Sem conseguir transformar em palavras o que sinto, abro espaço para quem realmente tem o que falar.
Há uma semana, a notícia que uma criança de 5 anos – da idade da minha mais velha, ingênua como ela, talvez confabulando sobre pokémons como ela, quem sabe gostava tanto de se fantasiar de personagens como ela – caiu do nono andar de um prédio porque estava sozinha, em busca da mãe, me desmantelou.
Um menino preto morre abandonado justo numa semana em que tanta gente levantou a bandeira antirracista? E pensar que o menino Miguel é apenas mais um dos tantos meninos pretos que terão sua infância minguada porque vivemos em uma sociedade racista.
E pensar que o menino Miguel é apenas mais um dos tantos meninos pretos que terão sua infância minguada porque vivemos em uma sociedade racista.
Como não tenho muito o que dizer, prefiro usar este espaço para indicar três perfis do Instagram que eu sigo e tratam sobre a questão de raça, maternidade e família. Sigam, compartilhem, indiquem, repostem estes produtores de conteúdo. Comentem, marquem os amigos e me indiquem outros canais onde há voz para pessoas pretas. É o mínimo.
Elisama Santos – @elisamasantosc
Psicanalista, mãe e autora de livros sobre educação não-violenta.
Família Quilombo – @familiaquilombo
O cotidiano e as reflexões sobre racismo e maternidade de Adriana, Jones e as crianças Akins e Dandara.
Criando crianças pretas – @criandocriancaspretas
Mantido pela comunicadora Deh Bastos, o perfil traz reflexões sobre racismo, educação antirracista, como diminuir as desigualdades.
Aproveito também para recomendar novamente os livros que citei aqui, em fevereiro. E vale espiar a análise da coluna Canal Zero: ao falar sobre a cobertura das questões raciais, os meios de comunicação colaboram para algum avanço ou minimizam o racismo? Falemos de racismo, mostre quando ele acontece, não tenha medo de problematizar. Falar sobre é o primeiro passo.