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‘Cargo’ se apoia na imagem do pai com um bebê nas costas para ser lembrado num mar de filmes de zumbi

Nova produção original da Netflix, 'Cargo' dialoga com um vasto repertório de tramas de mortos-vivos e cria algo novo.

porRodolfo Stancki
23 de maio de 2018
em Espanto
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'Cargo' se apoia na imagem do pai com um bebê nas costas para ser lembrado num mar de filmes de zumbi

Imagem: Reprodução.

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Histórias que se repetem demais no cinema geralmente entram em crise muito rápido e começam a se reinventar. O excesso de narrativas de super-heróis, por exemplo, passa a render títulos novos, que exploram diferentes abordagens, flertam com novos gêneros e se tornam estranhamente metalinguísticos – vide Deadpool 2 (2018).

No horror, um tipo de trama que passou do seu ponto de saturação é do filme de zumbi. Nos últimos quinze anos, os mortos-vivos foram vistos em comédias românticas, em dramas sobre paternidade e em adaptações de romances vitorianos de Jane Austen. Há três anos, cheguei a escrever que essa abundância de enredos fez com que essas produções perdessem o charme (leia mais).

Ocasionalmente, porém, aparece uma produção que desafia minha opinião. O coreano Invasão Zumbi (2016) é um ótimo exemplo de uma narrativa inventiva, que usa o ritmo, o cenário e a dinâmica dos personagens para recontar a história de uma invasão zumbi envolvente e divertida.

Cargo dialoga com um vasto repertório de obras do gênero, chegando a recriar momentos bem semelhantes aos de A Noite dos Mortos-Vivos (1968), de George Romero.

O recente Cargo (2018) passa por um caminho semelhante. A obra australiana, que chegou na semana passada à Netflix, é uma adaptação (extensão) de um curta-metragem homônimo de 2013, dirigido pela dupla Ben Howling e Yolanda Ramke. Na história original, um pai acorda de um acidente de carro, em que é mordido pela esposa morta-viva e precisa levar a filha bebê em um suporte nas costas enquanto se transforma em zumbi.

O filme, de sete minutos, circulou por vários festivais e se tornou um fenômeno no YouTube. Pouco tempo depois, os diretores foram convidados a levar o projeto para o cinema. A contratação de Martin Freeman (da cinessérie O Hobbit) como protagonista ajudou a alavancar o interesse pela produção, que chamou a atenção da Netflix, que financiou e distribuiu o título internacionalmente.

Na adaptação, a história cresceu em termos temáticos. O arco do pai que precisa salvar a filha cresceu e a trama acrescentou temas como colonização europeia, exploração de recursos naturais e valorização de tradições aborígenes australianos. Em muitos aspectos, o debate antropológico é o mesmo do filme Austrália (2008), em um enredo mais curto e eficiente.

Em entrevistas, Howling e Yolanda afirmaram que queriam repensar a estética e o formato da narrativa clássica de zumbi. Por isso, Cargo dialoga com um vasto repertório de obras do gênero, chegando a recriar momentos bem semelhantes aos de A Noite dos Mortos-Vivos (1968), de George Romero. Da intertextualidade, surge algo novo, que se apoia numa iconografia conhecida – o recente Um Lugar Silencioso (2018) faz a mesma coisa.

Para se diferenciar dos clichês, os cineastas se apegam à imagem do pai em deterioração que carrega a filha nas costas no deserto australiano. É esse retrato, emocional e original em sua essência, que conduz a trama de sobrevivência. Provavelmente, é ele que fará a obra ser lembrada pelo público, que, se estiver na mesma situação que eu, anda com dificuldade para distinguir um filme de zumbi do outro.

Tags: AustráliaBen Howling e Yolanda RamkeCargoCinema de HorrorCrítica de Cinemafilme de zumbiGeorge RomeroHorrorMartin Freemanmorto-vivoNetflixZumbi

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