Em 1996, quando o primeiro longa-metragem da franquia Missão Impossível chegou aos cinemas, sob a direção de Brian de Palma, ninguém imaginava que, 27 anos mais tarde, o astro Tom Cruise ainda estivesse firme e forte no papel do agente norte-americano Ethan Hunt. Baseada na série televisiva dos anos 1960, a marca, como poucas no universo do entretenimento contemporâneo, soube se reinventar episódio a episódio, e chega a seu sétimo filme, Missão Impossível 7: Acerto de Contas Parte 1, em cartaz nos cinemas, com todo vigor, assim como Cruise, hoje aos 61 anos.
O próprio título anuncia: o filme não tem uma conclusão, um fechamento, e termina em reticências. Ethan e a equipe do FMI, formada por Ilsa Faust (Rebecca Ferguson, de Duna), Benji Dunn (Simon Pegg) e Luther Stickell (Ving Rhames), recebem outra importante missão: devem rastrear uma aterrorizante arma nuclear que, caso caia nas mãos erradas, pode representar uma ameaça para toda a humanidade sem precedentes – e é claro que isso envolve o governo da Rússia, afinal a franquia sempre procurou estar em sintonia com os jogos geopolíticos da vida real e os interesses dos Estados Unidos.
Tudo é extremamente bem filmado e editado para manter os espectadores com os olhos presos à tela do início ao fim. Isso não é pouco em tempos tão formulaicos em Hollywood.
Com o controle do futuro e o destino de todo o mundo em jogo, a equipe precisa partir em uma corrida frenética ao redor do planeta, do deserto árabe a Roma, de Las Vegas aos Alpes austríacos. Entra em cena neste filme a ardilosa ladra profissional Grace, vivida pela britânica Hayley Atwell, que traz ao enredo uma bem vinda apimentada. A personagem compartilha com Cruise alguns dos melhores momentos do longa.
Com direção de Christopher McQuarrie, Missão Impossível 7: Acerto de Contas Parte 1 é eletrizante e mal dá ao espectador tempo de respirar, em uma sucessão de longas cenas de ação tão mirabolantes quanto espetaculares.
A trama, embora se sustente, é, nesta primeira parte, menos importante do que os absurdos desafios aos quais Hunt (e Cruise, que fez questão de fazer muitas de suas sequências perigosas sem dublê) é submetido. Tudo é extremamente bem filmado e editado para manter os espectadores com os olhos presos à tela do início ao fim. Isso não é pouco em tempos tão formulaicos em Hollywood.
Missão Impossível 7: Acerto de Contas Parte 1 se conecta ao início da saga e, principalmente, ao karma de Ethan Hunt de perder, de forma trágica, todos a quem se conecta afetivamente, sobretudo as mulheres de sua vida. O personagem, apesar de não ser exatamente multidimensional, denso, mesmo assim ganha complexidade para gerar empatia e compaixão.
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