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‘Jacaré, não’ e a literatura que precisa ser descomplicada

Em 'Jacaré, não', de Antonio Prata, uma situação inusitada lembra que livro infantil precisa divertir e incentivar a criatividade, de preferência fugindo da simples lição de moral.

porTaiana Bubniak
19 de março de 2021
em Maternamente
A A
Jacaré, não, de Antonio Prata

Capa de 'Jacaré, não'. Imagem: Reprodução.

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Outro dia, uma conhecida comentou comigo:

– Pesado, né? Pandemia com criança em casa, sem aula, sem perspectiva…

Concordei meio sem pensar e segui adiante o dia. Logo em seguida, veio a mais nova interrompendo as tarefas e me dizendo, muito (mas MUITO) brava, já meio gritando:

– Mamãe, eu estou tão nervosa e com tanta raiva acho que eu preciso ser “amorzada”.

– Como que faz isso, filha?

– Me abraça bem apertado que ajuda!

Quase liguei para a minha amiga para dizer que tinha acabado de mudar de ideia: conviver com as crianças nos força a brecar a dura realidade, são como um bálsamo diante do desespero.

Até porque, embora elas “pesquem” uma ou outra informação sobre o que vivemos, na maior parte do tempo estão fantasiando mundos maravilhosos onde a água das piscinas é como o arco-íris e já há 10 vacinas para cada unicórnio. “Ter crianças na pandemia é como estar dentro de A Vida é Bela”, li na internet.

Tão leve quanto as brincadeiras das crianças é a obra Jacaré, não, escrita por Antonio Prata e ilustrada por Talita Hoffmann (Editora Ubu, 2016). Com poucas frases e ilustrações primorosas, o livro provoca gargalhadas de soluçar (nas crianças e nos adultos, confesso).

As crianças riem com brincadeiras simples e a finesse do livro está em elencar situações absurdas envolvendo o bicho jacaré – que por si só já é meio absurdo.

As crianças riem com brincadeiras simples e a finesse do livro está em elencar situações absurdas envolvendo o bicho jacaré – que por si só já é meio absurdo: vive na água, na terra, tem um pouco de peixe, um pouco de dragão e um pouco de lagarto (ou talvez absurdo seja o medo que eu tenho desse bicho).

A narrativa simples chama atenção: pode parecer estranho, mas há muitos livros infantis mal escritos, com frases truncadas e histórias complexas demais que não chamam tanta atenção dos pequenos.

É claro que há livros maravilhosos, como os tantos dos quais já escrevi aqui. Parece que há uma parcela do mercado editorial infantil que é feita para “preencher tabela”. Como se as ilustrações estivessem lá e alguém precisasse preencher os espaços com histórias, que nem sempre fazem sentido, não são interessantes e que costumam deslizar para o moralismo puro e simples.

Além de não chamar atenção das crianças, ainda limita a criatividade, pois tudo já está posto e é meio óbvio.

Jacaré, não é a nata da narrativa infantil. Simples, rápido, engraçado e sutil. O cronista já famoso pelos textos para os adultos acertou no alvo elencando situações corriqueiras para as crianças e colocando no meio do caminho o réptil, sorrateiro e fora de contexto.

Até que o embaraço se desfaz e o Jacaré está no rio, que é onde deve ficar.

JACARÉ, NÃO | Antonio Prata

Editora: Ubu Editora;
Ilustração: Talita Hoffmann;
Tamanho: 48 págs.;
Lançamento: Outubro, 2016.

Compre o livro e ajude a Escotilha

Tags: Antonio PratabatatinhaEditora Ubujacaré nãoLiteraturaLiteratura InfantilMaternidadeTalita Hoffmann

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