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Almodóvar e Tilda: feitos um para o outro em ‘A Voz Humana’

No curta-metragem 'A Voz Humana', o cineasta espanhol Pedro Almodóvar faz uma instigante adaptação livre do texto teatral de Jean Cocteau, com Tilda Swinton no papel de uma mulher em debate com a solidão do fim de um grande amor.

porPaulo Camargo
15 de abril de 2021
em Cinema
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Tilda Swinton em 'A Voz Humana'

A atriz britânica Tilda Swinton estrela 'A Voz Humana". Imagem: Divulgação.

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O curta-metragem A Voz Humana marca o encontro entre dois gigantes. O filme, com 30 minutos de duração, é dirigido pelo diretor espanhol Pedro Almodóvar, um dos cineastas essenciais de nosso tempo, e estrelado pela atriz britânica Tilda Swinton, sempre intrigante, desafiadora, em suas interpretações.

Adaptação livre da peça clássica de Jean Cocteau, o filme, que estreou no Festival de Veneza de 2020, acompanha uma mulher (Swinton) por três dias após ela ser abandonada por seu amante. Inconformada com o desaparecimento do companheiro, ela se debate na solidão: precisa ouvir a voz de quem partiu – como o título indica –, mas anseia também por um pouco de atenção. Necessita um fechamento para a história de amor que viveram por quatro anos, mas não consegue.

Adaptação livre da peça clássica de Jean Cocteau, o filme, que estreou no Festival de Veneza de 2020, acompanha uma mulher (Swinton) por três dias após ela ser abandonada por seu amante.

Talvez esse homem que não vemos tenha outra (ou outro, com Almodóvar nunca se sabe), e pelas falas da personagem em seu solilóquio, talvez ele não esteja geograficamente tão longe. Só sabemos sobre esse romance interrompido por meio da voz (de novo ela, a voz humana) da personagem, que agora se comunica com seu interlocutor via celular. Estamos diante de um mistério, de uma incógnita.

A personagem de Swinton, que não tem nome e parece viver em Madri (território mítico de Almodóvar), é complexa, apesar da curta duração do filme. Logo no início da narrativa, ela compra um machado e, com ele, destrói um terno do amante, como se quisesse não apenas puni-lo, mas esquartejar sua existência, para torná-la mais suportável.

A despeito de falar inglês (algo inédito na filmografia do diretor), a personagem é uma arquetípica mulher de Almodóvar: maior do que a vida, passional, ao mesmo tempo fragilizada e potente em sua ira, em seu descontrole. Mas também muito elegante em companhia de seu cão, um border collie azulado.

A protagonista habita um apartamento que revela-se um cenário construído em estúdio, o que nos leva a questionar: até que ponto o que assistimos não é uma representação? Ou não seria a vida, no fundo, uma também uma grande encenação, imersa em artificialidade? Questões recorrentes na obra do diretor.

Por ser um curta-metragem, A Voz Humana tem a força de um soco certeiro, de uma lufada de vento que escancara a janela. Não é como o último longa do cineasta, o magnífico Dor e Glória, que se descortina aos poucos, revelando camadas e tempos narrativos. Faz uso, no entanto, de suas indefectíveis cores – entre elas, vermelho, amarela, preto, presentes também na bandeira da Espanha –, e de referências cinematográficas – a personagem tem em casa DVDs de filmes como o melodrama Palavras ao Vento, de Douglas Sirk, e de Kill Bill, de Quentin Tarantino, um filme sobre vingança. O curta dialoga com essas obras.

Trata-se, assim, de um Almodóvar castiço, intenso, em um pequeno frasco. Imperdível.

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Tags: A Voz HumanaCinemaCrítica de CinemaFestival de VenezaFilm ReviewJean CocteauMovie ReviewPedro AlmodóvarResenhaTilda Swinton

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