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‘Era só pedir’: entendeu, ou quer que desenhe?

Quadrinhos da artista francesa Emma questiona a “carga mental”, trabalho extra das mulheres e mães na gerência das casas e criação dos filhos.

porTaiana Bubniak
26 de maio de 2017
em Maternamente
A A
Entendeu, ou quer que desenhe?

Imagem: Reprodução.

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Nos últimos dois dias, páginas e blogs feministas e que tratam sobre maternidade reproduziram a tradução de uma história em quadrinhos da cartunista francesa Emma, que explica detalhadamente um fenômeno tipicamente feminino: a “carga mental” (veja aqui a versão traduzida).

Em Era só pedir, fica claro como as mulheres, além de executar o trabalho doméstico, acabam se responsabilizando pela “gerência” de uma casa, o que inclui manter a despensa cheia, pagar contas, planejar a logística do local e, se há filhos, controlar tudo que diz respeito a eles, enfim, fazer com que o lugar funcione. O marido ou pai das crianças até faz as coisas, mas precisa ser “guiado” e não tem iniciativa.

Mulheres carregam essa herança maldita. A de ser dona de casa. Sabe-se lá desde quando… Mas o fato é que essa sobrecarga é injusta e afeta sobremaneira às mães.

E é um ciclo vicioso: você pode chegar a qualquer momento na casa dos meus pais e tudo estará na mais perfeita ordem. Minha mãe simplesmente não consegue dormir se tiver louça suja na pia.

Nossas mães estão tão imbuídas desse papel de gerentes do lar e nós (novas mães que têm 30 e poucos anos) crescemos vendo esse padrão, quase inalcançável ou adquirido a custa de muita abnegação.

Haja feminismo e desconstrução social para não se sentir responsável por interpretar esse mesmo papel da dona de casa exemplar. Fica difícil não comparar, não culpar, não imaginar como aquelas amigas que têm dois filhos pequenos assim como você estão sempre com a casa organizada (tenho uma teoria que argumenta que essas pessoas não dormem nem assistem filmes).

Haja feminismo e desconstrução social para não se sentir responsável por interpretar esse mesmo papel da dona de casa exemplar.

Põe nessa conta do “cuidado com o lar” o trato com os filhos. Aí é que o bicho pega. Se algo estragar na geladeira, ok; mas e se a criança fica doente e a mãe não vê? E se esquece da vacina? Do médico? Se a criança almoça macarrão e janta pizza? E se vai com a roupa manchada para a escola? E se você esquece de olhar a agenda da escola bem no dia que era para mandar um item importantíssimo?

Pode ter certeza que tudo vai entrar na conta da mãe. Basta ver as reações diante de fatos mais extremos como gravidez na adolescência, abusos infantis ou adolescentes que se metem em roubadas: “onde estava a mãe dessa criatura!” é o que muita gente bradará aos quatro ventos. E onde estava o pai, os avós, os tios, a sociedade toda?

A HQ da Emma viralizou justamente porque conseguiu traduzir esse sentimento, essa sensação que é constante e presente entre as mulheres. Converse com as mães que você conhece: a maioria delas carrega um peso adicional de culpa porque o trabalho de gerenciar a casa e os filhos é invisível e interminável. Não é raro ver alguma se lamentando por algo que não fez ou por algo que acha que deveria ter sido feito de outra maneira.

É um exercício diário se desprender de algumas funções interiorizadas culturalmente. Lembro de uma vez, enquanto ainda tínhamos só a mais velha. Estávamos em uma festa na casa de amigos e o pai da minha filha cuidava dela.

No entanto, eu não tirava os olhos dos dois, não conseguia me desligar do meu “papel de mãe responsável pelo bem estar da criança mesmo quando ela está com a pessoa igualmente qualificada para tal função”, mesmo de longe.

Então, eu não conseguia aproveitar a festa, porque mesmo enquanto não estava com a criança, sentia-me na obrigação de saber como ela estava.

Esse sentimento é absurdamente dominante, mesmo que racionalmente você entenda o quanto ele é ridículo. Sinto a obrigação de entendê-lo e me desfazer dele: tenho em casa duas meninas pequenas que talvez, um dia, sejam mães. Preciso quebrar esse ciclo. Mas a minha menina mais velha, de dois anos, já junta coisas que estão no chão… Aqui, faço questão que a responsabilização pelos diversos setores da casa seja pauta diária nas conversas entre os adultos responsáveis pelas crianças (com o ônus e o bônus que isso traz), mas vejo, todos os dias, outras mulheres assumindo esse papel, sem questionar.

Por sorte, esse assunto não está mais guardado embaixo dos tapetes das casas. Vivemos num tempo em que é possível questionar o papel do pai na organização da casa e na criação dos filhos. Com sorte, nossas filhas não terão de se preocupar em explicar o básico e vão dividir tarefas de forma equilibrada com seus companheiros.

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Tags: carga mentalcriação dos filhoscultura e maternidadecultura e paternidadeEmmaEra só pedirFeminismomãesMaternidadepaternidade

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