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‘Tinnitus’ explora o aspecto sensorial do cinema

Longa-metragem de Gregorio Graziosi, 'Tinnitus' aborda a história de uma ex-atleta atormentada por um zumbido no ouvido.

porMaura Martins
29 de junho de 2023
em Cinema
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O cinema, quando explorado de forma inventiva, presta-se não apenas como um espetáculo aos olhos e aos ouvidos, mas a uma experiência sensorial mais ampla. Tinnitus, longa-metragem brasileiro dirigido por Gregorio Graziosi, aventura-se nessa seara mais arriscada ao nos entregar uma obra que vai muito além da história.

Mais do que consumir a trama envolvendo Marina Lenk (interpretada pela atriz Joana de Verona), é necessário senti-la esteticamente. Ela é uma atleta de ponta dos saltos ornamentais. Sua parceira é Luísa (Indira Nascimento), e juntas elas rumam um caminho triunfante para as Olimpíadas de Tokyo.

Até que algo acontece: Marina tem uma crise grave de tinnitus (distúrbio caracterizado pelo zumbido constante no ouvido), o que faz com que se desconcentre e sofra um acidente num salto. Acaba se afastando do esporte, decisão que gera uma grande revolta de Luísa.

Anos depois, Marina trabalha como sereia num aquário e faz um tratamento para tinnitus em um centro especializado. Ela namora o médico do centro (André Guerreiro Lopes), mas se vê aos poucos acometida pelos seus desejos, que ainda não são compreendidos.

O que se vê, ao longo da trama, é uma mulher atormentada e encurralada: pelo seu desejo ainda não reconhecido de talvez voltar às piscinas; pelo namorado, sutilmente controlador, que ministra os remédios que param o ruído, mas tolhe suas possibilidades criativas; pela antiga parceira, que se ressente de ter sido abandonada, pois a decisão de Marina teria trazido prejuízos à sua carreira.

Mas os desejos não podem ser controlados por muito tempo. A calmaria da sua vida atual logo começar a dar espaço para que ela busque, mesmo sem nenhum apoio, encontrar a si mesma. Uma outra personagem, Teresa (Alli Willow, de Bacurau), que é a nova parceira de Luísa, também terá uma função importante de confrontá-la com aquilo que ela carrega, mas ainda não consegue nomear.

‘Tinnitus’: uma obra sensorial

A sinopse narrativa de Tinnitus é apenas a primeira parte do filme. A outra parte diz respeito à experiência estética construída cena a cena, a partir de diversos recursos que tornam esta obra um deleite, e não apenas para os olhos.

Tinnitus pretende ser também uma experiência aos ouvidos, tentando explorar o que sente uma pessoa que convive com um zumbido permanente.

Sem dúvida, a primeira coisa que chama a atenção é a direção de fotografia, assinada pelo português Rui Poças (no Festival de Cinema de Gramado de 2022, o longa foi premiado nas categorias Melhor Fotografia, Melhor Montagem e Melhor Direção de Arte).

Há uma intenção clara de situar esta história na beleza árida da chamada “selva de pedra”, na fluidez da água, no minimalismo da cultura nipônica e na estética vintage associada a um esporte como os saltos ornamentais. Isto tudo também transparece nos figurinos e nos enquadramentos escolhids para o longa.

São Paulo, inclusive, aparece no filme de Gregorio Graziosi mais graciosa do que nunca. Há cenas em que a cidade acaba configurando quase como um personagem, quando vemos imagens do vão do MASP, do bairro da Liberdade, de prédios com grandes estruturas de concreto e os tetos dos arranha-céus.

Joana de Verona e Antônio Pitanga no longa que tem São Paulo como cenário
Joana de Verona e Antônio Pitanga no longa que tem São Paulo como cenário. Imagem: Divulgação.

E, por fim, Tinnitus pretende ser também uma experiência aos ouvidos, tentando explorar o que sente uma pessoa que convive com um zumbido permanente – o que, muito provavelmente, é uma sensação infernal. A ideia deste “inseto” interno aparece logo nas imagens iniciais do longa e é reiterada em outras histórias, caracterizadas na presença ilustre de Antonio Pitanga, que vive Inácio, outra vítima do tinnitus.

O zumbido constante aparece em vários momentos – às vezes, de modo sutil; em outros, bem explícitos. O que torna Tinnitus um filme meio paradoxal: a fotografia faz com que ele seja perfeito para as telas grandes do cinema, mas o aspecto sensório é possivelmente melhor explorado quando o assistimos usando fones de ouvido.

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Tags: Antonio PitangaCinema Brasileirocrítica cinematográficaFestival de GramadoGregorio GraziosiIndira NascimentoJoana de VeronaresenhaTinnitus

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