“Paixão arrebatadora” é redundância.
Toda paixão é, em essência, arrebatadora.
Não há pobreza financeira que resista à riqueza de uma apaixonante relação. Os seus efeitos fazem com que os defeitos desapareçam. Todas as diferenças se tornam indiferentes.
‘Hoje a bandeira tremula no céu dos iguais! / O show já começou / e você nem percebeu que o picadeiro é seu / O quanto é difícil acordar?’ – Machete Bomb – ‘Futebol, Putaria, Carnaval e Protesto’
Por isso, a paixão nacional é tema dos mais diversos estilos musicais.
O pop, a MPB, o samba, o rap e muitos outros gêneros já foram ritmo para que o futebol se manifestasse nessa imensa pátria de chuteiras.
Se clássico é clássico e vice-versa, impossível entrar no tema e não citar a clássica “Uma partida de futebol”, dos mineiros do Skank.
E já que o futebol está, mesmo que adormecido, no DNA do brasileiro, para Toquinho essa relação está também atrelada ao seu time, o Corinthians. Para ele “Ser corinthiano é ir além / De ser ou não ser o primeiro. / Ser corinthiano é ser também / Um pouco mais brasileiro”.
Da mesma forma, Jorge Ben Jor pode ser visto como um dos cantores mais autenticamente brasileiros e que também tem a sua música marcada pelo esporte, sendo uma delas a clássica “Umbabarauma”, de 1976 e regravada em 2010 com uma nova roupagem e com a participação do santista Mano Brown.
Por meio de outra regravação, Marcelo D2 também deu a sua contribuição ao dar nova cara à “Camisa 10”, de Luiz Américo.
Assim como Marcelo D2, membro do Planet Hemp e, consequentemente, da Hemp Family, O Rappa deu seus chutes musicais em “Eu quero ver gol”, que em sua versão do Acústico MTV é marcada pela citação do nome de alguns jogadores que iriam para a Copa de 2006.
Entre os convocados naquele ano estava Ronaldo, o fenômeno, que ganhou uma música na voz dos MCs Helião, Ice Blue e Terra Preta.
Assim como Ronaldo, Luís Fabiano, que fez sua história sobretudo no São Paulo, recebeu uma homenagem de Max B.O.
Vindo dos campos paranaenses, quem recebeu honras foi Alex de Souza, injustiçado na seleção, mas lembrado por Zeca Baleiro e Fagner.
As cores locais também ganharam o tom no clipe e na música do Nêgomundo.
E, é claro, a tradição tanto futebolística quanto crítica é um dos temperos presentes no imenso caldeirão do Machete Bomb.
Já a mais recente contribuição curitibana para o futebol surgiu pelas vozes dos MCs Cilho e Cadelis, que fizeram uma trilha e um clipe para o canal Futebol Arte Cultura Pop.
Como se vê, no Brasil mesmo uma torcida dividida canta na mesma batida.
BÔNUS TRACK
O futebol é tão fantástico que chega a ser capaz de unir figuras aparentemente tão díspares quanto Pelé e Elis Regina.
OBS: Eu, se fosse você, não ouviria.
Eu avisei.
VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI, QUE TAL CONSIDERAR SER NOSSO APOIADOR?
Jornalismo de qualidade tem preço, mas não pode ter limitações. Diferente de outros veículos, nosso conteúdo está disponível para leitura gratuita e sem restrições. Fazemos isso porque acreditamos que a informação deva ser livre.
Para continuar a existir, Escotilha precisa do seu incentivo através de nossa campanha de financiamento via assinatura recorrente. Você pode contribuir a partir de R$ 8,00 mensais. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.
Se preferir, faça uma contribuição pontual através de nosso PIX: pix@escotilha.com.br. Você pode fazer uma contribuição de qualquer valor – uma forma rápida e simples de demonstrar seu apoio ao nosso trabalho. Impulsione o trabalho de quem impulsiona a cultura. Muito obrigado.