Não é mais necessário acompanhar e criticar todos os longas-metragens de animação que surgem. São muitos e, não raro, derivativos, os títulos sem agregar muito ao gênero. Mas Robô Selvagem, de Chris Sanders, é um caso muito diferente, tanto que vem sendo apontado como favorito ao próximo Oscar. O filme, que já rendeu US$ 150 milhões no mundo sem pretensões de blockbuster, abrange uma vasta gama de emoções e, de forma notável, evita o cinismo, contudo também não resvala na pieguice.
Chris Sanders, veterano na área, estudou na Cal Arts e trabalhou em icônicos filmes da Disney, como A Bela e a Fera, O Rei Leão e Mulan, até assumir a direção de Lilo & Stitch. Ele também deu voz ao personagem principal. Mais tarde, ao se mudar para a DreamWorks com seu parceiro de longa data, Dean DeBlois, Sanders teve um papel crucial na criação de Como Treinar o Seu Dragão, estabelecendo uma nova franquia de sucesso.
Robô Selvagem apresenta uma narrativa que evoca um conto de fadas clássico, desdobrando-se de forma harmoniosa.
Adaptado do livro de Peter Crown, Robô Selvagem apresenta uma narrativa que evoca um conto de fadas clássico, desdobrando-se de forma harmoniosa, envolvente. Seus personagens principais incluem um robô futurista, cuja renderização deliberadamente imperfeita a diferencia de robôs animados como Gigante de Ferro e Wall-E.
Após uma queda desastrosa em uma ilha remota, Roz, essa máquina com defeito, com voz e personalidade femininas, transforma-se em uma figura materna improvável para um filhote órfão de ganso que a reconhece como mãe assim que abre os olhos. Entre os habitantes da ilha, uma raposa esperta, mas rejeitada por muitos, se torna sua companheira.
Sem seguir uma agenda explícita, o filme aborda sentimentos primordiais como solidão, rejeição, apego, amizade, lealdade e bondade, além de apresentar piadas inteligentes e divertidas sobre corporações sem rosto, aquecimento global e a necessidade de convivência com a diferença.
Robô Selvagem é uma obra verdadeiramente bela, em todos os sentidos. A produção é impressionante, desde o design dos personagens até o ambiente minuciosamente criado. Sanders e DeBlois reuniram uma equipe de primeira linha para dar vida a essa visão, e o talentoso compositor Kris Bowers também se destaca com uma trilha sonora notável.
Mesmo sem crianças, vale a pena assistir a Robô Selvagem no cinema. A experiência é emocional é profunda, garantindo que o espectador sairá da sala comovido e grato pela recomendação.
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