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Skate: de marginalizado a olímpico

porGuylherme Custódio
5 de setembro de 2016
em À Margem
A A
Vida sobre rodas skate

A carreira de Bob Burnquist, Cristiano Mateus, Lincoln Ueda e Sandro Dias constituem o cerne do documentário brasileiro "Vida Sobre Rodas". Foto: Divulgação.

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Em meio às diversas notícias sobre as Olimpíadas do Rio uma delas teve significado bastante grande para um esporte que até então estava à margem dos demais e passou a ser incluído nesse grupo: o skate.

Passando a fazer parte das olimpíadas a partir de 2020, o skate é um esporte que é mais do que um esporte, já que conta com características próprias que se refletem em aspectos culturais e sociais, constituindo-se como um estilo de vida.

Essas e outras reflexões são discutidas na dissertação Skatebord para além do esporte: manifestação social e movimento cultural, defendida por Giuslaine de Oliveira Dias para o seu mestrado na Universidade de Brasília em 2011, trabalho no qual a prática é vista como uma maneira de resistência aos padrões culturais dominantes.

“A prática do skate parece possibilitar ao jovem a sensação radical de evasão do mundo das condutas generalizadas e homogeneizadas. Nesse sentido, podemos pensar que no âmbito dos contextos juvenis, a prática dos esportes radicais aparece como modo de reverter os conteúdos de sujeição e dominação e passa a revelar um potencial simbólico de subversão social, investidas de significados de resistência, busca por liberdade e individualização por parte dos jovens que as ostentam, desafiando o controle exercido pelas culturas dominantes. Os adeptos destas modalidades parecem reinvindicar uma nova maneira de ser e de viver, onde o corpo pode ser vivido de forma mais livre e menos ligada aos valores capitalistas” (DIAS, Giuslaine de Oliveira, 2011, P. 53).

Por esse motivo, ao se mostrar como uma resistência aos valores vigentes da sociedade, pode parecer contraditória a celebração da inclusão nas Olimpíadas, o que pode também ser visto como uma vitória diante do conservadorismo, que além dos pontos levantados também ocorre devido ao fato de a atividade ser exercida no espaço urbano.

‘Em uma visão mais ampla você consegue notar que o Cristiano, Lincoln, Sandro e Bob, apesar de terem estilos diferentes, você percebe que são skatistas brasileiros. O que é muito legal. O fato de que tem algo ali que os identifica com o jeito de se andar de skate no Brasil’ – Tony Hawk

Sobre o assunto, Nelson Diniz e Luciano Hermes da Silva observam por meio do artigo O Skate e a produção social do espaço público que essa ação não se realiza em um espaço separado da vida cotidiana como os demais desportos, o que causa um impacto na sociedade e o faz ser visto com reprovação.

“Desse modo, a prática do skate em ruas, praças e calçadas constitui-se, amiúde, em uma atividade clandestina e passível de repressão. Tendo em vista esses conflitos em potencial, é comum a apropriação por skatistas de espaços públicos ‘subutilizados’. Nesses casos, a reapropriação pode não apenas redefinir os usos das formas urbanas, mas inscrever, de maneira mais ou menos permanente, novos elementos no espaço preexistente” (DINIZ e SILVA, 2014, P. 1).

Um dos exemplos dessa repressão aconteceu em São Paulo em 1988 quando o então prefeito Jânio Quadros proibiu a modalidade na cidade, veto que se iniciou no Parque do Ibirapuera e depois se expandiu para todo o município. Mas, como visto anteriormente, o skateboard representa a resistência, por isso, diversos praticantes do esporte se colocaram contra a lei e fizeram com que a polícia tivesse que suar muito para correr atrás dos carrinhos.

Entretanto, se a repressão policial não pode parar os skatistas, proibição que acabou quando Luiza Erundina foi eleita para substituir Jânio, a repressão econômica fez com que diversos atletas tivessem que parar ou se reinventar.

Um deles foi Lincoln Ueda, o japonês voador, atleta hoje reconhecido, mas que durante o período do governo Collor teve que dividir a atenção do esporte com a oficina do pai, enquanto que Sandro Dias, o mineirinho, abandonou temporariamente o esporte por conta da crise que também fez com que a Ultra Skatepark, que pertencia a Cristiano Mateus, fosse fechada, o que obrigou Bob Burnquist a se dedicar ao street com o encerramento das atividades da pista que viu os seus primeiros e mais intensos tombos.

Essa história e muitas outras está presente no documentário Vida Sobre Rodas (2010), dirigido por Daniel Baccaro e que mostra 30 anos de história do skateboarding no Brasil, indo desde o seu surgimento nos anos 80 até o auge atingido pelos atletas citados, que compõe o cerne do audiovisual que se completa por diversos outros aspectos que envolvem o esporte, como o visual das roupas e cabelos, a relação com a criminalidade e as drogas, as brigas e a disputa por espaço nas pistas, a já citada relação com a política e os patrocinadores e marcas, tudo isso sendo contado por figuras importantes que ajudaram a criar a cena no Brasil e também por atletas de reconhecimento mundial como Tony Hawk e Christian Hosoi.

E se o vídeo serve como um importante documento para o esporte no Brasil, ao vê-lo é possível entender o quanto é significativo o fato de ele entrar no olimpo.

Assista ao documentário “Vida Sobre Rodas” na íntegra

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Tags: Bob BurnquistChristian HosoiCinemaCristiano MateusDaniel BaccaroDocumentárioDocumentário brasileiroesporteLincoln UedaSandro Dias (Mineirinho)skateSkateboardingTony HawkVida Sobre Rodas

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