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Crítica: ‘Djon África’ é um cartão de visitas desconstruído de Cabo Verde – Olhar de Cinema

Filme de abertura do 7° Olhar de Cinema, 'Djon África' é road movie em um país mais parecido com o Brasil do que se podia imaginar.

porGiovanna Tortato
8 de junho de 2018
em Cinema
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'Djon África' é um cartão de visitas desconstruído de Cabo Verde

Imagem: Divulgação.

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Ao assistir a Djon África, filme de abertura do 7° Olhar de Cinema, o Festival Internacional de Curitiba, por vezes tive a impressão de estar assistindo a um filme turístico de Cabo Verde excessivamente sincero, mas isso não é nenhum demérito.

O longa dos portugueses Filipa Reis e João Miller Guerra, primeiro de ficção da dupla de documentaristas/cineastas, é um road movie que deixa a clara sensação de que conhecer o cenário em que se passa é tão importante quanto entender o íntimo de seu protagonista.

Djon é um jovem de origem africana como tantos em Portugal, órfão de mãe e criado pela avó, que nunca soube quem é o pai, deportado para o país de origem antes que ele pudesse conhecê-lo. Cansado de ser comparado com um homem que nunca viu, ele decide buscar suas raízes indo pela primeira vez para a terra natal de sua família. O problema é que tudo que ele sabe é o nome do pai e de uma tia, que supostamente mora na capital de Cabo Verde: Praia.

Desse ponto em diante, cada etapa da procura pelos familiares desconhecidos é uma justificativa para apresentar um aspecto diferente do país africano. Logo ao chegar, ele descobre que a tia faleceu exatamente há um ano e acaba acompanhando uma celebração religiosa bem particular. A partir daí, ele vai seguindo pistas e dando voltas tentando encontrar algum parente que possa lhe indicar a direção do pai.

No entanto, Djon (ou Miguel, nome que herdou do pai e também nome do intérprete do personagem, Miguel Moreira) se incomoda em não pertencer a lugar nenhum, pois mostra irritação ao ser chamado de estrangeiro constantemente, já que nasceu em Portugal, mas como lá é considerado ilegal, prefere chamar o país africano de casa.

O filme nos lembra que a África tem uma cultura mais parecida com a brasileira do que muita gente gostaria de admitir.

A cada parada de sua jornada conhecemos mais um pouco da cultura, da comida típica (a cachupa, uma cruza de quirera com feijoada, pelo que entendi), da cachaça artesanal local (o grogue), das músicas e das danças.

O filme nos lembra que a África tem uma cultura mais parecida com a brasileira do que muita gente gostaria de admitir. As rodas de música que lembram muito a música popular brasileira (a popular mesmo, pagode, sertanejo, samba…), a cultura de festas comunitárias similares aos “churrascos” brasileiros (com exceção da parte da carne, mas com confraternização, bebida, música e baralho).

Também vemos as belas paisagens, do centro urbano ao litoral das diferentes ilhas do arquipélago que forma a República de Cabo Verde. São nesses momentos de contemplação da natureza que o longa, esteticamente muito bonito, parece “jogar” alguns frames só para que tomadas belas sejam utilizadas, daí os momentos que descrevi como “turísticos” no início. Mas que fique claro que o retrato dado pelos diretores, conhecidos pelos seus trabalhos documentais, não tenta vender nada mais do que a realidade.

Essa realidade é vista sempre por um viés alegre, que reflete bem o povo que ela filma, mas com uma vida claramente precária e sem nenhum conforto. Novamente, lembra muito algumas partes do Brasil, só que no que parece ser o país por completo. Na área urbana, o subúrbio das áreas mais afastadas do centro de São Paulo e do Rio, com casas de alvenaria em pequenas vilas amontoadas. No litoral, o nordeste e seus caminhões pau-de-arara e barcos pesqueiros. Nas montanhas, a vida rural.

É lá, nas montanhas, que ele tem seu relacionamento mais importante, com uma senhora que pede seus serviços no pequeno sítio em troca de comida e teto. Os dois rapidamente formam uma relação de avó e neto, e, inclusive, não fica claro quanto tempo ele passa nesse local em específico, mas muito mais que suas outras paradas.

O final de Djon África é relativamente aberto, pode até ficar à sua escolha, se preferir. Particularmente, acho que o mais claro é que, após sua jornada de autoconhecimento, ele corre para assumir as responsabilidades que deixou em Portugal, ainda que minutos antes tenha dito que era como seu pai, um homem que foi e nunca voltou. Inclusive, este aparece brevemente quase que nos créditos, mas nem nós nem Miguel nos importamos mais com isso. Esse já não é mais o ponto mesmo, talvez nunca tenha sido.

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Tags: Cabo VerdeCinemaCompanhia das LetrasCríticaCrítica CinematográficaCrítica de CinemaDjon ÁfricaFilipa ReisJoão Miller GuerraMiguel MoreiraMovie ReviewOlhar de Cinema

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