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‘O Som ao Redor’ é uma crônica hipnótica do Brasil contemporâneo

Com uma narrativa inteligente, de impressionante fluência, 'O Som ao Redor' é um filme que nunca grita. Sugere, deixando espaço para que o espectador pense.

porPaulo Camargo
10 de janeiro de 2013
em Cinema
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Famílias de classe média compõem personagens do longa. Imagem: Reprodução.

Famílias de classe média compõem personagens do longa. Imagem: Reprodução.

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Entra hoje em cartaz no Espaço Itaú de Cinema, em Curitiba, uma semana depois estrear com grande sucesso de público no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, O Som ao Redor, primeiro longa-metragem do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho. É, sem exagero, um dos mais relevantes filmes realizados no Brasil nos últimos anos.

Consagrado pela crítica internacional, e listado como um dos melhores do ano por importantes veículos, como o jornal norte-americano The New York Times e a revista britânica Sight and Sound, o longa de Mendonça, também vencedor de vários prêmios em festivais dentro e fora do país, é uma obra obrigatória para quem pretende compreender, em toda a sua complexidade, a sociedade brasileira contemporânea.

O roteiro tem como foco a vida cotidiana em uma rua do bairro Setúbal, de classe média abastada, situado na zona sul de Recife. A região é quase toda controlada por Francisco (o veterano Waldemar José Solha, de Era Uma Vez Eu, Verônica), um senhor de engenho que agora vive na cidade grande, cercado de filhos e netos, mas de certa forma ainda a defender uma ordem social patriarcal e autoritária apenas disfarçada pela fachada de modernidade – ele é o dono de quase todos os imóveis do local e tenta manter tudo e todos sob seu controle velado.

O Som ao Redor, consagrado pela crítica internacional e vencedor de vários prêmios, é um dos filmes brasileiros mais relevantes e pertinentes dos últimos anos.

Embora reine uma aparente tranquilidade na vizinhança, a calmaria não convence: há uma tensão, de início apenas sugerida, que sobretudo se apresenta por meio de sons – daí o título do filme. Latidos de cães, barulhos de aspiradores de pó, carros freando, vozes, apitos, sirenes. Todos têm significados e servem de costura para a trama, que ganha novo rumo quando Francisco permite que Clodoaldo (Irandhir Santos, de Tropa de Elite 2) se instale na rua com um serviço particular de segurança.

Devagar, o filme discute, sem recorrer ao didatismo ou a discursos ideológicos simplificadores, temas diversos, porém entrelaçados, como o conflito entre classes sociais, violência urbana, o poder paralelo das milícias e a especulação imobiliária nos grandes centros.

Com uma narrativa inteligente, de impressionante fluência, Mendonça opta pela contenção: faz um filme que nunca grita. Sugere, deixando espaço para que o espectador pense, oferecendo uma crônica sem grandes sobressaltos, mas hipnótica, dos ritmos da vida em sua pequenez, em seus detalhes, da qual emerge a radiografia perturbadora de uma sociedade que vive os efeitos de uma acelerada transformação, mas, ao mesmo tempo, ainda se encontra assombrada pelas crueldades de seu passado oligárquico e violento. Um filmaço, em todos os sentidos.

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Tags: CinemaCinema BrasileiroCríticaCuritibaIrandhir SantosKléber Mendonça FilhoO Som ao RedorSight and SoundThe New York TimesWaldemar José Solha

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