• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Cinema

‘O Nome da Morte’ usa violência crua em história real de matador de aluguel

Em 'O Nome da Morte', Henrique Goldman, sem esconder ou maquiar cenas violentas, dirige a história de Júlio Santana, assassino profissional que assumiu ter acabado com a vida de 492 pessoas sem jamais ter sido condenado.

porTiago Bubniak
20 de julho de 2021
em Cinema
A A
O Nome da Morte, de Henrique Goldman

Cícero (André Mattos) e Júlio (Marco Pigossi): tio “mergulha” o sobrinho no mundo da matança. Imagem: Divulgação.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

A tensão do início de O Nome da Morte (2017) é um chamariz competente pouco visto no cinema nacional. A direção de som engrandece o caos. Campainha que não espera, batidas intensas e insistentes na porta, cachorro latindo incansavelmente, gritos do lado de fora da casa e, dentro dela, um homem bastante agitado e temeroso do que encontrará se abrir a porta. Ele veste uma farda policial, sai e uma multidão começa a persegui-lo em meio a barulhos altos de tiros e muita, muita correria. A agitação aumenta com mais gritos e a inserção de uma música que enaltece a tensão.

A construção cuidadosamente preparada para fazer o espectador prender a respiração (e a atenção) já nos segundos iniciais do filme pretende também avisar que o que virá não é suave. Alerta aos sensíveis: a morte do título está cruamente representada com cabeças estouradas, sangue escorrendo e o take rápido, mas existente, de um corpo em decomposição. A violência é explícita. A decisão do diretor Henrique Goldman de não escondê-la ou maquiá-la é coerente com a história contada. Afinal, trata-se de uma produção baseada na vida real de Júlio Santana, matador de aluguel que assumiu ter assassinado 492 pessoas. Nunca chegou a ser julgado ou condenado por seus crimes. Esteve preso uma única vez, mas foi solto no dia seguinte. Parece coisa de cinema. Até que virou mesmo filme.

O trabalho tem Roberto Berliner (do emocionante e muito bem feito Nise: O Coração da Loucura, de 2015) como um dos produtores. Quem também está presente na ficha técnica como produtor associado é Fernando Meirelles, de Cidade de Deus (2002), O Jardineiro Fiel (2005) e Ensaio Sobre a Cegueira (2008). Nomes como esses, com trabalhos de respeito em suas filmografias, ajudam a garantir o apuro técnico que a obra apresenta.

Baseado no livro de mesmo nome de Klester Cavalcanti, O Nome da Morte exige de seus atores principais. E recebe. Marco Pigossi como o protagonista; Fabiula Nascimento interpretando Maria (a esposa de Júlio); e André Mattos, no papel do tio policial que “mergulha” o sobrinho no mundo da matança estão bastante inspirados em suas entregas que as cenas dramáticas cobram. E elas não são poucas em um contexto no qual a banalização da morte é extrema. Basta um desafeto conquistado no descompromissado jogo de futebol do fim de semana que lá está o alvo, o assassino contratado e o tiro estourando miolos.

Diante de tanto tratamento de assassinatos como se fossem o simples descascar de uma banana, o espectador tende a ter dificuldade em acreditar que isso aconteceu na realidade, sem qualquer justiça ou punição. O fato que é aconteceu.

Com exceção da cena inicial (que acontece antes, inclusive, de os primeiros créditos apresentarem os destaques do elenco), o roteiro não faz abordagens sobre possíveis reações dos parentes e amigos das vítimas. É uma estratégia usada, ao que parece, para tornar o filme o mais enxuto possível e centralizado nos dilemas éticos (sim, eles existem) e dramas pessoais do protagonista. Mas é uma escolha que causa certo desconforto e estranhamento, do ponto de vista narrativo, considerando que, afinal, são quase cinco centenas de pessoas mortas.

Diante de tanto tratamento de assassinatos como se fossem o simples descascar de uma banana, o espectador tende a ter dificuldade em acreditar que isso aconteceu na realidade, sem qualquer justiça ou punição. O fato é que aconteceu. E, dessa forma, O Nome da Morte ganha uma coloração, uma roupagem histórica e sociológica ao reforçar a ideia de que o Brasil é capaz de abrigar muitos Brasis. Alguns deles, bastante assustadores.

 

Tags: CinemaCinema BrasileiroCinema NacionalCríticaCrítica CinematográficaCrítica de CinemaFabíula NascimentoHenrique GoldmanKlester CavalcantiMarco PigossiO Nome da MorteResenhaReview

VEJA TAMBÉM

Brad Pitt está bastante confortável em cena. Imagem: Warner Bros. / Divulgação.
Cinema

‘F1: O Filme’ acelera com estilo, mas nunca sai totalmente do piloto automático

1 de julho de 2025
Longa de Babenco foi indicado em quatro categorias no Oscar, levando a de melhor ator. Imagem: HB Filmes / Divulgação.
Cinema

‘O Beijo da Mulher Aranha’, de Hector Babenco, completa 40 anos como marco do cinema latino-americano

27 de junho de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Brad Pitt está bastante confortável em cena. Imagem: Warner Bros. / Divulgação.

‘F1: O Filme’ acelera com estilo, mas nunca sai totalmente do piloto automático

1 de julho de 2025
A escritora francesa Anne Pauly. Imagem:  Édition Verdier / Divulgação.

‘Antes Que Eu Esqueça’ traz uma abordagem leve e tocante sobre o luto

30 de junho de 2025
Jon Hamm volta à boa forma com Coop. Imagem: Apple TV+ / Divulgação.

‘Seus Amigos e Vizinhos’ trata o privilégio com cinismo e humor ácido

30 de junho de 2025
Longa de Babenco foi indicado em quatro categorias no Oscar, levando a de melhor ator. Imagem: HB Filmes / Divulgação.

‘O Beijo da Mulher Aranha’, de Hector Babenco, completa 40 anos como marco do cinema latino-americano

27 de junho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.