Depois de fazer algum sucesso na esteira do lançamento de Jurassic Park (1993), a série Carnossauro parecia estranha demais ao produtor Roger Corman. Baseada em um livro barato de um autor australiano chamado John Brosnan, a trama do primeiro filme misturava eco ativismo, dinossauros sanguinários e um vírus que fazia com que mulheres botassem ovos.
Para capitalizar em cima da marca, que ficou especialmente famosa depois que o longa original foi indicado como o pior filme de 1993 por Roger Ebert, Corman decidiu investir num conceito mais simples. A parafernália de ciência genética foi deixada de lado no roteiro da sequência, assinado por Michael Palmer. Louis Morneau foi contratado para dirigir.
Em Carnossauro 2 (1995), uma base nuclear no meio do deserto de Nevada é atacada por dinossauros assassinos. Um grupo de cientistas é convocado para investigar o que aconteceu, acreditando se tratar apenas de um vazamento em um dos reatores. Sem saber, o grupo fica preso com velociraptors dentro das instalações do local, que está prestes a explodir.
A equipe de efeitos visuais reaproveitou alguns animatrônicos do primeiro filme para as cenas com o tiranossauro e usou fantasias, marionetes e truques de câmera para dar vida aos monstros.
A trama evoca muito mais Aliens – O Resgate (1986) do que Jurassic Park. A equipe de cientistas age como um grupo paramilitar, que veste roupas pretas de couro. Dentro da base, eles encontram um adolescente traumatizado pela experiência de ver os dinossauros devorarem sua família. Quem lidera a operação é um agente do governo age como um burocrata interessado em proteger o patrimônio bélico dos Estados Unidos, tal qual o personagem de Paul Raiser, na obra de James Cameron. O ator John Savage, de O Franco Atirador (1978) e Hair (1979), faz as vezes de Ellen Ripley aqui.
Como diretor, Morneau foi bastante criativo na hora de reverter a falta de recursos da produção. As tomadas em corredores escuros e mal iluminados vendem o clima claustrofóbico. Embora pareçam evidentemente baratos, os dinossauros funcionam nos poucos momentos em que aparecem na tela. A equipe de efeitos visuais reaproveitou alguns animatrônicos do primeiro filme para as cenas com o tiranossauro e usou fantasias, marionetes e truques de câmera para dar vida aos monstros.
Ainda que não tenha nenhuma ligação direta com a franquia produzida por Corman, o primeiro título da série de jogos de videogame Dino Crisis, da Capcom, é bastante remanescente de Carnossauro 2. Nas duas narrativas, uma equipe é enviada para uma base isolada do governo, em que os funcionários foram devorados por velociraptors e tiranossauros que invadiram o local.
Lançado diretamente para VHS, Carnossauro 2 ganhou alguma repercussão no Brasil depois que foi exibido no SBT, por volta de 1997. Ao longo dos anos, o filme basicamente caiu no esquecimento do grande público, embora ainda tenha uma base de fãs relativamente fiel. Hoje, uma versão dublada pode ser encontrada no YouTube. A franquia ainda teve mais uma sequência, lançada em 1997, e dois derivados.