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[EDITADO] ‘Tudo em Família’ oscila entre ser sátira ao mundo do entretenimento e drama romântico

'Tudo em Família', estrelado por Nicole Kidman e Zec Efron, tenta capturar a complexidade das relações humanas através de personagens que são mais do que suas primeiras impressões.

porPaulo Camargo
10 de julho de 2024
em Cinema
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Joey King, Zac Efron e Nicole Kidman estrelam 'Tudo em Família'. Imagem: Divulgação.

Joey King, Zac Efron e Nicole Kidman estrelam 'Tudo em Família'. Imagem: Divulgação.

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Ao longo da comédia romântica Tudo em Família, filme mais visto atualmente na plataforma de streaming Netflix, a filha Zara (Joey King, de The Act) e a mãe Brooke (Nicole Kidman) discutem sobre o tipo de homem que Chris Cole (Zac Efron) realmente é. Para Zara, ele é um astro de cinema egocêntrico que oscila entre exigências irracionais e ameaças de demissão. Para Brooke, ele é um amante atencioso, o primeiro homem a reavivar nela a possibilidade de romance desde a morte do pai de Zara, Charlie.

Aparentemente, mãe e filha não parecem estar falando do mesmo homem, mas nenhuma delas está totalmente errada – Chris, como qualquer pessoa, possui múltiplas facetas. O filme, dirigido por Richard LaGravenese (P.S. Eu Te Amo), tenta nos convencer de que ele pode ser ambas as coisas ao mesmo tempo, e é dessa ambiguidade que o roteiro busca tirar sua força.

Parte sátira do mundo do entretenimento, parte drama romântico, Um Amor em Família oscila desajeitadamente entre esses dois modos sem se fixar em um tom coeso, o que é um problema. Felizmente, ambas as metades são abençoadas com a mesma qualidade que permite a Chris encarnar tanto a visão de Zara quanto a de Brooke: o charme ambíguo do personagem, capaz de causar diferentes reações ao longo da narrativa, da repulsa à simpatia.

O filme nos apresenta inicialmente um Chris desagradável. Na tela, ele é o herói estilo Marvel de uma franquia terrível chamada Icarus Rush; fora dela, ele é um narcisista infantil que faz birras para Zara. Ele a chama em horários estranhos para que ela procure por seu suplemento de proteína e a faz montar cestas de presentes para seus cães com o próprio dinheiro dela. Ele também troca de namorada como quem troca de roupa e depois manda Zara buscar suas coisas nas casas delas. Chris ilude Zara com a promessa de um crédito como assistente de produção, mas continuamente insiste que ela não está “pronta” para fazer muito mais do que pegar suas roupas na lavanderia.

Nenhuma dessas situações é particularmente nova – Chris é puro estereótipo de Hollywood. Mas a roteirista Carrie Solomon aborda esses clichês com a afeição irônica de uma insider que sabe o quão ridícula sua indústria pode ser.

Essas situações são ainda mais elevadas por Efron, que foi visto pela última vez no bom drama A Garra de Ferro, mas nos lembra aqui que ele é um talento cômico ainda mais eficiente do que dramático. Seu timing transforma piadas razoáveis em momentos hilariantes, e sua aparente doçura mantém Chris sedutor mesmo em seus piores momentos. Sua dinâmica (platônica) com King é repleta de exasperação e afeição relutante. Em um ponto, Chris zomba da assistente dizendo que é “pejorativo” ela chamá-lo de “celebridade” porque ele é um astro de cinema, afinal. O momento funciona como uma piada, mas também contém um grão de verdade.

Como O Dublê, Tudo em Família serve como um testemunho do poder do carisma das estrelas de cinema enquanto simultaneamente faz uma paródia disso, mostrando o lado ridículo dessa realidade.

Na verdade, Um Amor em Família não se preocupa muito com as vantagens ou desafios específicos de namorar uma pessoa famosa.

Toda essa sátira de Hollywood é apenas a preparação para a verdadeira trama de Tudo em Família, que começa quando Chris se convida para a casa que Zara divide com sua mãe. Enquanto espera por ela, ele e Brooke começam a conversar, tomando shots de tequila. No próximo instante, Brooke está rasgando a camiseta que Chris, no dia anterior, havia gritado com Zara por não tratar com mais cuidado.

A princípio, o caso é tratado como piada. Chris continua sendo seu eu desajeitado, conquistando Brooke com frases de seus próprios filmes. Zara fica tão surpresa ao encontrar sua mãe na cama com seu chefe que se engasga com uma uva e desmaia. Tentando explicar, Brooke acidentalmente usa a mesma desculpa que Zara deu para ela ao fazer um piercing na sobrancelha na adolescência: “Fez sentido na hora que o cara estava colocando”.

Mas Tudo em Família assume um tom mais sincero e sentimental à medida que o caso evolui para algo mais profundo. Kidman e Efron compartilham uma química mais romântica, que nada tem a ver com a dinâmica vulgar que exibiram em Obsessão (2012). Chris se abre sobre suas tragédias de infância e a solidão da fama. Brooke confessa que faz anos desde que se sentiu desejada e se permite o luxo de “ficar um pouco louca” pela primeira vez que consegue se lembrar.

Embora haja momentos em que o filme exagera com jantares caros, tours privados em estúdios e um gesto adoravelmente excêntrico no terceiro ato, o relacionamento é geralmente retratado como um romance em evolução lenta, não uma aventura apaixonada.

Na verdade, Tudo em Família não se preocupa muito com as vantagens ou desafios específicos de namorar uma pessoa famosa. Brooke não conhece a carreira de Chris e não precisa que ele a leve para férias ou a festas sofisticadas; ela já se saiu bem o suficiente como escritora para ter sua própria mansão à beira de um penhasco e um guarda-roupa cheio de vestidos de grife.

Embora Chris não possa sequer ir ao mercado sem ser cercado, o casal não discute o que significaria tornar público seu relacionamento – e isso nunca acontece, de fato. A maior ameaça à conexão deles é a desaprovação de Zara, não a diferença de idade e status social.

As fantasias que o filme aborda são mais mundanas, e quase mais comoventes por isso. Uma é a de ser uma escritora cujo talento atrai, ao invés de intimidar, um pretendente. Brooke conta como o seu marido, Charlie, parecia se ressentir de seu sucesso como autora. Chris, por outro lado, faz questão de encontrar os escritos de Brooke e até memoriza seus melhores trechos.

A outra é ser uma mãe cujo filho finalmente aprecia seus sacrifícios. Todos os três personagens principais poderiam ser acusados de fazer escolhas egoístas ou míopes. Mas é Brooke quem o filme retrata como uma espécie de entidade superior (Kidman está muito bem no papel) que merece qualquer felicidade que puder obter, e Zara quem é obrigada a pedir desculpas por ser egoísta. São traçados paralelos entre Brooke ter cuidado amorosamente de todas as necessidades de Zara durante uma infância difícil e Zara agora atendendo Chris.

Tudo em Família tenta capturar a complexidade das relações humanas através de personagens que são mais do que suas primeiras impressões. Ao explorar os altos e baixos de Chris Cole, o filme não apenas satiriza a cultura de celebridades, mas também celebra a capacidade humana de mudar e se redimir.

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Tags: comédia românticaJoey KingNetflixNicole KidmanRichard LaGravaneseTudo em FamíliaZac Efron

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