e a pertinência do filme, que ainda acerta ao tecer, tangencialmente, uma crítica ao uso midiático das causas sociais e quantas vezes elas se transformam em “teatro político”, exagerado e histérico, como bem lembra o personagem de Steven Carrell, em prol de que certas temáticas reverberem e circulem nas mídias. A luta e a resistência silenciosas de Laurel Hester, por outro lado, são enternecedoras e fazem de Amor por Direito uma obra que merece ser conferida.

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Tags: Amor por direitocasamento gayCinemaCrítica CinematográficaEllen PageFilm ReviewJulianne MooreLaurel HesterMichael ShannonMilk: a voz da igualdadeMovie ReviewPeter SollettResenhaSteven Carrell

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