• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Colunas À Margem

Alice Ruiz, Luci Collin, Karol Conka e o empoderamento pela arte

A literatura das escritoras Alice Ruiz e a Luci Collin, bem como a música da rapper Karol Conka são formas de resistência do feminismo por meio da arte.

porGuylherme Custódio
29 de agosto de 2016
em À Margem
A A
Alice Ruiz, Luci Collin, Karol Conka e o empoderamento pela arte

Imagem: Brasilidades/Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

“Primeiramente, fora Temer”.

Assim começou a fala da poeta Alice Ruiz na mesa “Universos em miniatura”, dividida com Luci Collin e mediada por Julie Fank na noite de ontem no palco do Litercultura.

Dedicado ao debate e contando com a presença de autoras femininas e feministas, o principal evento literário de Curitiba deveria passar inevitavelmente pela situação política do país, vista por Alice como prejudicial não só à democracia: “o resultado do golpe é pior para as mulheres. Vão querer que a gente seja ‘bela, recatada e do lar’”.

O que isso tem a ver com a literatura?

Tudo.

Afinal, de acordo com a haicaista a luta pela igualdade de gênero que se dá na sociedade é também refletida na literatura, uma vez que a presença de mulheres no meio literário se dá contra tudo e todos já que a própria alfabetização da mulher é um processo recente.

O exemplo da escritora Mary Ann Evans, que precisou usar o pseudônimo de George Eliot para que tivesse o seu trabalho reconhecido e, mais recentemente, da própria J.K. Rowling que abreviou seu nome para que fosse confundida com um homem, mostram como e quanto essa desigualdade se dá.

Por isso, a publicação de mais de 40 livros feita por Alice Ruiz e Luci Collin é o resultado de nadar contra uma maré composta de homens brancos de classe média com ensino superior e residentes do eixo Rio-SP, perfil esse que se mostra como resultado da pesquisa de Regina  Dalcastagnè na obra Literatura Brasileira Contemporânea — Um Território Contestado, que demonstrou ainda que criador e criatura se equivalem, uma vez que o personagem médio brasileiro pode ser definido como um homem branco, heterossexual, intelectualizado, sem deficiências físicas, componente da classe média e morador de uma grande cidade.

Na contramão, a obra de Luci Collin conta com uma presença de personagens femininas três vezes maior do que o contingente habitual conforme demonstrado pelo estudo de Andiara Maximiano de Moura.

‘É o poder, o mundo é de quem faz / Realidade assusta todos tão normais / Viu falei / Depois não vem dizer que eu não avisei.’ Karol Conka – ‘É o Poder’

Além disso, a questão feminina é também problematizada na obra de Luci como em “Isto é literatura feminina ou seja (autoretorto)”, presente em seu último livro Árvore Todas (Iluminuras, 2015), no qual a autora coloca em debate a questão do que é verdade e o que é mentira na literatura e também discute o papel da mulher na sociedade, o que pode ser visto no seguinte trecho:

“Entre as coisas de mulher está lavar roupas e a decisão mais difícil que a mulher deve tomar em se tratando deste assunto é se escolherá sabão líquido, sabão em pó, sabão em barra, sabão de coco ou um sabão especial para roupas finas. Não estamos tratando de tirar MANCHAS.

Só estou tratando de mulheres”.

Obviamente, as “coisas de mulher” não são só essas, o que se mostra pela atuação de Alice Ruiz, Luci Collin e também da curitibana Karol Conka, uma das rappers mais relevantes do país e que há anos ganha destaque em um gênero também dominado pelos homens, presença essa que assim como na obra de Luci ajuda a refletir sobre o empoderamento feminino.

Essa postura da MC que recentemente cantou na abertura dos Jogos Olímpicos pode ser vista desde o começo da sua atuação, como por meio do videoclipe da música “Boa Noite”, que alavancou a sua carreira solo depois de ter feito parte do grupo de rap Agamenon ao lado dos MC’s Cadelis, Cilho e Bigue.

Na música que compõe o álbum Batuk Freak a rapper diz: “Vim pra ficar, chega e dá um confere / Sou o que o povo prefere, meu estilo é o que difere / Totalmente livre e leve ao mesmo tempo que ferve / A batida me causa febre, aquecida nada interfere”.

Prezando pela liberdade, Karol mostra por meio do clipe uma situação de festa na qual a diversão e o acesso à bebida alcoólica são liberados para ambos os gêneros, diferentemente da circunstância presente no conto de Luci:

“Muitas mulheres da minha família ficaram VIÚVAS muito jovens. Uma por conta da gripe espanhola que levou o marido e um filho de três anos. A outra por causa da cirrose no fígado do marido porque era COMUM beber muito sem ser considerado alcoólatra. Mas morte matada não teve nenhuma. Era raro uma mulher morrer de cirrose antigamente porque não tinha fácil acesso a bares ou a happy hours e também não se vendia cerveja nos supermercados; mais nas vendinhas mesmo. E não se podia comprar nada pela internet e nem por disk”.

Felizmente, a situação relatada pelo eu lírico já é bastante distinta dos tempos atuais, o que pode ser visto na letra de “Tombei”, em que Karol canta em nome da mulher que exige o respeito que lhe é de direito (É no meu tempo / As minhas regras vão te causar um efeito / É quando eu quero, se conforma, é desse jeito / Se quer falar comigo então fala direito, fala direito).

Essa posição de similitude clamada por Karol foi também tema da fala de Alice Ruiz ao dizer que as mulheres não desejam mais do que os homens, mas sim querem igualdade, o que pode e deve ser conquistado por meio da arte.

VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI, QUE TAL CONSIDERAR SER NOSSO APOIADOR?

Jornalismo de qualidade tem preço, mas não pode ter limitações. Diferente de outros veículos, nosso conteúdo está disponível para leitura gratuita e sem restrições. Fazemos isso porque acreditamos que a informação deva ser livre.

Para continuar a existir, Escotilha precisa do seu incentivo através de nossa campanha de financiamento via assinatura recorrente. Você pode contribuir a partir de R$ 8,00 mensais. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

Se preferir, faça uma contribuição pontual através de nosso PIX: pix@escotilha.com.br. Você pode fazer uma contribuição de qualquer valor – uma forma rápida e simples de demonstrar seu apoio ao nosso trabalho. Impulsione o trabalho de quem impulsiona a cultura. Muito obrigado.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: Alice RuizFeminismointertextualidadeKarol ConkaLiteraturaLiteratura BrasileiraLiteratura CuritibanaLiterculturaLuci CollinMúsicaRaprap curitibanoRap Nacional

VEJA TAMBÉM

'CWBreaking': O breaking de Curitiba registrado por quem o vive
À Margem

‘CWBreaking’: O breaking de Curitiba registrado por quem o vive

11 de dezembro de 2017
Rap de Curitiba mostra sua cara na cypher ‘18 Killa BoomBap’ - Leminski aplaude
À Margem

Rap de Curitiba mostra sua cara na cypher ‘18 Killa BoomBap’ – Leminski aplaude

27 de novembro de 2017
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Calçadão de Copacabana. Imagem: Sebastião Marinho / Agência O Globo / Reprodução.

Rastros de tempo e mar

30 de maio de 2025
Banda carioca completou um ano de atividade recentemente. Imagem: Divulgação.

Partido da Classe Perigosa: um grupo essencialmente contra-hegemônico

29 de maio de 2025
Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Rob Lowe e Andrew McCarthy, membros do "Brat Pack". Imagem: ABC Studios / Divulgação.

‘Brats’ é uma deliciosa homenagem aos filmes adolescentes dos anos 1980

29 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.